O que você nota quanto ao som da última sílaba das palavras chapéu?

Tal como eu disse, existe a Língua Portuguesa e o chamado "Português do Brasil". A primeira é descendente directa do latim e do Grego, línguas basilares do mundo moderno... a segunda foi oferecida pelos colonizadores a um povo que estava então a começar como nação. Não é culpa dos Portugueses que barbarismos de influência estrangeira tenham alterado fundações gramaticais que já existiam há séculos. Exemplos são: um "facto" vem do latim "factum", (com C) que significa "realmente feito", já um "fato" vem do gótico "fatum" (sem C) e significa "vestido". Coisas díspares, mas que o povo brasileiro, sem melhor noção histórica da construção dessas palavras, fundiu numa só palavra. A Língua Portuguesa não nasceu do acaso nem se aprende na novela das seis, há um avassalador peso histórico por detrás dela que merece ser respeitado.

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Estou em total desacordo com cada uma das coisas que diz, mas este não é o lugar para as discutir. Estes fóruns dirigem-se a pessoas que querem aprender línguas, e (como deve saber) as regras dos fóruns WR mandam que nos atenhamos às questões concretas que nos são apresentadas. Esta discussão era sobre a grafia das palavras boléia, fiéis, idéia, céu, chapéu, véu, apóio, herói, caracóis, e penso que já está suficientemente respondida. Sugiro que nos deixemos de outras divagações.

 

JimmyDavid said:

Não existem "Línguas Portuguesas", existe apenas uma "Língua Portuguesa". Existem dialectos rurais dentro de Portugal e existe a chamada "forma brasileira" que é aceite, mas que não pode nem deve introduzir corruptelas grosseiras à forma mãe (um possível Acordo Ortográfico está posto em hipótese para unir ambas as formas). A palavra "ideia", por exemplo, não leva e nunca levou qualquer acentuação.

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Segundo dicionário que lhe apresentei:
corruptela = abuso cometido contra a lei os bons costumes, corrompidos ou adulterados.

Contra a lei !?!?!? Alguém sabe se o Brasil já deixou de ser colónia Portuguesa ... oops estão aqui a dizer-me que foi a primeira a secessionar-se. As línguas não têm leis mas sem serem ilegais, Quantas diferenças existem dos dicionários criados em Portugal ? Basta ver

Já vi que você é dos nacionalistas ! Melhor não irmos por por ai ! Não se se reparou mas existe mais terra para além do Portugal continental, que existe gente que fala e usa o Português como língua base, e ao Português que você chama " de forma mãe" (diriam os nossos irmãos Brasileiros vai chamar mãe a outro !), vai encontrar no Brasil formas mais próximas do Português da viragem do século XX, que algumas corrupções existentes em Portugal. Mas da mesma forma vai encontrar isso na Brasil, e "idéia" com acento é apenas uma expressão do dialecto Português do Brasil.

Achei piada é essa da distinção do Português rural e do Português urbano, classe (superior) a que dá ideia pertencer, visto usar argumentos do tipo "são todos malucos". Não sei se reparou mas Portugal é um país que está a emergir da ruralidade há apenas 30/40 anos. E se de facto conhece Portugal vai encontrar no Norte e nas Beiras pessoas, a quem parece chamar de "incultas", e que usam mais tempos de verbos fiéis ao "original" com que vós vos ireis deparar em vossa vida. A esse mesmos "rurais" do Norte de Portugal você irá ouvir palavras como "ídéia", "téia", embora você veja no seu meio urbano escrito como "ideia" ou "teia" e leia (léia) com "idêia" ou "têia" . O mesmo acontece se for à Madeira e a certas ilhas dos Açores.

A sua visão da língua é demais restrita. E saiba que pelos meus cálculos, se em Portugal 30% das palavras não se adequam, não condizem com, a forma fonética geral,

Fala do latim, quantas palavras de origem latina forma corrompidas do sentido e uso original ?

Na origem do português, não conta a influência árabe com palavras como "enxaqueca" corrupções do original árabe. No entanto vejo no Brasil o uso corrente de "almoxarifado", palavra em desuso em Portugal.

E depois acho que pelos seus (fracos) argumentos, não compreende as grandezas das proporcionalidades envolvidas ... no presente . Centenas de milhões de falantes para dezenas de milhões. Você quer fazer da questão quem manda em quem, e ninguém manda nada e todos mandam, porque quem faz a lingua é o Povo que a fala.

E não esqueça é que as heranças são os presentes do futuro.

 

JimmyDavid said:

Tanta zanga por tão pouco... mas aceito discutir, desde que com calma. "Corruptela", segundo o dicionário de Língua Portuguesa que em portugal é distribuído, significa "forma errada ou abusiva de alterar uma linguagem". Estou a ver que essa própria palavra, no Brasil passou a exemplo de corruptela. Adiante. Por acaso, eu até moro num meio rural e nada tenho contra quem mora aqui, ali, seja onde for. As formas de Português rural que eu disse serem aceites são, por exemplo, o Mirandês (que existe no Norte de país e tem base de formação castelhana) e outras semelhantes, do Interior.
Quanto a guerras entre Brasil-Portugal, não me meto nisso. lembro apenas que Portugal saiu do "meio rural" há pouco, mas ainda serve para receber muitos brasileiros por cá (e eu sou amigos de muitos) que decidiram dizer "chega" à criminalidade e falta de oportunidade sofridas em seu próprio país. Portanto, não penso que sejamos assim tão mauzinhos.

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Zangado, eu ? Lembre-se que no seu primeiro post tu chamaste-nos de malucos, em "brasileiro" você chamou a gente de maluco.

Existem pelos menos 1 dezenas de dicionários que são publicados em Portugal, incluindo a "Enciclopédia luso-brasileira".

Que eu saiba o Mirandês tem estatuto de Língua, e é legalmente o 3 idioma oficial de Portugal. E baseando-me na sua apaixonada pureza da língua, o Mirandês será apenas uma corruptela infindável do Português, do Galego e do Castelhano.

Ah ! Pelos seus argumentos (ou falta deles) vejo que o seu problema não é com a "braso-corruptela" (oops inventei uma palavra !!) do Português-mãe o seu problema é mesmo com os brasileiros ... acho que devia deixar de ler o Correio da Manhã !

Não sei se sabe mais há mais Portugueses no Brasil que Brasileiros em Portugal ... e todos cometem ou crimes ou são trabalhadores ! Deixe de ouvir demagogia barata !

Para que fique informado eu sou Português nado e criado.

PS : Também sei nadar e não sirvo às mesas !
PS 2:Quando alguém quer discutir saudavelmente, primeiro convém arranjar argumentos ... and then pick the right fight.

Conclusão: Ambos os países vão poder escrever "ideia" e idéia" como grafias aceites da palavra. Cabe a cada um dizê-la como aprendeu ... chama-se a isso cultura.

 

Como é que o debate passou das formas de linguagem para os assuntos sociais e políticos? Não quero entrar nisso, já disse, até porque nada tenho contra ninguém. Também não entendo o que o Correio da Manhã tenha que ver com tudo isso (?)
Eu não defendo países, defendo a língua. E não julguem que estou de mãos dadas com todos os exemplos de ortografia usada em Portugal. De facto, em certas situações prefiro a forma brasileira. Por exemplo, em Portugal é costume dizer-se "até ao fim". É uma corruptela absurda. A maneira correcta é a brasileira "até o fim", já que "até" e "ao" são preposições que indicam o mesmo, logo deve-se estruturar a frase pela sua correcta ordem (preposição + artigo definido + substantivo). Sou, contudo, contra quem pega em palavras e regras gramaticais que já existiam e as adultera a seu prazer. Ainda há pouco tempo fui chamado de burro num forúm americano por ter escrito "Brasil". Disseram-me que o nome do país era "Brazil". Eu respondi-lhes que agradecia a "correcção", mas que foi O MEU POVO que deu o nome ao país e que eu deveria saber (não?). Pedro nunca será Peter, Charles nunca será Carlos e Brasil nunca será Brazil, pois nomes próprios não se traduzem simplesmente para o "mais parecido". Da mesma forma, as palavras "boleia" e "ideia" são, na verdade, para ser lidas como (ê) na segunda sílaba e não (é). Julgo que o erro que levou à corruptela brasileira veio dessa falta de noção.

 

JimmyDavid said:

Como é que o debate passou das formas de linguagem para os assuntos sociais e políticos? Não quero entrar nisso, já disse, até porque nada tenho contra ninguém. Também não entendo o que o Correio da Manhã tenha que ver com tudo isso (?)
Eu não defendo países, defendo a língua. E não julguem que estou de mãos dadas com todos os exemplos de ortografia usada em Portugal. De facto, em certas situações prefiro a forma brasileira. Por exemplo, em Portugal é costume dizer-se "até ao fim". É uma corruptela absurda. A maneira correcta é a brasileira "até o fim", já que "até" e "ao" são preposições que indicam o mesmo, logo deve-se estruturar a frase pela sua correcta ordem (preposição + artigo definido + substantivo). Sou, contudo, contra quem pega em palavras e regras gramaticais que já existiam e as adultera a seu prazer. Ainda há pouco tempo fui chamado de burro num forúm americano por ter escrito "Brasil". Disseram-me que o nome do país era "Brazil". Eu respondi-lhes que agradecia a "correcção", mas que foi O MEU POVO que deu o nome ao país e que eu deveria saber (não?). Pedro nunca será Peter, Charles nunca será Carlos e Brasil nunca será Brazil, pois nomes próprios não se traduzem simplesmente para o "mais parecido". Da mesma forma, as palavras "boleia" e "ideia" são, na verdade, para ser lidas como (ê) na segunda sílaba e não (é). Julgo que o erro que levou à corruptela brasileira veio dessa falta de noção.

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Olhe que não, olhe que não...
Até mesmo a pronúncia de uma palavra muda com os anos, não é, portanto, estática. E também depende da região. Ideia já teve acento em português, quando se escrevia idéa (o acento já vinha do grego). Não sei precisar exactamente o período, mas situá-lo-ia ainda na primeira metade do século XX. Mais tarde, começou-se a grafar ideia/idéia em Portugal e no Brasil. A meu ver, os brasileiros ativeram-se mais à raiz da palavra, ao deixarem o acento.
Onde eu vivo (Baixo Alentejo) as pessoas dizem idéia, boléia, assembléia. No entanto, dizemos epopeia, estreia, colmeia, odisseia, etc. Eu sempre falei assim e não me considero propriamente ignorante ou iletrado. Penso que mantivemos mais traços do falar antigo, um exemplo disso é o gerúndio, que ainda usamos muito por aqui.
Agora, é surrealista querer ou esperar que a língua falada no Brasil (no Brasil escreve-se o nome do país com "s" e não com "z".) não reflicta as especificidades e idiossincrasias daquele enorme país e duma realidade tão diferente da nossa e com ifluências de tantas culturas diferentes, visto ser um país de emigrantes.

 

JimmyDavid said:

De facto, a palavra "ideia" foi espalhada em Portugal (como a maioria da gramática) através das celebrações eucarísticas, dadas em latim. Antigamente, essa era quase a única maneira de transmitir conhecimento ao povo, pois só o Clero tinha instrução. Os párocos usavam o substantivo latino "idea" para referir "imagem" (aquela concebida interiormente). Daí nasceu a palavra "ideia", nasalada e não acentuada como os gregos faziam.
Mas a questão não é essa. Pessoalmente até sou a favor da evolução das línguas e reconheço que as ramificações são inevitáveis. Simplesmente não concordo com todos os exemplos.

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O som dessas terminações sempre teve muitas variações regionais, quanto mais de país para país. Não é uma questão de se concordar, em muitas regiões sempre se proferiram esses verbetes de forma não nasalisada, como nos exemplos que referi. Uma coisa é falar, outra coisa é escrever. E quando toca a escrever convém fazê-lo na norma padrão. Ainda que digamos /idéia/, escrevemos ideia.
Da mesma forma palavras como económico/econômico, poémico/polêmico, etc, que nas primeiras décadas do século XX não eram acentuadas quer em Portugal, quer no Brasil, evoluiram para acentos diferentes conforme a pronúncia predominante em cada país.
O que se passa é que Portugal não é dono (nem Portugal, nem nenhum outro país) da língua portuguesa, a língua é de todos aqueles que a falam, quer seja nos países lusófonos, quer seja em quaisquer países que partilhem a mesma língua. Essa atitude quase colonialista relativamente à língua é, no mínimo, anacrónica e desajustada nos dias que correm. Ninguém tem de vir pedir licença aos portugueses quando surge uma palavra/expressão nova num país lusófono. As línguas simplesmente evoluem naturalmente, são património vivo e em constante mutação. Queiramos ou não, concordemos ou não...

 

JimmyDavid said:

Qual é a linha que demarca a evolução de uma língua do simples erro? - pergunto eu. Se me apetecer passar a escrever "táxe bãe" em vez de "está-se bem" (como tenho visto ultimamente amiúde em mensagens que recebo) quer isso dizer que não cometi um erro, mas que inaugurei uma nova forma? Nesse caso, matou-se a definição de erro, porque tudo é permitido sob a justificação da nova criação. Mesmo que não seja utilizada pelo resto do mundo, faço então dela uma regra da minha cidade ou da minha rua... ou da minha casa. O que passará a ditar quando um professor tem razão ou o aluno, se tudo é ponto de vista e todo o erro pode ser visto como alteração à forma-mãe? "o menino errou no teste", diz o mestre; "nem pensar" replica o aluno "você é burro e não vê que acabei de inventar uma nova maneira de escrever"... Este cenário é então possível e o aluno tem tanto direito a ele como qualquer outra pessoa ou povo.

O que você nota o som da última sílaba das palavras chapéu e comeu?

cascavel comeu chapŽu a) O que você nota quanto ao som da última sílaba das palavras chapéu e comeu ? Embora as duas palavras terminem com as vogais E e U , em chapéu a letra E tem som aberto, /é/; em comeu , a letra E tem som fechado, /ê/.

O que você percebe quanto a escrita final da palavra Cascavel e chapéu?

Resposta verificada por especialistas Comparando as duas palavras "cascavel" e "chapéu", temos que o seu som (ou fonema) ao final de ambas são muito semelhantes. No entanto, a sua escrita é totalmente diferente. A sílaba "vel" e a sílaba "péu" tem as terminações parecidas.

Qual é a sílaba mais forte da palavra chapéu?

Oxítona – Sílaba tônica é a última da palavra. Ex: café, chulé, chapéu.

O que você observou quando o som das palavras destacadas e quanto a escrita?

Resposta: onde estão as palavras? As últimas letras "l" e "u" das duas palavras possue o mesmo fonema, gerando confusão quanto a escrita correta. O que distingue é a escrita, que tira nossas dúvidas quanto ao uso correto das letras na palavras referidas.