Pode ter relação protegida depois de tomar a pílula do dia seguinte?

“Doutor, se não houve nenhum acidente com a camisinha e ela foi usada do começo ao final da relação, não rasgou, não saiu, preciso usar a pílula do dia seguinte mesmo assim?”

Não tem nenhuma necessidade de usar a pílula do dia seguinte nessa situação. Se o casal usou camisinha desde o começo da relação sexual, retirou o preservativo logo após a ejaculação e não teve nenhum tipo de vazamento, não há razão para utilizar esse método. 

@jairobouer “PRECISO TOMAR A PÍLULA DO DIA SEGUINTE?” 🚨#jairoresponde #duvida #dicas #jairobouer #curiosidade #saude♬ som original - jairobouer

Quando e como tomar? 

A pílula do dia seguinte é um método conhecido por grande parte das mulheres para evitar uma gravidez indesejada. Entretanto, é um método de emergência e seu uso deve ser exceção e nunca a regra.

A pílula do dia seguinte tem de seis a 20 vezes a dose hormonal de uma pílula comum. Sendo assim, utilizá-la com frequência pode acarretar maiores problemas, como irregularidade menstrual.

Para evitar uma possível gravidez, ela deve ser tomada o mais rápido possível (apesar do nome, não é preciso esperar o dia seguinte), pois a sua eficácia diminui de maneira progressiva com o passar do tempo. 

Assim, o ideal é que a pílula do dia seguinte seja tomada nas primeiras 12 ou 24 horas após a relação sexual, período que garante maior eficácia, na ordem de 95%. Mas também é possível utilizá-la em até 72 horas (ou três dias) após a relação suspeita. Se tomada depois desse prazo, no quarto ou no quinto dia após a relação, a eficácia diminui bastante e a mulher deve ficar atenta para o risco de gravidez.

Confira:

  • Quais são as vantagens do anticoncepcional além de evitar a gravidez?
  • 4 hábitos que cortam o efeito da pílula anticoncepcional

Alguns estudos indicam que as taxas de eficácia das pílulas do dia seguinte podem ser um pouco mais baixas para mulheres com sobrepeso ou obesidade.

Conclusão: mesmo quando tomada de forma correta, a pílula do dia seguinte apresenta uma margem de falha e não garante 100% de proteção. Portanto, é aquela velha história: melhor prevenir do que remediar.

De acordo com o Ministério da Saúde, as principais indicações para o uso da pílula do dia seguinte são:

  • Deslocamento do diafragma;
  • Rompimento do preservativo;
  • Esquecimento prolongado do anticonceptivo oral ou atraso do injetável; 
  • Coito interrompido em que ocorre derrame do sêmen na vagina;
  • Cálculo incorreto do período fértil, erro no período de abstinência ou interpretação equivocada da temperatura basal;
  • Casos de violência sexual, quando a mulher é privada de escolha e submetida à gravidez indesejada;
  • Relação sexual desprotegida sem uso de nenhum método contraceptivo e preservativos (masculino ou feminino).

Fale sempre com seu médico

Vale lembrar que é sempre aconselhável entrar em contato com um ginecologista antes de usar a pílula do dia seguinte para explicar a situação e receber orientações corretas. O uso contínuo não é recomendado como método contraceptivo de rotina.

Outro motivo pelo qual é importante falar com um médico antes é para saber se existe alguma contraindicação para o uso. Em geral, o método exige precauções quando a mulher tem doença hepática, entre outras condições. Também deve-se evitar a pílula do dia seguinte em caso confirmado ou suspeita de gravidez.

Veja também:

Para que serve?

A pílula do dia seguinte (contraceção de emergência) é o único método que pode ser utilizado após a relação sexual para prevenir a gravidez não desejada. Não é um método de planeamento familiar.

Quantas horas após a relação sexual a pílula do dia seguinte tem eficácia?

A pílula do dia seguinte deve ser tomada nas primeiras 48 horas após a relação sexual e apenas quando o método contracetivo habitual falha ou foi esquecido.
A eficácia é tanto maior quanto mais precocemente for tomada a pílula.

Com que recorrência posso tomar?

A pílula do dia seguinte não é um método contracetivo e só deve ser utilizado excecionalmente. Não previne a gravidez que possa resultar de uma relação sexual posterior à toma da contraceção de emergência (CE), mesmo que no dia a seguir.

Quais são os efeitos secundários?

A pílula do dia seguinte pode ter consequências como:

  • dor de cabeça
  • náuseas
  • vómitos
  • fadiga

Após alguns dias podem surgir dor nas mamas, uma pequena hemorragia vaginal e antecipação da menstruação.

É também possível que a menstruação fique desregulada por algum tempo.

Como funciona?

A contraceção de emergência atua pelos mesmos mecanismos que a “pílula de toma regular”. A pílula do dia seguinte atrasa ou impede a ovulação e previne a fertilização ou a implantação. Se já estiver grávida, a medicação não interrompe a gravidez.

Como se toma?

A pílula do dia seguinte deve ser tomada dentro das 72 horas após as relações desprotegidas e no máximo até ao 5º dia, sendo que quanto mais cedo for tomada, maior a sua eficácia.

Quando deve ser utilizada?

A contraceção de emergência deve ser utilizada depois da relação sexual sem proteção ou se houver falha do método habitual (por exemplo, rutura do preservativo ou esquecimento da pílula).

Onde posso adquirir gratuitamente?

Pode adquirir a pílula do dia seguinte de forma gratuita:

  • no centro de saúde (consulta de planeamento familiar)
  • no hospital (serviço de ginecologia e obstetrícia)

Pode ainda adquirir na farmácia, por venda livre.

É um método abortivo?

Não. A pílula do dia seguinte não é abortiva e não causa um desenvolvimento pré-natal alterado.

Fonte: Direção-Geral da Saúde (DGS)

Esta informação foi útil?