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Em termos de política externa, uma das principais propostas defendidas pelo fascismo era o direito da Itália ao seu "espaço vital", ou seja, para Mussolini e seus partidários, o direito de anexar territórios com o intuito de aumentar o crescimento econômico. Não era à toa, portanto, o discurso militarista e nacionalista que acompanhava o Partido Nacional Fascista (PFN) desde os seus primórdios.
Uma das primeiras atitudes expansionistas do Estado italiano foi incentivar a fundação de Fascios em países onde imigrantes italianos tinham se instalado, inclusive no Brasil, propagando o ideal do partido pelo mundo. Além disso, o serviço secreto italiano auxiliava grupos simpáticos ao fascismo em várias partes da Europa.
Em 1919, tropas italianas ocuparam o porto de Fiume, na Dalmácia, por um ano; em 1923, tomaram a ilha grega de Corfu. Tais atitudes enalteciam o nacionalismo italiano e demonstravam seu descontentamento com os tratados do pós-guerra, que não cederam à Itália as colônias prometidas pela França e pela Inglaterra.
Economia em crise
A economia da Itália entrou em profunda crise a partir de 1930, assim como a de vários outros países, pois a Quebra da Bolsa de Nova Iorque (1929) levou as economias dependentes do capital norte-americano à falência. Nessa situação, Mussolini ampliou sua política expansionista, em parte por acreditar que conseguiria resolver a crise anexando territórios, mas também com o propósito de desviar a atenção da população dos problemas internos.
A Líbia, que era uma colônia italiana, se rebelou durante a Primeira Guerra Mundial, empurrando os italianos para um reduzido espaço na faixa litorânea. Ali, Mussolini concentrou sua força expansionista. O líder da Líbia, Omar al-Mukhtar, foi morto e o exército italiano retomou sua antiga colônia em 1931.
Invasão da Etiópia
Tal agressividade no cenário internacional aumentou ainda mais quando o foco das conquistas fascistas passou a ser a Etiópia (na época, chamada de Abissínia), região africana que não tinha sido ocupada por nenhuma potência europeia desde o século 19 (durante a chamada Partilha da África). A partir da Somália e da Eritréia, colônias da Itália, Mussolini começou a preparar suas tropas e, sem ao menos enviar uma declaração de guerra, invadiu a Etiópia em outubro de 1935.
A Liga das Nações, da qual a Etiópia fazia parte, impôs uma série de sanções econômicas à Itália, como retaliação às atitudes do Duce (título de Mussolini: comandante, condutor supremo). As sanções, contudo, de nada adiantaram, pois os EUA, que se recusaram a fazer parte da Liga, continuaram comercializando com os italianos.
A formação do Eixo
Ao mesmo tempo em que a Inglaterra e a França se distanciavam da Itália, outro país europeu se aproximava: a Alemanha, governada pelos nazistas. Em 1936, Itália, Alemanha e Japão assinaram o Pacto Anticomintern, ou seja, se colocavam lado a lado na luta contra a expansão comunista promovida pela Internacional Comunista (Comintern). Surgia assim o Eixo Roma-Berlim-Tóquio.
A aliança entre fascistas e nazistas se estreitou na Conferência de Munique, em 1938, na qual Mussolini apoiou as intenções alemãs de anexação dos Sudetos (oeste da antiga Tchecoslováquia). No mesmo ano, o governo italiano adotou leis raciais, seguindo o modelo nazista.
Apoio a Franco
Outro episódio marcante desse período foi o apoio fascista ao general Franco, durante a Guerra Civil Espanhola (1936 - 1939). Há algum tempo Mussolini estava armando grupos de extrema direita na Espanha e, durante a guerra civil, enviou entre 40 e 50 mil homens para combater o governo democrático espanhol e ajudar Franco a instalar sua ditadura de modelo fascista.
O Pacto de Aço e a entrada na Segunda Guerra
Em abril de 1939, a Albânia também foi invadida e anexada à Itália. No mês de maio, Hitler e Mussolini assinaram um acordo de auxílio mútuo em caso de guerra, que ficou conhecido como Pacto de Aço. Mas Mussolini não esperava que a Alemanha começasse sua grande ofensiva na Europa naquele mesmo ano (setembro de 1939), pois a Itália não estava preparada para um conflito de grandes proporções. Em suas estimativas, o Duce acreditava poder armar suas tropas somente em 1942.
A entrada da Itália na Segunda Guerra Mundial acabou por aniquilar o domínio que o Duce tinha sobre a população italiana. As sucessivas derrotas sofridas pelas tropas italianas aumentaram as críticas a Mussolini e levaram ao fim de seu poder.
Expansionismo territorial
Japão: ocupou a Manchúria e regiões ao norte da China
Itália: anexou a Abissínia (Etiópia) e a Albânia ao seu território
Alemanha: desrespeito a vários itens do Tratado de Versalhes, como a remilitarização do país e o desenvolvimento da indústria bélica. Além disso, Hitler alimentava um sonho expansionista e começou a ocupar territórios na Europa, defendendo a ideia do “espaço vital”. Em 1938, anexou a Áustria (Anschluss) e, no mesmo ano, expandiu territórios em direção ao leste, ocupando parte da Tchecoslováquia (Sudetos, Boêmia e Morávia).
Diante da agressão expansionista de Alemanha, Japão e Itália, as potências liberais europeias reagiram com uma “política de apaziguamento”, procurando repreender esses países, mas não agredi-los, na tentativa de evitar outro conflito armado na Europa.
A Guerra Civil Espanhola
Conflito envolvendo republicanos socialistas – que derrubaram a monarquia em 1936 – e falangistas, grupo radical de direita, contrários ao socialismo. Os regimes totalitários da Europa, Alemanha e Itália, apoiaram os falangistas – que eram liderados pelo general Francisco Franco –, enviando soldados e armas. Ao mesmo tempo, a União Soviética e socialistas de vários países do mundo se engajaram na luta republicana.
A guerra devastou o território espanhol, que foi violentamente bombardeado por aviões alemães, e serviu para a Alemanha testar novos equipamentos bélicos, inclusive armas químicas. A vitória coube aos falangistas, que se mantiveram no poder até 1979.
A vitória sobre os socialistas na Espanha fortaleceu a luta anticomunista e deu origem às Potências do Eixo – Alemanha, Itália e Japão – que, entre outros acordos de ajuda mútua, formalizaram o Pacto Anticomintern – união para combater o comunismo internacional, especialmente, a União Soviética.
Os conflitos militares
Apesar de combater o comunismo, o governo alemão assinou com a União Soviética um pacto de não agressão com duração de 10 anos. Com isso, obteve a promessa de neutralidade soviética em caso de invasão do corredor polonês – faixa de terra tirada da Alemanha pelo Tratado de Versalhes. A União Soviética, em compensação, poderia se apoderar das terras a leste da Polônia sem que houvesse intervenção alemã.
Assim, no dia 1 de setembro de 1939, tropas alemãs invadiram a Polônia. Dois dias mais tarde, França e Inglaterra declararam guerra à Alemanha. No final do mês de setembro, a Polônia já havia sido completamente dominada pelos nazistas.
Hitler procurou vencer rapidamente o conflito e adotou a estratégia denominada blitzkrieg, realizando ataques maciços com a infantaria, artilharia e aviação sobre os países da Europa ocidental. Em poucas semanas, ocupou a Dinamarca e a Noruega, avançou sobre os territórios da Holanda e da Bélgica e atingiu o território francês. Em 14 de junho de 1940, os nazistas ocupavam Paris. O governo da França assinou a rendição, iniciando uma fase de cooperação com os nazistas (governo de Vichy), enquanto se desenvolveu no país um movimento clandestino de resistência contra as forças de ocupação.
Vencida a França, os alemães dirigiram suas forças contra a Inglaterra, que foi impiedosamente bombardeada pela aviação alemã (Luftwaffe) durante dias. A Royal Air Force (RAF), porém, conseguiu impedir que os bombardeios alemães garantissem a vitória aos nazistas.
Enquanto isso, no Oriente, o Japão procurava estabelecer seu controle sobre a China, apesar da resistência chinesa. Na África, tropas italianas avançavam em direção ao canal de Suez com o objetivo de interromper as comunicações entre os ingleses e suas colônias orientais.
Em 1941, a guerra se expandiu com o envolvimento de dois países: Estados Unidos e União Soviética. De um lado, a Alemanha, desrespeitando o pacto germano-soviético, enviou tropas para ocupar a União Soviética e cercou três importantes cidades: Moscou, Leningrado e Stalingrado. De outro, o Japão atacou a base naval americana no Pacífico denominada Pearl Harbor, obrigando os Estados Unidos a entrarem na guerra.
Ataque a Pearl Habor
A partir de 1942, os rumos da guerra começaram a se inverter, com expressivas vitórias dos Aliados contra o Eixo. A mais importante delas foi a batalha de Stalingrado, em que a população da cidade conseguiu vencer os nazistas e aprisionar milhares de soldados. A batalha de El Alamein permitiu que os Aliados se deslocassem ao longo do norte da África, atingindo o território italiano e forçando a rendição de Mussolini em 1943. Finalmente, a vitória norte-americana sobre os japoneses na Batalha de Midway ajudou a enfraquecer os países do Eixo.
Exército Russo entra em Berlim
Em junho de 1944, tropas aliadas desembarcaram na Normandia (o “Dia D”), iniciando a desocupação da França e impondo terríveis derrotas aos nazistas, que já se achavam muito enfraquecidos pelos constantes ataques soviéticos. Em 2 de maio de 1945, a Alemanha se rendeu ao Exército Vermelho.
Dia-D - 6 de junho de 1944
O Japão ainda relutava em abandonar o conflito, mas, em agosto de 1945, os norte-americanos lançaram duas bombas atômicas sobre seu território, forçando a rendição japonesa.