A recomendação de clampeamento intermitente do cateter prévio à remoção de sonda vesical de demora ou qualquer outro preparo, independentemente do tempo de permanência do dispositivo, apesar de muito comum na rotina dos serviços de saúde, não possui evidências científicas de benefício.
Pessoas que estão em uso de cateteres urinários devem ser avaliadas com frequência para a possibilidade de remoção* do dispositivo e retomada da micção espontânea, conduta que diminui o risco de infecções do trato urinário e de sequelas, como incontinência e retenção urinária.
Como também não há consenso sobre como fazer a remoção de SVD, considerando o cenário da Atenção Primária à Saúde (APS), sugere-se:
- Proceder com a remoção atraumática. Esvaziar completamente o balonete – conectar uma seringa com êmbolo retraído e deixar o líquido drenar espontaneamente, sem aspirar – ele pode conter de 10 a 20 mL de solução, nos casos de procedimentos endourológicos podem chegar a 30 a 60 mL. Tracionar a sonda lenta e gentilmente, havendo qualquer resistência, atentar para a possibilidade do balonete não ter sido esvaziado completamente (repetir o procedimento de esvaziamento do balonete). Permanecendo a resistência, encaminhar para serviço hospitalar de referência.
- Nos primeiros dias após a remoção, a micção espontânea pode causar ardência e a coloração pode estar ligeiramente tingida de sangue. Orientar sobre ingesta hídrica, mobilização (quando não houver restrições) e uma rotina de idas ao banheiro, a cada 4 a 6 horas, independentemente da vontade de urinar. A partir dessa rotina o acompanhamento deve ser de acordo com as queixas que a pessoa apresentar.
- Orientar sobre sinais de infecção (febre, dor abdominal, urina com mau cheiro, hematúria) e, na vigência dos mesmos, procurar o serviço de saúde imediatamente.
*A decisão sobre remoção da sonda vesical de demora é uma conduta médica.
Veja mais sobre troca de sonda vesical de demora aqui.
Referências:
GENG, V. et al. Catheterisation indwelling catheters in adults – urethral and suprapubic. Arnhem: European Association of Urology Nurses, 2012. Disponível em: <//nurses.uroweb.org/guideline/catheterisation-indwelling-catheters-in-adults-urethral-and-suprapubic/>. Acesso em: 6 fev. 2018.
SCHAEFFER, A. J. Complications of urinary bladder catheters and preventive strategies. Waltham (MA): UpToDate, 2018. Disponível em: <//www.uptodate.com/contents/complications-of-urinary-bladder-catheters-and-preventive-strategies>. Acesso em: 6 fev. 2018.
SCHAEFFER, A. J. Placement and management of urinary bladder catheters in adults. Waltham (MA): UpToDate, 2017. Disponível em: <//www.uptodate.com/contents/placement-and-management-of-urinary-bladder-catheters-in-adults>. Acesso em: 6 fev. 2018.
SCHUB, T. et al. Urinary catheter, indwelling: removing. Ipswich (MA): EBSCO, 2017 [acesso em 28 dez 2017]. Disponível mediante senha e login em: <//web.a.ebscohost.com/nrc/detail?vid=0&sid=339d7ef7-3803-47fb-a673-77e11d2536f6%40sessionmgr4008&bdata=JnNpdGU9bnJjLWxpdmU%3d#db=nrc&AN=T703894&anchor=ID0EYOAC>.
WOUND, OSTOMY AND CONTINENCE NURSES SOCIETY. Care and management of patients with urinary catheters: a clinical resource guide. Mt. Laurel: NJ, 2016. Disponível em: <//c.ymcdn.com/sites/www.wocn.org/resource/resmgr/publications/Care_&_Mgmt_Pts_w_Urinary_Ca.pdf>. Acesso em: 6 fev. 2018.
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Cuidados de Enfermagem
Núcleo de Telessaúde Rio Grande do Sul | 28 junho 2019 | ID: sofs-42478
A recomendação de clampeamento intermitente do cateter prévio à remoção de sonda vesical de demora ou qualquer outro preparo, independentemente do tempo de permanência do dispositivo, apesar de muito comum na rotina dos serviços de saúde, não possui evidências científicas de benefício.
Pessoas que estão em uso de cateteres urinários devem ser avaliadas com frequência para a possibilidade de remoção* do dispositivo e retomada da micção espontânea, conduta que diminui o risco de infecções do trato urinário e de sequelas, como incontinência e retenção urinária.
Como também não há consenso sobre como fazer a remoção de SVD, considerando o cenário da Atenção Primária à Saúde (APS), sugere-se:
Proceder com a remoção atraumática. Esvaziar completamente o balonete – conectar uma seringa com êmbolo retraído e deixar o líquido drenar espontaneamente, sem aspirar – ele pode conter de 10 a 20 mL de solução, nos casos de procedimentos endourológicos podem chegar a 30 a 60 mL. Tracionar a sonda lenta e gentilmente, havendo qualquer resistência, atentar para a possibilidade do balonete não ter sido esvaziado completamente (repetir o procedimento de esvaziamento do balonete). Permanecendo a resistência, encaminhar para serviço hospitalar de referência.
Nos primeiros dias após a remoção, a micção espontânea pode causar ardência e a coloração pode estar ligeiramente tingida de sangue.
Orientar sobre ingesta hídrica, mobilização (quando não houver restrições) e uma rotina de idas ao banheiro, a cada 4 a 6 horas, independentemente da vontade de urinar. A partir dessa rotina o acompanhamento deve ser de acordo com as queixas que a pessoa apresentar.
Orientar sobre sinais de infecção (febre, dor abdominal, urina com mau cheiro, hematúria) e, na vigência dos mesmos, procurar o serviço de saúde imediatamente.
*A decisão sobre remoção da sonda vesical de demora é uma conduta médica.