Show
Indústria é uma atividade econômica que surgiu na Primeira Revolução Industrial, no fim do século XVIII e início do século XIX, na Inglaterra, e que tem por finalidade transformar matéria-prima em produtos comercializáveis, utilizando força humana, máquinas e energia.[1][2][3][4] A Revolução Industrial, por sua vez, surgiu da transição do capitalismo comercial para o capitalismo industrial da segunda metade do século XVIII.[5] Esta Primeira foi baseada em vapor,[6] carvão e ferro, mas a partir de 1860 surge a Segunda Revolução Industrial, empregando aço, energia elétrica e produtos químicos, e simultaneamente o capitalismo industrial se tornou capitalismo financeiro.[5][6] A partir de 1970 ocorreu a Terceira Revolução Industrial, com o desenvolvimento da informática. Tipos[editar | editar código-fonte]As indústrias são divididas em grupos:[1][2][7] Os principais tipos de indústria e suas descrições[1][2][3][7][8]
Fatores locacionais[editar | editar código-fonte]O carvão mineral foi um dos mais importantes fatores locacionais durante a Primeira Revolução Industrial, uma vez que era a principal fonte energética da época.[9] São os fatores que determinam a instalação de indústrias em determinado local.[9] Cada tipo de indústria precisa de alguns fatores mais intensamente do que de outros.[9] Todos os ramos industriais necessitam fundamentalmente de boa rede de transportes e de telecomunicações.[9] Mas, por exemplo: indústrias de base precisam mais de disponibilidade de matérias-primas e energia (ou facilidade de recepção destes) do que outras coisas; indústrias de alta tecnologia requerem mão-de-obra altamente qualificada; indústrias de bens de consumo dão importância à proximidade de um mercado consumidor amplo; etc..[9] Estes fatores variam ao longo da história, e por isto os atuais fatores não são os mesmos dos primórdios da industrialização.[9] Por exemplo, na Primeira Revolução Industrial, um dos mais importantes fatores eram as reservas de carvão mineral, a principal fonte energética da época.[9] Atualmente, entretanto, o carvão não tem importância para indústrias que não sejam a siderúrgica – apesar de que mesmo assim, a importância para esta reduziu-se muito.[9] Organização do trabalho[editar | editar código-fonte]Taylorismo[editar | editar código-fonte]É um conjunto de métodos de produção industrial onde o funcionário deve apenas desenvolver suas tarefas simples e repetitivas o mais rapidamente possível, sem necessidade de saber algo além disto no processo produtivo, deixando o conhecimento do processo produtivo exclusivamente sob responsabilidade dos gerentes.[6][10][11][12][13] Isto também facilita demissões e contratações,[14] acirrando a concorrência entre os operários. A separação rigorosa entre produção e desenvolvimento, entretanto, foi um dos fatores que causaram a decadência deste modelo: cabe aos trabalhadores o aumento da produtividade da indústria, mas certamente não são os operários desqualificados e desmotivados que organizam isto.[15] A solução cabe então ao setor de desenvolvimento, que consegue apenas melhorar por meio da criação de mecanismos mais complexos, e portanto mais difíceis para serem operados pelos funcionários sem qualificação.[15] A lógica era rígida demais para se aperfeiçoar ao longo do tempo.[15] Fordismo[editar | editar código-fonte]É o modelo de produção instituído pelo estadunidense Henry Ford em 1914[17] que é a variante mecanizada do taylorismo, onde acrescenta-se às características do modelo anterior o ajuste dos operários às máquinas.[12][13] Consiste em aumentar a produção por meio do aumento da eficiência, repassar a diminuição dos custos de produção decorrente do aumento da eficiência para os consumidores e assim vender mais, o que permite manter o baixo preço do produto.[11][18] O aumento da eficiência se deu, em sua fábrica, pelo aperfeiçoamento da Linha de Montagem: os trabalhadores realizavam apenas uma função específica, portanto não necessitando de qualificação, e para tal ficavam parados em frente a uma esteira rolante que trazia as peças, como em uma empacotadora de carne, de onde a ideia surgiu.[10][11][17][19][20] Com isto, a indústria precisava de apenas uma pequena quantia de trabalhadores especializados e uma enorme de operários não-qualificados.[21] A maior inovação, entretanto, era a fragmentação do processo produtivo, o que permitia que os engenheiros encontrassem mais facilmente os problemas e que fossem feitas alterações em apenas parte do processo.[21] O fordismo teve seu auge da metade da década de 50 até o fim da de 60, e já no começo dos anos 70 mostrou-se enfraquecido e seriamente contraditório.[22] A crise deste modelo é creditada a dois fatores distintos: pode ser devido ao seu sucesso, que pode ter atingido já o máximo que o modelo poderia oferecer; ou causada pela mudança dos padrões de consumo.[14] Toyotismo[editar | editar código-fonte]É um modelo de produção criado por Taiichi Ohno[23] nas fábricas da Toyota, logo após a Segunda Guerra Mundial, motivado pela incapacidade do Japão adotar o fordismo, que requer produção e consumos em massa, impossíveis em um país com pequeno mercado consumidor e pouca produção de matérias-primas.[24][25] Neste modelo, o trabalhador pode escolher a melhor forma de realizar seu trabalho, é capacitado a qualificar suas obrigações e capacidades, e trabalha em equipes que se autogerenciam e são totalmente responsáveis pelo que produzem e por seus integrantes.[6][20][26] Esta autogerência significa que todos são supervisores dos outros, e que por isto o controle sobre o operário é muito mais intenso[25] – não significando que todos são líderes, pois apenas um o é.[27] Busca-se produzir apenas o necessário no momento em que for demandado (just in time), reduzindo assim os estoques.[23][24][25] Nesta pequena produção, busca-se a maximização da qualidade.[24][25] Entretanto, isto, para manter o sistema capitalista, estimula redução da vida útil do produto, fenômeno conhecido como obsolescência programada, ou aprimoramento de qualidade em parte supérfluas, como a embalagem.[28] Mundo[editar | editar código-fonte]Uma fábrica de cimento e materiais de construção, em Kunda (Estônia). As maiores concentrações de indústrias no mundo estão na Europa, nos Estados Unidos e no Japão, apesar de eventualmente surgir um ou outro foco de importância relativa.[3] Na Europa, a região chamada “triângulo vital” é a mais industrializada.[3] O Japão disputa com a Alemanha o lugar de segunda potência industrial.[3] Os Estados Unidos são a maior potência industrial da atualidade, com seu Nordeste, incluindo a área dos Grandes Lagos, sendo a mais antiga e importante região industrial do planeta.[3] Mais recentemente, a orla da Califórnia e o Golfo do México tornaram-se também áreas com grande quantidade de indústrias.[3] A crise do petróleo favoreceu as indústrias japonesas que adotavam o toyotismo, pois este modelo requeria menos consumo energético, devido à produção apenas quando necessária.[24] Na América Latina, devido à grande crise dos anos 30, os regimes populistas criaram a estratégia de substituição das importações, que foi aplicada em outros países nos anos 50 (como a Coreia do Sul).[12] Essa estratégia basicamente consistia em investir o lucro das exportações primárias na criação de indústrias montadas com equipamentos comprados dos países desenvolvidos, e proteger estas novas indústrias com barreiras alfandegárias.[12] México, Argentina e Brasil passaram por esta fase, acrescentando a ela relações salariais semifordistas reguladas pelo corporativismo.[13] Estes são os 50 principais países em valor total da produção industrial em dólares americanos para o ano apontado, de acordo com o Banco Mundial:[29]
Brasil[editar | editar código-fonte]Em 2017, a Região Sudeste foi responsável por 58% do valor da transformação industrial do Brasil, seguido pelas regiões Sul (19,6%), Nordeste (9,9%), Norte (6,9%) e Centro-Oeste (5,6%).[30] São Paulo tinha em 2019 um PIB industrial de R$ 400,9 bilhões, equivalente a 28,9% da indústria nacional. [31] São Paulo detinha 40,3% dos estabelecimentos industriais em 2012.[8] A industrialização no Brasil se deu do meio da década de 1950 até o fim da década de 1970, focada em substituição das importações, liderada pelo Estado e com participação estrangeira.[32] Assim, houve uma extraordinária transformação industrial no país nas três décadas após o fim da 2ª Guerra Mundial, tendo um desempenho impressionante mesmo quando comparado com outros países da época, quando a economia mundial passava por intenso crescimento.[32] Há quatro interpretações que explicam a industrialização do Brasil:[33]
O processo de expansão do capitalismo no Brasil tem sido realizado pela dependência à agricultura, e uso de um Capitalismo de Estado semi-socialista, com excessiva dependência do Governo Federal para tudo, que hiper-concentra poder, o que facilita a corrupção e o populismo.[34] O fordismo desenvolveu-se no país com estilos diferentes, em função do regime político e das políticas econômicas vigentes.[35] A produção do país permaneceu hiper-concentrada no sudeste por um tempo excessivo, e somente no século XXI a industrialização começou a se espalhar de forma mais efetiva no território nacional.[35] A fase inicial de desenvolvimento industrial e gerencial ocorreu em regimes populistas, que originaram formas paternalistas de relações entre trabalho, capital e Estado.[35] Com a ditadura, surgiram formas muito diferentes de gerenciamento da produção, e o período identificou-se fortemente com o fordismo clássico.[35] Com a democratização política na década de 80, o padrão alterou-se, ocorrendo modernização paralela a mudanças nas economias avançadas, incluindo adoção de sistemas de produção flexíveis.[35] Isto porquê os mercados de exportação tornaram-se mais atraentes, e assim houve estímulo para modernização tecnológica e organizacional, fazendo os processos de produção ligados à exportação atualizarem-se mais amplamente e rapidamente, e guiando investimentos em qualidade e produtividade praticamente apenas neste sentido.[35] Nessa época, houve maior demanda por trabalhadores mais qualificados nas empresas que adotaram novos métodos de produção.[35] Após a abertura comercial e a implantação do Plano Real, houve investimentos na indústria durante o triênio 1995-97.[36][37] Com estes investimentos, nesta década, surgiu o toyotismo no Brasil.[27] Setores[editar | editar código-fonte]Modelo de setores de Clark (1950) (em inglês). A indústria, no sentido de manufatura, tornou-se um setor fundamental da produção e do trabalho em países norte-americanos e europeus durante a Revolução Industrial, o que acabou com as antigas economias mercantil e feudal através de muitos avanços tecnológicos rápidos e sucessivos, como a produção de aço e carvão. Ela é auxiliada pelos avanços tecnológicos, e tem continuado a desenvolver-se em novos tipos e setores mesmo nos dias de hoje. Os países industrializados, em seguida, assumiram uma política econômica capitalista. Ferrovias e navios a vapor começaram rapidamente a criar ligações com mercados mundiais anteriormente inalcançáveis, permitindo que as empresas privadas se desenvolvessem a níveis até então inéditos de tamanho e riqueza. Após a Revolução Industrial, cerca de um terço da produção econômica do mundo derivava de indústrias de transformação, mais do que a participação da agricultura. [carece de fontes] A indústria está dividida em quatro setores. Eles são:
Existem muitos outros tipos de indústrias e frequentemente são organizadas em diferentes classes ou setores, recebendo uma grande variedade de classificações. Os sistemas de classificação da indústria usados pelo governo normalmente dividem as indústrias em três setores: agricultura, manufatura e serviços. O setor primário é formado pela agricultura, mineração e extração de matérias-primas. O setor secundário é a de manufaturas. O setor terciário foca a produção de serviços. Algumas vezes, fala-se em setor quaternário, que consiste de serviços intelectuais como a pesquisa e desenvolvimento (P&D). Sistemas de classificação baseados no mercado tais como o Global Industry Classification Standard[39] e o Industry Classification Benchmark[40] são usados nas finanças e pesquisa de mercado. Esses sistemas de classificação normalmente dividem as indústrias de acordo com a similaridade de funções e mercados e identificam negócios que produzem produtos relacionados. Ver também[editar | editar código-fonte]
Referências
Ligações externas[editar | editar código-fonte]
Onde estão localizadas as maiores indústrias do mundo?Os Estados Unidos da América, o Canadá, a Grã-Bretanha, a França, a Alemanha, a Rússia, o Japão e a China são os maiores parque industriais do mundo.
Onde estão localizados os principais centros industriais?No Brasil, os mais importantes polos industriais estão divididos da seguinte maneira:. Região Sudeste. São Paulo. ... . Região Sul. Rio Grande do Sul. ... . Região Nordeste. Recife.. Quais são os três principais centros industriais do mundo?as maiores concentrações industriais estão na Alemanha, França, Itália, Reino Unido e Rússia.
Quais as quatro áreas tipicamente industriais no mundo hoje?Principais regiões industriais do globo. 1 Nordeste e centro dos EUA.. 2 Canadá. 3 América central e do Sul.. 4 Europa Ocidental, Mediterrânica e Oriental.. 5 Asia Ocidental.. 6 África Ocidental, Setentrional e Meridional.. |