Como posso me submeter a Deus?

A frase “não tentarás o Senhor teu Deus” significa que ninguém deve ter a presunção de querer submeter Deus à prova. Deus não é como o homem, mentiroso e enganador, cuja fidelidade precisa ser testada e provada.

A declaração “não tentarás o Senhor teu Deus” aparece tanto no Antigo Testamento quanto no Novo Testamento. No livro de Deuteronômio, numa conclamação à obediência do povo, aos israelitas foi dada a clara recomendação: “Não tentarás o Senhor, teu Deus, como tentaste em Massá” (Deuteronômio 6:16).

Perceba que o versículo diz que o povo de Israel havia tentado a Deus em Massá. Essa é uma referência ao episódio em que os israelitas contenderam com Moisés e murmuraram contra Deus por causa da falta de água. O povo começou a pedir água a Moisés, e a acusá-lo que tê-los tirado do Egito para matá-los de sede.

Então Moisés questionou os israelitas: “Por que contendeis comigo? Por que tentais ao Senhor?” (Êxodo 17:2). Depois o texto bíblico diz que aquele lugar foi chamado de Massá e Meribá, por causa da contenta dos israelitas e porque ali eles tentaram ao Senhor. Massá significa literalmente “tentado”, e Meribá significa “contenda”.

O texto bíblico também esclarece que a tentação dos filhos de Israel a Deus consistiu em questionar a presença e o propósito de Deus. Eles disseram: “Está o Senhor no meio de nós ou não?” (Êxodo 17:7).

A gravidade da atitude dos israelitas fica evidente diante do fato de que naquele tempo eles já tinham provado da ação e do poder sobrenatural de Deus em favor deles durante toda a peregrinação desde o Egito. Eles tinham visto as dez pragas enviadas sobre o Egito; tinham atravessado o Mar Vermelho que foi aberto especialmente para que eles passassem; tinham visto a glória de Deus na nuvem e sido guiados por sua coluna de fogo; tinham sido alimentados com maná e codornizes; mas, ainda assim, eles duvidavam da fidelidade do Senhor.

Por que Jesus disse “não tentarás o Senhor teu Deus”?

A frase “não tentarás o Senhor teu Deus” aparece no Novo Testamento justamente na ocasião da tentação de Jesus no deserto. A Bíblia diz que Satanás tentou o Senhor Jesus, inclusive citando as Escrituras.

Então o texto bíblico registra que em dado momento o diabo levou Jesus ao pináculo do Templo e o desafiou a pular dali fazendo uma citação distorcida do Salmo 91. Ele cita os versos 11 e 12 do salmo ao dizer: “Aos seus anjos ordenará a teu respeito que te guardem; e: Eles te sustentarão nas suas mãos, para não tropeçares nalguma pedra” (Mateus 4:6).

A questão é que Satanás aplicou esse texto com um sentido completamente oposto ao original. Enquanto o Salmo 91 aponta para a fidelidade de Deus e exorta o seu povo a confiar plenamente n’Ele, o diabo tentou fazer desse texto um motivo de teste a Deus a fim de questionar Sua fidelidade.

A Bíblia diz que prontamente Jesus respondeu ao diabo também citando as Escrituras, mas com o sentido correto. O texto que Ele usou foi justamente aquele de Deuteronômio 6:16. Assim Ele disse: “Também está escrito: Não tentarás o Senhor teu Deus” (Mateus 4:7).

Como posso me submeter a Deus?

Cuidado para não tentar ao Senhor

Sem dúvida a frase “não tentarás o Senhor, teu Deus” é uma clara exortação a todos nós para que não venhamos a cair no grande erro de duvidar da Palavra do Senhor; ou no perigo de presunçosamente tentar questionar a fidelidade de Deus; ou ainda querer submeter o poder divino aos nossos caprichos agindo como filhos insolentes.

Muitos não percebem, mas às vezes em pequenas atitudes e situações do cotidiano acabam tentando ao Senhor. Há vários exemplos disso. Muitas pessoas pedem provas da presença de Deus em determinado momento de sua vida, mesmo sabendo da promessa de Jesus Cristo de que Ele estaria com seu povo todos os dias até a consumação dos séculos. Claro que é isto é uma forma de tentar ao Senhor.

Não raramente alguém diz que se não “ouvir” a voz de Deus, ele desistirá da fé. Isso é o mesmo que desprezar e duvidar da veracidade da Palavra de Deus revelada e registrada nas Escrituras e que tem falado todo esse tempo.

W. Hedriksen dá um exemplo ainda mais prático de uma pessoa que ora fervorosamente para que Deus lhe conceda saúde; no entanto, ela deixa de se cuidar e observar as regras para uma vida saudável. Tudo isso é tentar ao Senhor, e a resposta repreensiva das Escrituras continua sendo: “Não tentarás o Senhor teu Deus”.

Sem dúvida, um dos grandes sermões do Livro de Mórmon encontra-se nas palavras vigorosas do profeta Abinádi. Com muita clareza, ele explicou a doutrina da Expiação de Cristo e seu efeito sobre toda a humanidade.

Um aspecto da Expiação esclarecido por Abinádi tem a ver com o poder que recebemos ao seguirmos o exemplo do Salvador e submetermos os desejos da carne à vontade de Deus. O profeta Abinádi descreve essa característica:

“Quisera que compreendêsseis que o próprio Deus descerá entre os filhos dos homens e redimirá seu povo.

E porque ele habita na carne, será chamado o Filho de Deus; e havendo sujeitado a carne à vontade do Pai, sendo o Pai e o Filho. (…)

E assim a carne, tornando-se sujeita ao Espírito, ou o Filho ao Pai, sendo um Deus, sofre tentações e não cede a elas, mas sujeita-se a ser escarnecido e açoitado e expulso e rejeitado por seu povo. (…)

Sim, desse modo será conduzido, crucificado e morto, a carne sujeitando-se à morte, a vontade do Filho sendo absorvida pela vontade do Pai.” (Mosias 15:1–2, 5, 7)

Buscar uma Mudança Vigorosa

Ao lermos as escrituras diariamente, buscando as palavras inspiradas que conduzem muitos ao conhecimento de sua veracidade, e vivermos de acordo com elas, o Espírito do Senhor Onipotente pode fazer com que haja uma vigorosa mudança em nosso coração. No final do poderoso discurso do rei Benjamim, seu povo declarou: “Não temos mais disposição para praticar o mal, mas, sim, de fazer o bem continuamente”. (Mosias 5:2) Eles adquiriram a capacidade, sem dúvida depois de persistente empenho, não apenas de renunciar a todo o mal, mas também de incorporar tudo que é bom em suas palavras, obras e pensamentos. (Ver 2 Néfi 9:39; Mosias 4:30; Alma 12:14.) Haverá algo que desejemos mais do que isso em nosso coração?

Ao ponderarmos as palavras de Abinádi e buscarmos alcançar esse grande desejo do coração, que é deixar de lado o homem natural e tornar-nos “[santos] pela expiação de Cristo” (Mosias 3:19), vemos que o profeta nos está ensinando um dos princípios que deu a Jesus Cristo o poder de interceder pelos filhos dos homens: A submissão de Sua carne e de Sua vontade à vontade do Pai. (Ver Mosias 15:8.) Damo-nos conta de que no plano de nosso Pai Celestial, tudo foi providenciado para que o homem natural possa ser vencido. As palavras do profeta Mórmon expressam essa verdade: “Sim, vemos que quem o desejar poderá aderir à palavra de Deus, que é viva e eficaz, que romperá ao meio todas as artimanhas e as armadilhas e os artifícios do diabo; e guiará o homem de Cristo por um caminho estreito e apertado, através daquele abismo eterno de miséria que foi preparado para tragar os iníquos”. (Helamã 3:29)

Seguir o Exemplo do Salvador

O exemplo de Jesus Cristo de sujeitar a carne à vontade do Pai fica particularmente evidente em Seu sacrifício expiatório. Seu grande sofrimento e Sua súplica ao Pai no Getsêmani — “Meu Pai, se é possível, passe de mim este cálice; todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres” (Mateus 26:39) — revelam Sua grande disposição de abrir-nos o caminho e o grande amor que Ele e o Pai Celestial têm por todos os Seus filhos.

Ao seguirmos o exemplo de humildade do Salvador ao enfrentar oposição em todas as coisas, sabemos que Ele sempre irá nos suster. (Ver Alma 36:3.) Quão freqüentemente sentimos o mesmo que Néfi expressou em seu salmo! Ele escreveu:

“Não obstante, apesar da grande bondade do Senhor, mostrando-me suas grandes e maravilhosas obras, meu coração exclama: Oh! Que homem miserável sou! Sim, meu coração se entristece por causa de minha carne; minha alma se angustia por causa de minhas iniqüidades.

Estou cercado por causa das tentações e pecados que tão facilmente me envolvem! (…)

E por que eu cederia ao pecado por causa de minha carne? Sim, por que sucumbiria a tentações, para que o maligno tivesse lugar em meu coração a fim de destruir minha paz e afligir minha alma? Por que estou irado por causa de meu inimigo? (…)

Ó Senhor, confiei em ti e em ti confiarei sempre. Não porei minha confiança no braço de carne, pois sei que aquele que confia no braço de carne é maldito. Sim, maldito é aquele que confia no homem, ou seja, que faz da carne o seu braço.” (2 Néfi 4:17–18, 27, 34)

Uma das muitas qualidades que precisamos incorporar à nossa vida como santos dos últimos dias e que foi salientada pelo profeta Abinádi é a disposição de submetermos nossa carne à vontade do Pai, tornando-nos discípulos de Cristo.

Submissão pelo Serviço

Os santos dos últimos dias têm a oportunidade de servir uns aos outros em nossos chamados na Igreja. Como não temos um clero profissional, somos chamados a servir, administrar e ministrar uns aos outros. Essa oportunidade exige tempo, esforços, um coração aberto e submissão à vontade de Deus, que nos é transmitida por inspiração e por Seus servos autorizados.

Eis apenas algumas maneiras pelas quais podemos submeter nossa carne à vontade do Pai, ao servirmos com todo o “coração, poder, mente e força”. (D&C 4:2) Podemos colocar de lado as coisas materiais de nossa vida diária para ir à casa do Senhor e realizar o trabalho de salvação para outras pessoas. Podemos assistir regularmente e com devoção a reunião sacramental para tomar o sacramento, para termos sempre o Seu Espírito conosco. (Ver D&C 20:77, 79.) Mantendo-nos puros e moralmente limpos, podemos servir como parte da maior de todas as gerações de missionários, missionários que ensinam pelo Espírito. Podemos jejuar regularmente, achegando-nos ao Pai Celestial, compartilhando nosso pão com os famintos, vestindo os despidos e buscando os necessitados. O jejum ajuda a romper as cadeias da iniqüidade, aliviar fardos pesados e libertar os oprimidos, livrando-os de todo jugo. (Ver Isaías 58:6–7.)

Podemos submeter nossa carne à vontade do Pai quando esquecemos nossas próprias necessidades e abdicamos de nosso próprio conforto, reservando um tempo para visitar-nos uns aos outros, inclusive os recém-conversos, que precisam ser “nutridos pela boa palavra de Deus” (Morôni 6:4); ou quando “[socorremos] os fracos, [erguemos] as mãos que pendem e [fortalecemos] os joelhos enfraquecidos”. (D&C 81:5)

Podemos submeter nossa carne e nossa vontade a Deus quando estamos “[ocupados] zelosamente numa boa causa e [fazemos] muitas coisas de [nossa] livre e espontânea vontade e [realizamos] muita retidão”. (D&C 58:27) De fato, devemos estar “[dispostos] a [submeter-nos] a tudo quanto o Senhor achar que [nos] deve infligir”. (Mosias 3:19) E talvez mais do que em qualquer outra ocasião, podemos fazer com que nossa vontade esteja em harmonia com a do Pai quando edificamos nossa família sobre o alicerce do evangelho de Cristo.

Compreender a Natureza da Felicidade

É mais fácil submeter-nos à vontade de Deus quando damos o devido valor às coisas à nossa volta por compreendermos a natureza eterna de nossa existência. Conta-se que, certa vez, o filósofo grego Sócrates parou para admirar vários tipos de artigos magníficos no mercado. Ele disse: “Quantas coisas sem as quais eu posso passar!”

Em nossa pressa para encontrar a felicidade, freqüentemente nos vemos desejando coisas que são completamente inúteis e até destrutivas. Mas em nosso desejo de termos autocontrole, precisamos investir nosso tempo naquelas coisas que são indispensáveis para nosso objetivo.

A felicidade vem para os que seguem o conselho do Pai. O rei Benjamim disse: “Quisera que considerásseis o estado abençoado e feliz daqueles que guardam os mandamentos de Deus. Pois eis que são abençoados em todas as coisas, tanto materiais como espirituais; e se eles se conservarem fiéis até o fim, serão recebidos no céu, para que assim possam habitar com Deus em um estado de felicidade sem fim”. (Mosias 2:41)

Tudo no reino de Deus ou em Sua Igreja está estruturado de modo que o mais fraco dos santos possa seguir Jesus Cristo. Podemos realmente submeter nossa carne e nossa vontade à vontade de Deus e adquirir o poder de tornar-nos filhos e filhas de Cristo. (Ver Mosias 5:7.)

Para tornar-nos verdadeiros discípulos de Cristo, precisamos lembrar-nos da mensagem inspirada do Élder Neal A. Maxwell, do Quórum dos Doze Apóstolos, de que a única coisa que possuímos que realmente podemos oferecer a nosso Pai é a nossa vontade. A Expiação e a Redenção de nosso Salvador possibilitaram que todos nós, mesmo em nossa fraqueza, sobrepujemos a oposição da carne, pouco a pouco, linha sobre linha, até tornar-nos como Ele é.

Como devemos nos submeter à Deus?

Confira algumas práticas que vão ajudar você nessa missão!.
Tenha uma vida de oração. A oração é uma das maneiras mais diretas de relacionamento com Deus. ... .
Arrependa-se dos seus maus caminhos. ... .
Estude a Palavra de Deus. ... .
Pratique a gratidão. ... .
Envolva-se com sua comunidade. ... .
Ajude as pessoas ao seu redor..

O que é Submeter

Na doutrina religiosa, de acordo com a bíblia sagrada cristã, o conceito de submissão faz referência ao temor e obediência que o crente deve ter perante Deus.

O que é se sujeitar na Bíblia?

Significado de sujeitar: Submeter-se a Deus e sua vontade.

Como faço para me entregar a Deus?

Como servir à Deus verdadeiramente?.
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Exerça o amor ao próximo. ... .
Fale de Jesus para outras pessoas. ... .
Tenha alegria em servir à Deus. ... .
Glorifique a Deus com suas ações..