Criado pela Lei Nº 4.341, de 13 de junho de 1964, em seu Artigo 1º tem-se: “É criado, como órgão da Presidência da República, o Serviço Nacional de Informações (SNI), o qual, para os assuntos atinentes à Segurança Nacional, operará também em proveito do Conselho de Segurança Nacional”. No Artigo 2º dessa Lei, estabelecem-se suas finalidades: “O Serviço Nacional de Informações tem por finalidade superintender e coordenar, em todo o território nacional, as atividades de informação e contra informação, em particular as que interessem à Segurança Nacional”. Custodiado pelo Arquivo Nacional, o fundo compreende documentos produzidos pelo SNI e recebidos dos diversos órgãos que compunham o extinto Sistema Nacional de Informações (SISNI), entre eles as unidades de inteligência das Forças Armadas e da Polícia Federal, sobre repressão a organizações de esquerda, anistia, prisões, partidos políticos, movimentos populares, sindicatos, Igreja, universidades e movimento estudantil, asilo político, guerrilha urbana, guerrilha rural, terrorismo, relações internacionais, cassação de mandatos e direitos políticos. Esses papéis podem ser consultados presencialmente ou pela internet, por via do Sistema de Informações do Arquivo Nacional - SIAN. Show
Publicado em 02/06/2022 10h54 Atualizado em 18/10/2022 09h34
Em julho de 1980, banca de jornal no bairro de Madureira, Rio de Janeiro, sofre atentado à bomba por vender jornais de oposição à ditaduraConforme o Serviço Nacional de Informações - SNI, a banca "recebeu um aviso de que não vendesse jornais comunistas. Não atendendo às ameaças, foi atacada a explosivo, que causou pequenos danos, como mostram as fotos". No dossiê do SNI sobre o caso consta também o bilhete deixado ao jornaleiro pelo grupo terrorista: "Senhor jornaleiro. O senhor, talvez sem saber, vem colaborando para o aumento da propaganda comunista em nossa pátria, ao vender alguns, se não todos, dos jornais abaixo relacionados. Estes jornais divulgam ideias comunistas contrárias à moral e aos desejos do povo brasileiro. Exigimos, portanto, que o senhor pare imediatamente de vender estes jornais em sua banca, para que não sejamos obrigados a tomar medidas drásticas." Conforme o bilhete, os jornais que deveriam deixar de ser vendidos seriam os seguintes: Hora do Povo, Movimento, Companheiro, Voz da Unidade, O Trabalho, Tribuna da Luta Operária, O Pasquim, Em Tempo, Correio Sindical, Coojornal, O Reporter, Convergência Socialista, Jornal do CDA. Arquivo Nacional, Serviço Nacional de Informações, BR DFANBSB V8.MIC, GNC.AAA.80009367 publicado 02/06/2022 10h54 Imagem
Jornal Em Tempo é vítima de atentado à bomba de grupos terroristasOcorrido em Belo Horizonte, no dia 18 de agosto de 1978, o crime foi organizado pelo Movimento Anticomunista (MAC) e pelo Grupo Anticomunista. Arquivo Nacional, Serviço Nacional de Informações, BR DFANBSB V8.MIC, GNC.AAA.80009075 publicado 18/10/2022 09h34 ImagemHeloisa Starling Entre 1964 e 1970, a ditadura militar criou um sistema reticulado que abrigou o vasto dispositivo de coleta e análise de informações e de execução da repressão no Brasil. O centro desse sistema era o Serviço Nacional de Informações (SNI), um órgão de coleta de informações e de inteligência que funcionava de duas maneiras: como um organismo de formulação de diretrizes para elaboração de
estratégias no âmbito da presidência da República e como o núcleo principal de uma rede de informações atuando dentro da sociedade e em todos os níveis da administração pública. A estrutura do SNI fornecia ao sistema uma capilaridade sem precedentes ramificando-se através das agências regionais; das Divisões de Segurança e Informações (DSI), instaladas em cada ministério civil; das Assessorias de Segurança e Informação (ASI), criadas em cada órgão público e autarquia federal. Até
1967, a ditadura se utilizou da estrutura de repressão já existente nos estados, mobilizando os Departamentos de Ordem Política e Social, subordinados às Secretarias de Segurança Pública e os policiais civis lotados nas Delegacias de Furtos e Roubos, famosos pelo uso da violência e a prática da corrupção. A máquina de repressão começou a tomar nova forma em maio de 1967, com a criação do Centro de Informações do Exército (CIE). O CIE atuava simultaneamente na coleta de informações e na repressão
direta e foi provavelmente a peça mais letal de todo o aparato da ditadura. Tão temidos quanto o CIE eram o Centro de Informações da Marinha (CENIMAR), criado em 1957 e o Centro de Informações de Segurança da Aeronáutica (CISA), montado em 1970. A partir de 1969, o sistema de coleta e análise de informações e de execução da repressão tornou-se maior e mais sofisticada com a criação, em São Paulo, da “Operação Bandeirantes”, (OBAN) um organismo misto formado por oficiais das três Forças e por policiais civis e militares, e programada para combinar a coleta de informações com interrogatório e operações de combate. A OBAN foi financiada por empresários paulistas que estabeleceram um sistema fixo de contribuições – cujo funcionamento é, até hoje, um dos mais bem guardados segredos da ditadura. Também serviu de modelo para a criação, em 1970, dos Centros de Operação e Defesa Interna (CODI) e os Destacamentos de Operação Interna (DOI). Os CODI-DOI estavam sob o comando do ministro de Exército, Orlando Geisel, conduziram a maior parte das operações de repressão nas cidades e atuavam sempre em conjunto: os CODI como unidades de planejamento e coordenação; os DOI subordinados aos CODI se conduziam como seus braços operacionais. Os documentos disponíveis são de natureza variada e graus diferenciados de sigilo: confidenciais, sigilosos, ultrassecretos. Trazem informações sobre a organização de órgãos integrantes do sistema de coleta e análise de informações e de execução da repressão no Brasil; organização de arquivos sigilosos por órgãos de inteligência e repressão das Forças Armadas; códigos para cifragem e decifragem de comunicação de rádio em operações militares; planejamento e avaliação de ações; operações de monitoramento. Para saber mais: FIGUEIREDO, Lucas. Lugar nenhum; militares e civis na ocultação dos documentos da ditadura. São Paulo: Companhia das Letras, 2015; FIGUEIREDO, Lucas. Ministério do silêncio; a história do serviço secreto brasileiro de Washington Luís a Lula (1927-2005). Rio de Janeiro: Record, 2005; FICO, Carlos. Como eles agiam; os subterrâneos da ditadura militar; espionagem e polícia política. Rio de Janeiro: Record, 2001; QUADRAT, Samantha Viz. Poder e informação: o sistema de inteligência e o regime militar no Brasil. Rio de Janeiro: UFRJ/PPGHIS, 2000; JOFFILY, Mariana. No centro da engrenagem; os interrogatórios na Operação Bandeirante e no DOI de São Paulo (1969-1975). São Paulo: EDUSP, 2013; GODOY, Marcelo. A casa da vovó; uma biografia do DOI-Codi (1969-1991), o centro de seqüestro, tortura e morte da ditadura militar. São Paulo: Alameda, 2014. 2.1. CENIMAR O que foi o SNI e qual a sua função?O Serviço Nacional de Informações (SNI) foi criado pela lei nº 4.341 em 13 de junho de 1964 com o objetivo de supervisionar e coordenar as atividades de informações e contrainformações no Brasil e exterior.
O que foi o SNI Brainly?O SNI (Serviço Nacional de Informações) foi o principal órgão de inteligência da Ditadura Militar, agindo no sentido de vigiar a ação de grupos políticos dentro e fora do Brasil, se infiltrando em movimentos de trabalhadores, organizações estudantis, setores da sociedade civil e partidos políticos.
Que que significa SNI?Serviço Nacional de Informações - SNI.
Para que serve o sistema Nacional de informação?Criado em 1995 por meio de um programa governamental de modernização, o SNIS surgiu para suprir a necessidade de agrupar, padronizar e distribuir dados dos serviços de saneamento.
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