Quando eu devo usar os pronomes eu e mim?
Confira a dica e não fique mais em dúvida.
Muitas pessoas ficam em dúvida sobre qual pronome usar: eu ou mim. Você sabe qual está correto? Na verdade, os dois – mas cada um em seu contexto específico.
Veja agora quando você deve usar cada um deles:
Classificado pelos gramáticos como pronome pessoal reto, o “eu” deve ser usado sempre com a função de sujeito da frase. Sendo assim, o pronome indica quem realizará as ações – ele vai aparecer na frase de forma ativa.
Por exemplo:
Eu preciso terminar o resumo – Quem vai terminar o resumo sou “eu”.
O pronome “eu” é o sujeito da frase, então “eu” que realizo a ação.
Você já ouvir dizer que mim não conjuga verbo? É justamente porque o pronome “eu” vai aparecer antes de verbos, no momento em que estivermos indicando uma ação.
Mim
Já o pronome mim é classificado como pronome pessoal oblíquo. Ele deve aparecer na frase com a função de objeto indireto no complemento. Está parecendo grego isso aqui, né? O que você tem que lembrar é que ele não realiza a ação, ele aparece na forma passiva e geralmente no final de frases.
Por exemplo:
Ele sentiu muita saudade de mim – Quem sentiu a saudade foi “ele”.
“Ele” que realizou a ação. Por isso, o “mim” aparece como complemento da frase (quem sente saudade, sente saudade de alguém ou de alguma coisa).
Podemos notar
também que o pronome “mim” veio precedido de uma preposição. Seria completamente errado dizer que alguém sentiu saudade de eu.
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Dica
Antes de verbo: usar o pronome eu
Depois de preposição: usar o pronome mim
– E se acontecer de aparecer os dois elementos na mesma frase?
Isso pode acontecer mesmo, como na frase “A professora fez de tudo para eu apresentar”. Nesse caso, mantém a regra de que antes de verbo sempre usamos o pronome “eu”.
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1. Tu X Você
Com a evolução da língua, o pronome de tratamento Vossa Mercê passou por modificações: “vossemecê”, “vosmecê”, até chegar a “você”. De forma bastante natural, esse pomposo pronome foi se popularizando e hoje é preferencialmente usado em detrimento do pronome pessoal “tu”. Tudo bem! A língua tem dessas dinamicidades mesmo. Hoje o pronome “você” é usado como se fosse um nono pronome pessoal do caso reto (além de eu, tu, ele, ela, nós, vós, eles e elas). O problema decorre quando as pessoas misturam os elementos que acompanham os pronomes pessoais do caso reto, como os pronomes pessoais do caso oblíquo e os pronomes possessivos. Observe esse exemplo abaixo:
Ó minha fofura, você não sabe que eu te amo mais que a tudo no mundo?
É necessário manter a homogeneidade de concordância entre o sujeito e os termos ligados a ele (verbo, pronomes, etc.). Se você iniciar a frase com você, todos os outros elementos devem concordar com você. O verbo tem que ficar na terceira pessoa, os pronomes oblíquos devem ser “o”, “a”, “se” ou “lhe”, os pronomes possessivos têm de ser “seu”, “sua”, “seus” ou “suas”. Se o sujeito for “tu”, o verbo tem que concordar com a segunda pessoa, o pronome oblíquo será “te”, e os pronomes possessivos devem ser “teu”, “tua”, “teus” ou “tuas”. Não misture as bolas!
Você sabe que eu sempre vou te amar. (errado: você = 3ª p., te = 2ª p.)
Tu sabes que eu sempre vou te amar. (correto: tu e te concordam entre si)
Vem pra Caixa você também. (errado: vem concorda com tu, não com você)
Venha pra Caixa você também. (correto: venha concorda com você)
Vem pra Caixa tu também. (correto: vem concorda com tu)
Telefone quando precisar, que eu vou ao teu encontro. (errado: telefone concorda com você, que é 3ª pessoa do singular; teu concorda com a 2ª pessoa do singular)
Se alguém lhe disser: Você sabia que eu te amo?, duvide; se já começou errado com o Português, é possível que a sinceridade das palavras também esteja comprometida. Corrigindo o exemplo inicial:
Ó minha fofura, tu não sabes que eu te amo mais que a tudo no mundo?
ou Ó minha fofura, você não sabe que eu a amo mais que a tudo no mundo?
2. Para eu X Para mim
Assunto obrigatório na maioria das apostilas de cursos preparatórios para concursos e vestibulares, já vi muitos autores defenderem que NUNCA se usa “para mim” antes de verbo no infinitivo, porque, alegam eles, “mim” nunca pratica ação alguma. O buraco é mais embaixo!!!! Nem sempre quando o pronome “mim” antecede um verbo no infinitivo, ele exerce função de sujeito. Observe o exemplo abaixo em que vemos uma construção errada quanto ao uso de “para eu” X “para mim”.
Será complicado para eu rescindir o contrato dos novos inquilinos.
Não vamos aqui fazer análises sintáticas que nos levem à conclusão de que o verbo “rescindir” é impessoal. Existe uma maneira muito simples de você acabar com a dúvida do “para eu” X “para mim”: PARA MIM (ou PARA TI) pode ser retirado da frase sem comprometer o sentido da mensagem. PARA EU não pode sair da frase.
Portanto, se houver dúvida na hora de usar PARA EU ou PARA MIM, retire essa expressão da frase. Se o resultado fizer sentido, o certo é para mim. Caso contrário, para eu.
Ex. 1: Foi muito difícil para eu/para mim colar os cacos do jarro.
Retirando a expressão, temos: Foi muito difícil colar os cacos do jarro, construção corretíssima, o que nos leva a concluir que o certo é para mim:
Foi muito difícil PARA MIM colar os cacos do jarro.
Ex. 2: Ontem não deu para eu/para mimcorrigir as provas.
Com a expressão fora da frase, temos o seguinte resultado: Ontem não deu corrigir as provas, mensagem truncada, indicando que a expressão não pode ser omitida, logo concluímos que o certo é para eu:
Ontem não deu PARA EU corrigir as provas.
Ex. 3: Para eu/para mimtraduzir este texto, precisarei de um dicionário de termos técnicos.
Obtemos a seguinte frase ao retirar a expressão: Traduzir este texto, precisarei de um dicionário de termos técnicos, texto incompreensível, o que nos leva a concluir que a expressão deve permanecer, portanto o correto é para eu:
PARA EU traduzir este texto, precisarei de um dicionário de termos técnicos.
Ex. 4: É impossível para eu/para mim fazer o relatório em apenas um dia.
Retirando a expressão, teremos: É impossível fazer o relatório em apenas um dia, estrutura perfeita, portanto a expressão correta é para mim:
É impossível PARA MIM fazer o relatório em apenas um dia.
Analisando o exemplo inicial, percebemos que a expressão pode ser retirada da frase, por isso o correto é usar para mim. Corrigindo:
Será complicado para mim rescindir o contrato dos novos inquilinos.
Observe que a expressão "para mim" pode "passear" na frase. No exemplo acima, podemos ter as seguintes construções:
Para mim será complicado rescindir o contrato dos novos inquilinos.
Será complicado rescindir o contrato dos novos inquilinos para mim.
Será para mim complicado rescindir o contrato dos novos inquilinos.
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Revisão: Jáder Cavalcante
Texto: JADER CAVALCANTE DE ARAUJO
Última alteração em: 26/11/2019 09:27