Pergunta enviada por Julio Baptista, Petrolina, PE
MÚSCULOS EM AÇÃO Pulmões trabalham
em ritmo acelerado para oxigenar o sangue
Atividade física é sinônimo de músculos em movimento. Quanto mais as fibras musculares se esforçam para realizar uma tarefa, mais elas consomem o oxigênio trazido pela corrente sanguínea. Isso obriga os pulmões a trabalhar em ritmo acelerado, já que são eles os responsáveis pela oxigenação. O coração também acelera, pois precisa bombear o sangue com mais vigor. É por isso que, durante a prática de exercícios, o batimento cardíaco e a frequência respiratória aumentam. Resultado: ficamos ofegantes, sobretudo quando o condicionamento físico não é o ideal para aquela atividade. As frequências cardíaca e respiratória podem ser trabalhadas a partir da 7ª série. Nos dois casos, uma maneira de apresentar o tema é pedir que os alunos meçam a própria pulsação e a dos colegas em quatro momentos distintos: repouso, pós-atividade leve, pós-atividade moderada e pós-atividade intensa. A cada aferição, a garotada perceberá que o ritmo cardíaco fica mais alto. Esse é o gancho para discutir as reações imediatas do corpo ao exercício - entre eles, o incremento da frequência respiratória.
Consultoria Anselmo José Perez, doutor em Ciências Fisiológicas e professor de Educação Física da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).
Ciclo cardíaco: é a seqüência de fatos que acontece a cada batimento cardíaco. O coração ciclicamente se contrai e relaxa. Quando se contrai, ejeta o sangue em direção às artérias, na fase chamada de sístole. Quando relaxa, recebe o sangue proveniente das veias, na fase chamada diástole.
Ausculta Cardíaca é a parte da Semiologia médica que estuda os sons gerados pelo ciclo cardíaco e seu significado. Quando se ausculta uma pessoa com um estetoscópio, os batimentos cardíacos são marcados por dois sons: “TUM” e ―tá!. O ―TUM é chamado primeira bulha cardíaca. Coincide com o fechamento das valvas atrioventriculares e é gerada por vibrações no miocárdio e sangue resultantes da contração dos ventrículos. Consequentemente, se ocorreu o fechamento das valvas
atrioventriculares, inicia-se a seguir a sístole ventricular e na ausculta cardíaca, observa-se o pequeno silêncio. O ―tá! é chamado segunda bulha. Coincide com o fechamento das valvas aórtica e pulmonar (semilunares) ao término da contração e é gerada pelas vibrações das paredes das artérias e sangue que se choca contra estas estruturas. Consequentemente, com o fechamento das valvas semilunares, inicia-se a seguir a diástole ventricular e na ausculta cardíaca observa-se o grande
silêncio. As bulhas são auscultadas através dos focos primários, entre eles o Foco Mitral (FM). O FM localiza-se em cima do “íctus cordis”. Ictus-cordis (“choque da ponta”): Sensação tátil da sístole do ventrículo esquerdo e percebida no 4º e 5º espaço intercostal esquerdo, na linha hemiclavicular. Freqüência cardíaca ou ritmo cardíaco é o número de vezes que o coração bate (ou cicla) por minuto. É expressa em bpm: batimentos por
minuto. Aferição da freqüência cardíaca ao repouso: É a medida da FC quando o paciente está em repouso.
- MATERIAL: Relógio ou cronômetro e estestocópio
- TÉCNICAS:
I. Por ausculta cardíaca
1. Lavar as mãos
2. Colocar o paciente em posição confortável e orientá-lo quanto ao exame.
3. Identificação e palpação do pulso carotídeo (artéria carótida
comum):
- Observa-se a região do pescoço do paciente e identifique o músculo esternocleidomastóideo;
- Afasta-se borda anterior do músculo esternocleidomastóideo;
- Palpa-se com polpa digital do polegar ou polpa digital dedos indicador e médio, no terço médio do ventre muscular;
- Palpar com delicadeza para não comprimir seio carotídeo (pode levar a bradicardia, parada cardíaca, desprendimento de trombos aderidos);
- Não se deve palpar ambas artérias carótidas ao mesmo tempo;
4.
Colocar as olivas do estetoscópio nas orelhas, com o côncavo da curvatura voltada para frente;
5. Posicionar a campânula do estetoscópio suavemente sobre o ictus cordis evitando compressão excessiva;
6. Palpar o pulso corotídeo concomitantemente e atentar-se para a ausculta de B1, B2 e dos silêncios. Observe que B1 coincide com o pulso carotídeo.
7. Contar os ciclos durante um minuto;
8. Lavar as mãos ao término.
II. Por palpação do íctus cordis
1. Lavar as mãos;
2. Colocar o paciente em posição confortável e orientá-lo quanto ao exame;
3. Identifique o local do íctus cordis;
4. Informe ao paciente que você irá palpar o coração (região do Íctus cordis);
5.
Coloque a região central da sua palma na região, que é a única que deverá ter contato com a pele da região. O seus dedos deverão estar em hiperextensão;
6. Cada impulsão do íctus corresponde a uma sístole. Contar o número de sístoles durante um minuto;
7. Lavar as mãos ao témino.
Como escrever o exame normal: FC em repouso: ..... bpm (batimentos por minuto).
Referências:
1. LÓPEZ, Mario; LAURENTYS-MEDEIROS, José de. Semiologia médica: as bases do diagnóstico clínico . 5. ed. Rio de Janeiro: Revinter, 2004. 1233 p.
2. PORTO, Celmo Celeno. Exame clínico: bases para a prática médica. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004.