Um novo ano começa e, com ele, novas oportunidades de fazer diferente. E um dos temas que merece muita atenção é a segurança do trabalho. Mesmo nas indústrias que contam com maior automação industrial, acidentes ocupacionais são um problema e responsáveis por milhares de mortes no Brasil.
Para se ter uma ideia, somente em 2016, a Previdência Social registrou mais de 710 mil acidentes de trabalho no Brasil. Destes, cerca de 2,8 mil resultaram em morte, 15 mil sequelas permanentes e muitos dias de trabalho perdidos.
Além disso, um novo cenário surge em 2019. Com a chegada do e-Social, as empresas passam a ter que registrar ocorrências de acidentes (o Comunicado de Acidente de Trabalho - CAT) e os treinamentos de segurança obrigatórios em um banco de dados único.
Os programas de SST (Saúde e Segurança no Trabalho) já devem ser registrados no sistema pelas empresas enquadradas no chamado 1º grupo (entidades empresariais com faturamento no ano de 2016 acima de R$ 78 milhões). Os demais grupos de empresas devem seguir o cronograma específico publicado pelo governo federal.
Diante disso, os empregadores têm novos desafios para 2019: além de reduzir o número de acidentes nas empresas, precisam colocar em dia todos os treinamentos de segurança. Mas como fazer isso?
Separamos 7 dicas bem interessantes que poderão facilitar o seu trabalho. Confira!
#1 - Entenda a importância da Segurança do Trabalho
Trata-se de um grupo de medidas que têm como objetivo evitar acidentes e doenças ocupacionais, garantindo a segurança do trabalhador. Para isso, é preciso a implementação de um sistema de gestão SST. No Brasil, as normas e leis são definidas pelo Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT), que deverá seguir a regulamentação do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
Alguns benefícios que esta gestão trará para a sua empresa e funcionários:
- Reduz os custos para a empresa decorrentes de acidentes de trabalho;
- Enquadra a empresa como socialmente responsável, reforçando a imagem positiva da marca;
- Aumenta a produtividade, pois reforça o compromisso da empresa com os trabalhadores;
- Cria mão-de-obra mais competente e saudável;
- Incentiva os trabalhadores a permanecerem na vida ativa durante mais tempo;
- Cumpre com a lei: todas as empresas privadas e públicas são obrigadas a contar com ações de Segurança do Trabalho.
# 2 - Forme uma boa equipe de Segurança do Trabalho
Os profissionais envolvidos na Segurança do Trabalho devem ser escolhidos muito bem. É interessante formar uma equipe multidisciplinar para compor o Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT).
Entre os profissionais selecionados devem estar: técnicos de Segurança do Trabalho; engenheiros de Segurança do Trabalho; médico do Trabalho; profissionais de Engenharia de Produção.
A quantidade de profissionais que integrarão o SESMT deve variar de acordo com o número de colaboradores e o grau de risco da atividade principal da indústria.
Entre os principais papéis desta área estão: a identificação de riscos no ambiente ocupacional, o cumprimento à legislação e a conscientização dos demais colaboradores sobre os cuidados com a saúde e segurança.
Também é fundamental compor uma Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) com funcionários da empresa que tenham vontade de contribuir para a prevenção de acidentes por meio de ações como a Semana Interna de Prevenção de Acidentes de Trabalho (Sipat).
# 3 - Prepare treinamentos e capacitações
Uma cultura de segurança exige um ambiente de trabalho onde há a colaboração dos trabalhadores. Quanto mais treinamentos e capacitações você oferecer para sua equipe, mais os funcionários se sentirão responsáveis pela segurança na empresa.
A falta de adesão a procedimentos padrões é um problema que pode ser corrigido, dentre outras formas, com os treinamentos. Isso porque as rotinas de trabalho devem ser primeiro compreendidas e, depois, cumpridas por toda a equipe.
Vale a pena estabelecer um programa que valorize os comportamentos seguros nas atividades e as melhores práticas no local de trabalho. Para isso, realize treinamentos e atualizações periodicamente, abra espaço para o Diálogo Diário de Segurança (DDS), incentive ações como a Semana Interna de Prevenção de Acidentes de Trabalho (Sipat) e valorize, por meio de prêmios e reconhecimentos, as iniciativas de funcionários que aumentem a segurança no ambiente ocupacional.
# 4 - Garanta o uso dos EPIs
É básico, mas não custa lembrar. Os trabalhadores devem receber do empregador todos os dispositivos ou acessórios de uso individual destinados à proteção contra riscos a sua segurança e saúde e é uma obrigação prevista em lei o uso dos EPIs fornecidos pelas empresas.
Entre os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) mais utilizados nas indústrias estão: capuz ou balaclava para a proteção da cabeça; protetores auriculares e abafadores de ruídos para proteção auditiva; óculos e viseiras para proteção de olhos e face; luvas e mangotes para proteção de mãos e braços; máscaras e filtros para proteção respiratória; coletes e macacões para proteção do corpo e sapatos, botas e botinas para proteção de pernas e pés.
# 5 - Forneça os EPCs
Os Equipamentos de Proteção Coletiva (EPCs) são dispositivos utilizados no ambiente de trabalho para proteger os trabalhadores dos riscos coletivos existentes nos processos industriais - construção, transporte, montagem, instalação, ajuste, operação, limpeza, manutenção, inspeção, desativação e desmonte de máquinas ou equipamentos.
Entre os principais EPCs estão os cones e faixas de segurança, placas de sinalização, sensores de presença, sirenes e alertas luminosos, cadeados e garras de bloqueio, bloqueios de disjuntores, entre outros.
Estes dispositivos devem fazer parte de qualquer ambiente industrial. Isso porque os EPCs independem da atitude dos trabalhadores para funcionar.
# 6 - Incentive o relato de riscos
Reportar riscos no trabalho é fundamental para aumentar a segurança da equipe. Afinal, um quase acidente pode vir a ser uma ocorrência no futuro. Assim, quanto menos riscos os trabalhadores estiverem expostos, menos acidentes acontecem.
Por isso é importante incentivar que o funcionário relate ao gestor situações fora do procedimento padrão. Os relatos podem ser referentes ao funcionamento anormal de um equipamento, a falta de um Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC) ou individual (EPI) e até a sugestão de melhoria em um processo.
Isso também ajuda os trabalhadores a entenderem situações e atitudes que podem colocar a vida de toda a equipe em risco. Com isso, uma situação tem chance de ser melhorada se for compartilhada com seu gestor.
# 7 - Crie uma cultura de segurança
Trabalhadores mais preocupados com a saúde e o bem-estar são mais motivados e produtivos. Assim criar uma cultura de segurança na empresa é um bom negócio para todos!
Apesar de ser vista como uma obrigação por muitos empregadores, a área de Segurança do Trabalho é essencial para o crescimento da sua empresa no mercado. É ela que irá se responsabilizar pelas ações voltadas para a prevenção de acidentes e também atuar na formação da cultura do trabalho seguro em todas as demais áreas.
Pense nisso!
Não deixe de ler o nosso post sobre o e-Social, aqui.