Os fósseis encontrados nas Cavernas de Sterkfontein, na África do Sul, são bem mais antigos do que se pensava anteriormente, com um novo estudo datando o material do Patrimônio Mundial da UNESCO como tendo um milhão de anos a mais do que a idade marcada em pesquisas anteriores.
As Cavernas de Sterkfontein são comumente referidas pelo seu nome mais conhecido: “O Berço da Humanidade”. O sítio arqueológico começou a ser escavado no final do século XIX, quando mineradores encontraram vários fósseis hominídeos antigos e os levaram para a apreciação de cientistas especializados. Desde então, a região de aproximados 47 mil hectares (ha) tem nos trazido amplas descobertas sobre vários de nossos precursores.
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“Nossas datas demonstram as limitações do senso comum aceito de que o Australopithecus africanus, o qual é amplamente representado em Sterkfontein, descende do Australopithecus afarensis. A contemporaneidade das duas espécies sugere que uma árvore genealógica mais completa prevaleceu mais cedo no processo evolucionário humano”, diz trecho do estudo publicado.
Em outras palavras: antes, pensava-se que o A. africanus era descendente do A. afarensis. O estudo, no entanto, comprova que as duas espécies viveram mais ou menos na mesma época, a algo entre 3,4 e 3,6 milhões de anos.
A descoberta é de grande relevância pois, antes da publicação do estudo, o consenso científico dizia que o leste africano era a provável origem dos hominídeos que eventualmente evoluíram para o gênero Homo ao qual nós, humanos contemporâneos, pertencemos (nós estamos no subgrupo Homo sapiens sapiens, descendentes do Homo sapiens original).
De acordo com Darryl Granger, autor do estudo e pesquisador antropólogo, as Cavernas de Sterkfontein têm mais exemplares de fósseis Australopithecus que em qualquer outro lugar no mundo, “mas é difícil estabelecer uma data firme para eles. Esses fósseis, na verdade, são velhos – muito mais velhos do que pensávamos”, ele, que é professor de ciências antropólogas na Universidade Purdue, comentou.
Como método, o time comandado pelo acadêmico analisou o decaimento radioativo das rochas soterradas na mesma época dos fósseis, ao contrário de cálculos estimados anteriormente, que se baseavam em depósitos de calcita.
A conclusão é a de que os hominídeos sul-africanos eram contemporâneos próximos daqueles no leste da África, e tiveram tempo para evoluir para o gênero Homo que conhecemos hoje. Anteriormente, a noção prevalecente era a de que o material sul-africano era “jovem demais” para isso.
“Esse novo e importante trabalho de estabelecimento de datas altera a era especulada de alguns dos fósseis mais interessantes na pesquisa da evolução humana, e também de um dos fósseis mais icônicos da África do Sul, a chamada ‘Senhorita Ples’, em pelo menos um milhão de anos para quando, no leste da África, nós estávamos encontrando outros hominídeos precursores, como a ‘Lucy’”, disse Dominic Stratford, diretor de pesquisa nas cavernas e co-autor do paper.
O estudo completo foi publicado e revisado pelo jornal científico Proceedings of the National Academy of Sciences.
Porém, assim como a Etiópia, a Tanzânia é “berço da humanidade”, pois ali foram encontradas as mais antigas pegadas humanas e fósseis, com algo em torno de dois milhões de anos. Lá floresceram povos de cultura Banto e civilizações bastante desenvolvidas no passado.A Tanzânia de hoje, na África Oriental, é resultante da união dos antigos países Tanganica e Zanzibar.
Fica numa região de extremos: em seu território continental montanhoso encontram-se tanto o pico mais alto do Continente Africano, o Monte Kilimanjaro (desafio de corajosos alpinistas), quanto os grandes lagos Vitória e Tanganica, respectivamente o maior e o mais profundo da África. E ao longo da costa, pontilham as grandes e pequenas ilhas do Arquipélago de Zanzibar.Tanganica e Zanzibar, por sua vez, eram resultantes da junção de um grande número de povos falantes de mais de 100 idiomas e culturas diferentes.
Desde a década de 1880, porém, o povo foi obrigado a falar o alemão, a língua do invasor, o mesmo que sediou a famosa Conferência de Berlim, entre novembro de 1884 e fevereiro de 1885, onde as regiões africanas foram leiloadas entre potências europeias. Com a derrota desse país na Primeira Guerra Mundial, em 1919, os ingleses se apossaram daquela área, impondo à população seu idioma, até 1962, quando se conquistou a independência.
Em 1964, aconteceu a união dos dois países e a língua oficial se tornou o Suahili.Tanto no norte da Tanzânia, quanto no sul do Quênia, onde vive o povo Massai, cujos ancestrais seriam oriundos do Egito, a tradição tem escandalizado todos os que acreditam numa sociedade igualitária, em se tratando do relacionamento entre homens e mulheres: para eles, poderosos guerreiros e pastores, tudo; para elas, responsáveis pelos demais trabalhos que são considerados inferiores, nada.Beijos, nem pensar! A única função da boca é a de comer e, por sinal, os homens só se alimentam em companhia de seus pares e não ingerem carne ou fruto que uma mulher tenha tocado.
O único contato possível entre o homem massai com uma mulher de seu povo é com a finalidade de procriação, após o casamento, que acontece em meio a uma cerimônia com danças em grupos separados: as crianças, os guerreiros e as mulheres.O ritual se inicia com a circuncisão da noiva, cujo clitóris é extirpado pela anciã do grupo com uma lâmina super afiada. Isto, o povo acredita, garantirá filhos saudáveis e, de preferência, machos. Encontros internacionais de mulheres – volta e meia – denunciam esse costume, mas ainda não se conseguiu tomar nenhuma medida que devolva o sorriso às faces dessas mulheres massai.