O que aconteceu durante a reunião da Assembleia dos Estados Gerais?

Nos anos de 1780, a França vivenciava uma série de conturbações marcadas por grandes revoltas nos campos e nas cidades. Enquanto os trabalhadores assalariados e os camponeses promoviam diversos levantes por todo o país, a burguesia via-se ameaçada pela invasão de produtos estrangeiros com qualidade e preço mais competitivos que os franceses. Dessa forma, a burguesia precisava de incentivos que recuperassem sua força econômica e as camadas populares desesperavam-se com a alta dos alimentos.

Em meio às inundações, desemprego, secas e falências, alguns membros do próprio governo francês tentaram alertar sobre a necessidade de uma ampla reforma fiscal. Em linhas gerais, esses reformistas defendiam a necessidade do clero e da nobreza passarem a contribuir com o pagamento de impostos válidos a toda a população. No entanto, a tentativa de nivelamento fiscal foi completamente barrada pelos representantes da aristocracia francesa.

O rei pretendia realizar uma reforma fiscal sem abalar os interesses do clero e da nobreza. Com isso, o peso financeiro da reforma recairia todo sobre as costas dos trabalhadores e da burguesia. No entanto, essa transformação do sistema fiscal deveria ser aprovada por um Parlamento que tinha o poder de vetar, julgar ou reconhecer alguns pedidos feitos pela autoridade real. Nesse momento, rei e Parlamento enfrentaram uma crise política que só poderia ser contornada com a conclamação dos Estados Gerais.

Sem alternativa, Luis XVI, então rei da França, incumbiu o recém-empossado ministro Jacques Necker para realizar a convocação dos Estados Gerais. Essa instituição, que não era convocada desde 1614, era um tipo de assembleia formada por um processo eleitoral dividido em duas fases. Na primeira fase, toda a população votava em uma série de representantes políticos que, posteriormente, escolheriam os participantes definitivos da assembleia dos Estados Gerais.

Com o fim das eleições, a Assembleia ficou organizada da seguinte forma: o Primeiro Estado com 291 representantes, o Segundo com 270 e o Terceiro com expressivos 578 deputados. Mediante essa situação, a possibilidade de transformação política tornava-se cada vez mais palpável. Não por acaso, os numerosos representantes do Terceiro Estado exigiram que o processo de votação das leis fosse feito “por cabeça” e não “por Estado”, conforme estabelecido pelas antigas normas.

Na perspectiva dos integrantes do Terceiro Estado, somente a votação individual poderia materializar as urgentes mudanças necessárias. Partindo do pressuposto de que clero e nobreza tinham muitos interesses em comum, seria praticamente impossível vencê-los em um sistema de votação por Estado. Mediante o apoio de alguns dissidentes dos outros Estados, essa exigência foi atendida e, a partir de então, dava-se início aos trabalhos dos Estados Gerais.

Percebendo o conflito de interesses que se consolidaria com o Terceiro Estado, o rei Luis XVI tentou dissolver a assembleia convocada ao impedir a reunião dos deputados na sala onde aconteciam as sessões. Inconformados mediante a intransigência real, os membros do Terceiro Estado reuniram-dr separadamente, em junho de 1789, no “Salão da Péla”. Nessa reunião improvisada realizaram um juramento onde se comprometiam a ficar juntos até que fosse elaborada uma nova Constituição para a França.

Com isso, a reunião dos Estados Gerais transformou-se em uma Assembleia Nacional Constituinte. Pressionado com tal ato de hostilidade ao interesse monárquico, o rei Luis XVI reconheceu as novas atribuições assumidas pelos Estados Gerais. Contudo, resolveu pressionar seus integrantes com a demissão de Necker e a convocação do conservador barão de Bretevil para o ministério das finanças.

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A postura inflexível de Luis XVI acirrou ainda mais os ânimos dos deputados e do restante da população francesa. Em resposta, vários dos habitantes da cidade de Paris, que consideravam Necker um patriota, decidiram tomar as ruas da capital francesa em sinal de desaprovação às atitudes de Luis XVI. O auge dessas agitações aconteceu em 14 de julho de 1789, quando a população tomou a fortaleza da Bastilha com o objetivo de buscar armas e a consequente libertação dos inimigos da monarquia.

Com a queda da Bastilha, um dos mais importantes símbolos da autoridade monárquica, era dada a largada para os acontecimentos que marcariam a Revolução Francesa.

O que aconteceu durante a reunião da Assembleia dos Estados Gerais?

O Estado-Geral de 1789 era uma assembleia geral representando as propriedades francesas do reino convocado por Luís XVI para propor soluções para os problemas financeiros da França. Terminou quando o Terceiro Estado se formou em uma Assembléia Nacional, sinalizando a eclosão da Revolução Francesa.

Pontos chave

  • O Estado-Geral de 1789 foi o primeiro encontro desde 1614 dos Estados Gerais franceses, uma assembleia geral representando as propriedades francesas do reino. Convocado pelo rei Luís XVI para propor soluções para os problemas financeiros de seu governo, os Estados Gerais se reuniram por várias semanas em maio e junho de 1789.
  • Em 1787, pressionado pela situação financeira desesperada da França, o rei convocou uma Assembléia dos Notáveis. O ministro das Finanças da França, Charles Alexandre de Calonne, esperava que, se a Assembléia apoiasse propostas de reformas financeiras, os parlamentares seriam obrigados a registrá-las. O plano fracassou, mas a Assembléia insistiu que as reformas propostas deveriam ser apresentadas aos Estados Gerais.
  • Luís XVI convocou os Estados Gerais para maio de 1789. O rei concordou em manter muitos dos costumes divisórios que haviam sido a norma em 1614, mas eram intoleráveis ​​para o Terceiro Estado. A decisão mais controversa e significativa permaneceu a natureza da votação.
  • Em 5 de maio de 1789, os Estados Gerais se reuniram. No dia seguinte, o Terceiro Estado descobriu que o decreto real concedendo dupla representação também sustentava o voto tradicional por ordens. Ao tentar evitar a questão da representação e se concentrar apenas nos impostos, o rei e seus ministros avaliaram a situação de maneira muito séria.
  • Em 17 de junho, com o fracasso dos esforços para conciliar as três propriedades, o Terceiro Estado declarou-se redefinido como a Assembléia Nacional, uma assembléia não das fazendas, mas do povo. Eles convidaram as outras ordens para se juntarem a eles, mas deixaram claro que pretendiam conduzir os assuntos da nação com ou sem eles.
  • O rei tentou resistir, mas depois de tentativas fracassadas de sabotar a Assembléia e manter as três propriedades separadas, os Estados Gerais deixaram de existir, tornando-se a Assembléia Nacional.

Termos chave

  • parlements : tribunais de apelação provinciais na França do Ancien Régime, ou seja, antes da Revolução Francesa. Eles não eram corpos legislativos, mas sim o tribunal de apelação final do sistema judicial. Eles normalmente exerciam muito poder sobre uma ampla gama de assuntos, particularmente tributação. Leis e decretos emitidos pela Coroa não eram oficiais em suas respectivas jurisdições até que o consentimento fosse dado pela publicação. Os membros eram aristocratas que haviam comprado ou herdado seus escritórios e eram independentes do rei.
  • propriedades do reino : As ordens gerais da hierarquia social usadas na cristandade (Europa cristã) desde o período medieval até a Europa moderna. Diferentes sistemas para dividir os membros da sociedade em propriedades evoluíram ao longo do tempo. O sistema mais conhecido é o Antigo Regime Francês, um sistema de três propriedades usado até a Revolução Francesa (1789-1799). Era composto de clero (o primeiro estado), nobreza (o segundo estado) e plebeus (o terceiro estado).
  • Juramento da quadra de tênis : Juramento feito em 20 de junho de 1789 pelos membros dos Estados Gerais franceses do Terceiro Estado, que haviam começado a se chamar Assembléia Nacional, prometendo “não se separar e remontar onde quer que as circunstâncias o exigissem”. a constituição do reino é estabelecida. ”Foi um evento crucial nos primeiros dias da Revolução Francesa.
  • Assembléia dos Notáveis : Um grupo de altos nobres, eclesiásticos e funcionários estaduais convocados pelo Rei da França em ocasiões extraordinárias para consultar sobre assuntos de estado.
  • Estados Gerais : Assembléia Geral representando as propriedades francesas do reino: o clero (Primeiro Estado), os nobres (Segundo Estado), e as pessoas comuns (Terceiro Estado).

Os Estados Gerais (ou Estados Gerais) de 1789 foram a primeira reunião desde 1614 da assembléia geral que representa as propriedades francesas do reino: o clero (Primeiro Estado), os nobres (Segundo Estado), e as pessoas comuns (Terceiro Estado). Convocados pelo rei Luís XVI para propor soluções para os problemas financeiros de seu governo, os Estados Gerais ficaram por várias semanas em maio e junho de 1789.

Assembléia de Notáveis ​​de 1787

Uma Assembléia de Notáveis ​​era um grupo de altos nobres, eclesiásticos e funcionários estaduais convocados pelo rei da França em ocasiões extraordinárias para consultar sobre assuntos de estado. Ao longo da história da França moderna, tal assembléia foi convocada apenas várias vezes, servindo a um propósito consultivo. Ao contrário dos Estados Gerais, cujos membros eram eleitos pelos súditos do reino, os membros da assembléia eram escolhidos pelo rei e eram homens proeminentes, geralmente da aristocracia. Em 1787, pressionado pela situação financeira desesperada da França, o rei convocou uma assembléia. Tentativas repetidas de implementar a reforma fiscal falharam devido à falta de apoio do Parlamento de Paris, como parlementOs juízes consideraram que qualquer aumento no imposto teria um efeito negativo direto sobre sua própria renda. Em resposta a essa oposição, o ministro das Finanças, Charles Alexandre de Calonne, sugeriu que Luís XVI convocasse uma Assembléia dos Notáveis. Embora a Assembléia não tivesse poder legislativo próprio, Calonne esperava que, se apoiasse as reformas propostas, o Parlamento seria forçado a registrá-las. A maioria dos historiadores argumenta que o plano fracassou porque os homens de montagem, cujos privilégios o plano visava conter, recusaram-se a arcar com o ônus do aumento da tributação, embora alguns tenham notado que os nobres estavam bastante abertos a mudanças, mas rejeitaram as especificidades da proposta de Calonne. Além disso, a Assembléia insistiu que as reformas propostas deveriam, na verdade, ser apresentadas a um órgão representativo como os Estados Gerais.

Veja também:

  • Revolução Francesa Resumo
  • Tomada da Bastilha – Queda – Revolução Francesa
  • Estabelecimento da Assembleia Nacional Constituinte – Revolução Francesa
  • Assembleia dos Estados Gerais – Revolução Francesa
  • Bloqueio Continental – Guerras Napoleônicas
  • Itália sob o domínio de Napoleão
  • A Confederação do Reno – o que e como foi
  • O Primeiro Império Francês
  • A queda de Paris
  • A Invasão francesa da Rússia em 1812 – Guerras Napoleônicas
  • A Santa Aliança – Derrota de Napoleão

Propriedades Gerais de 1789

Luís XVI convocou os Estados Gerais em 1788, marcando a data de sua abertura para 1º de maio de 1789. Por ter sido tanto tempo desde que os Estados Gerais haviam sido reunidos, houve um debate sobre quais procedimentos deveriam ser seguidos. O rei concordou em manter muitos dos costumes divisores que eram a norma em 1614, mas intoleráveis ​​para o Terceiro Estado, numa época em que o conceito de igualdade era central para o debate público. A decisão mais controversa e significativa permaneceu a da natureza da votação. Se os estados votassem por ordem, os nobres e o clero poderiam, juntos, outvotar os comuns por 2 a 1. Se, por outro lado, cada delegado tivesse um voto, a maioria prevaleceria.

O número de delegados eleitos foi de cerca de 1.200, metade dos quais formaram o Terceiro Estado. O primeiro e segundo estados tiveram 300 cada. Mas a sociedade francesa havia mudado desde 1614, e esses Estados Gerais não eram como os de 1614. Os membros da nobreza não eram obrigados a concorrer à eleição para o Segundo Estado e muitos foram eleitos para o Terceiro Estado. O número total de nobres nos três estados era de cerca de 400. Nobres representantes do Terceiro Estado estavam entre os revolucionários mais apaixonados, incluindo Jean Joseph Mounier e o conde de Mirabeau.

Em 5 de maio de 1789, os Estados Gerais se reuniram. No dia seguinte, o Terceiro Estado descobriu que o decreto real concedendo dupla representação também confirmava o voto tradicional por meio de ordens. A aparente intenção do rei e de seus conselheiros era que todos se submetessem diretamente à questão dos impostos, mas, ao tentar evitar a questão da representação, eles haviam julgado a situação de maneira muito séria. O Terceiro Estado queria que as propriedades se reunissem como um só corpo e que cada delegado tivesse um voto. As outras duas fazendas, apesar de terem suas próprias queixas contra o absolutismo real, acreditavam – corretamente, como a história provaria – que perderiam mais poder para o Terceiro Estado do que deveriam ganhar do rei. Necker simpatizou com o Terceiro Estado nessa questão, mas carecia de astúcia como político. Ele decidiu deixar o impasse chegar ao ponto de um impasse antes de entrar na briga. Como resultado, no momento em que o rei cedeu à demanda do Terceiro Estado, parecia ser uma concessão arrancada da monarquia, em vez de um presente que teria convencido a população da boa vontade do rei.

O que aconteceu durante a reunião da Assembleia dos Estados Gerais?

Pintura de Auguste Couder mostrando a abertura dos Estados Gerais, ca. 1838

A sugestão de convocar os Estados Gerais veio da Assembléia dos Notáveis, instalada pelo rei em fevereiro de 1787. Ela não se reunia desde 1614. O costume de registrar os éditos do rei como lei era realizado pelo Parlamento de Paris. Em 1787, recusou-se a cooperar com o programa de reforma financeira de Charles Alexandre de Calonne, devido aos interesses especiais de seus membros nobres.

Em 17 de junho, com o fracasso dos esforços para reconciliar as três fazendas, as Comunas – ou os Comuns, como o Terceiro Estado denominou-se agora – declararam-se redefinidos como a Assembléia Nacional, uma assembléia não das propriedades, mas do povo. Eles convidaram as outras ordens para se juntarem a eles, mas deixaram claro que pretendiam conduzir os assuntos da nação com ou sem eles. O rei tentou resistir. Em 20 de junho, ele ordenou fechar o salão onde a Assembléia Nacional se reunia, mas deliberações se mudaram para uma quadra de tênis próxima, onde eles juraram o juramento da quadra de tênis pelo qual concordaram em não se separar até que se estabelecessem a constituição da França. Dois dias depois, retirado da quadra de tênis, a Assembléia se reuniu na Igreja de Saint Louis, onde a maioria dos representantes do clero se juntou a eles. Depois de uma tentativa fracassada de manter as três propriedades separadas, aquela parte dos deputados dos nobres que ainda permaneciam separados se juntou à Assembléia Nacional a pedido do rei. Os Estados Gerais deixaram de existir, tornando-se a Assembléia Nacional.

O que aconteceu durante a reunião dos Estados Gerais?

A reunião dos Estados Gerais em Versalhes (maio de 1789) marcou o início da Revolução Francesa. Na citada reunião, os grupos privilegiados recusaram o sistema de votação, por cabeça, proposto pelo Terceiro Estado, contrapondo a votação por grupo ou estado que os favorecia.

O que aconteceu na Assembleia dos Estados Gerais em 1789?

Foi então que a Assembleia Nacional Constituinte, instalada em Paris no dia 14 de julho de 1789, resolveu no dia 4 de agosto decretar o fim do feudalismo, com o fim dos direitos feudais e dos privilégios, instaurando a igualdade entre todos.

O que aconteceu na Assembleia dos Estados Gerais Brainly?

A Assembleia dos Estados Gerais foi reunião entre os Estados-Gerais, que tinha como objetivo mudar o conjunto de leis existentes no contexto francês. Por meio da Assembleia, a população francesa foi dividida em três grandes classes sociais, e cada divisão supracitada representava um estado.

O que aconteceu durante a Assembleia Nacional Constituinte?

Houve a abolição do feudalismo e foi proclamada a igualdade civil, ou seja, foram suprimidos os privilégios e as ordens sociais. Ainda assim, a escravidão foi mantida nas colônias. Os protestantes e judeus são reconhecidos como cidadãos.