Reforma agrária em sua essência ou em uma definição genérica é a reorganização mais justa da terra.
Em um país onde a estrutura fundiária corresponde à elite e ao poder, todas as possíveis mudanças são encaradas de forma negativa por parte da sociedade. Ainda hoje os grandes proprietários exercem influência sobre autoridades em níveis desde regional até nacional.
Os membros das famílias burguesas, a partir das indicações de políticos, conseguem ocupar cargos em órgãos públicos e, posteriormente, alcançam um lugar efetivo na vida pública. A partir dessa realidade procedem de forma a fixar seus interesses, fazendo uso do poder para isso, estabelecem uma série de mecanismos com intuito de barrar qualquer tipo de movimento que possa prejudicar o desenvolvimento das atividades elitizadas.
Para tentar realizar uma reorganização fundiária o governo elabora medidas para assentar famílias, denominadas de reforma agrária. A reforma agrária em sua essência tem objetivo louvável, no entanto, em sua prática esbarra em diversos problemas, dentre eles está a desapropriação de grandes latifúndios considerados improdutivos, além disso, outros fatores dificultam a execução eficaz da reforma agrária no que remete aos aspectos complementares à distribuição de terras como infra-estrutura (estradas, energia elétrica, saúde, educação entre outras).
O que dificulta o programa de reforma agrária é que não adianta apenas dividir terras é preciso infra-estrutura, créditos e facilidades para pagamentos de débitos, comercialização, etc., além da necessidade de recursos para modernização dos meios de produção rural para o aumento da produtividade para assim poder competir no mercado.