BOCA DE LOBO | 7 |
1 - TIPOS
Entende-se por Boca de Lobo o dispositivo instalado na via p�blica para promover a drenagem da �guas da via. Veja uma foto de uma boca de lobo t�pica:
A foto da esquerda mostra uma Boca de Lobo de Guia enquanto que a outra mostra uma Boca de Lobo de Sarjeta.
O termo Boca-de-Lobo vem do fato da abertura, destinada a sumir com a �gua da rua, se parecer com a boca de um lobo (da f�bula Chapeuzinho Vermelho):
A Boca de Lobo de Guia � feita com um pr�-moldado especial conhecido como Guia Chap�u:
A Boca de Lobo de Sarjeta � feita com um pr�-fundido de a�o ou de concreto, podendo ser de simples encaixe ou com dobradi�a, que dificulta o furto.
As bocas de lobo devem propiciar seguran�a e bem estar dos ve�culos e dos transeuntes. Em dias de chuva, a �gua da chuva correndo pela superf�cie da rua forma uma enxurrada. Quando a enxurrada toma certo volume, pode acarretar riscos e inseguran�as como a inunda��o de lojas, derrubar e arrastar uma pessoa e at� dificuldades de atravessar uma rua.
Deve haver uma boca de lobo a cada 60 metros no m�ximo para evitar que a enxurrada forme uma l�mina mais funda do que a capacidade de escoamento da sarjeta. Em ruas largas, as dist�ncias entre entre as bocas de lobo devem ser menores pois o volume da enxurrada � maior. De qualquer forma, uma sarjeta n�o deve transbordar, mas se numa rua a sarjeta costuma transbordar em dias de forte chuva � por que o Projeto de Drenagem foi mal feito.
N�o confundir Boca de Lobo com Bueiro pois Bueiro � a passagem que � constru�da por tubos ou galerias para a passagem da �gua (da chuva, de rios e de esgoto) por baixo de rodovias e ferrovias.
N�o confundir tamb�m Boca de Lobo com Po�o de Visita ou Po�o de Inspe��o que s�o po�os (verticais e geralmente redondos) dotados de tampas que servem para a entrada de pessoas para fazer a manuten��o da rede:
A �gua da chuva deve escoar dentro da sarjeta, sem transbordar, para evitar situa��es derisco ou de inseguran�a como as seguintes:
Bocas de Lobo estrat�gicamente instaladas ir�o promover a r�pida drenagem da �gua da chuva para dentro da galeria de �guas pluviais.
2 - DIMENSIONAMENTO:
Para o dimensionamento (determinar as dimens�es m�xima e m�nimas) dos componentes de uma drenagem de via p�blica, devemos compatibilizar as vaz�es das capacidades dos diversos componentes como o tamanho da via, a largura da sarjeta e o tamanho da boca de lobo.
2.1 - �REA DE CONTRIBUI��O DE CHUVA:
Qual � a dist�ncia m�xima entre uma boca de lobo e outra? Posso ter uma boca de lobo aqui e a outra somente daqui a 100 metros? Loteamento com ruas estreitas e lotes pequenos ir� exigir poucas bocas de lobo, isto �, as bocas de lobo poder�o ficar longe uma das outras. Ao contr�rio, loteamento com ruas largas e lotes grandes ir� exigir muitas bocas de lobo e at� agrupamento de bocas de lobo no formato duplo, triplo e at� mais.
A largura da via LVIA e a dist�ncia LBOCA entre uma boca de lobo e outra determinam a �rea de contribui��o ACHUVA. Na vis�o antiga, considerava-se como �rea de contribui��o apenas aquela delimitada pela via (de muro a muro). Modernamente considera-se como �rea de contribui��o os im�veis liandeiros e outros que, pela declividade, as �guas da chuva que neles caem fluem para a via em estudo. Veja mais sobre �rea de Contribui��o em
.
Devido ao fato de algumas Normas ainda se referirem � vis�o antiga, iremos considerar, no presente dimensionamento, a �rea de contribui��o apenas o espa�o entre um muro e outro da via p�blica.
Uma rua padr�o, com duas faixas de rolamento de 3,00 metros cada, espa�o para estacionamento longitudinal de 2,50 metros, canteiro central de 1,00 metro e cal�ada de 3,00 metros apresenta uma largura de 24 metros. A largura da via LVIA que consideramos como contribuinte da vaz�o de chuva � metade da largua da via, isto � LVIA = 12 metros.
Como dist�ncia m�xima entre uma boca de lobo e outra vamos adotar LBOCA = 60 metros.
Temos, portanto, como �rea de contribui��o da chuva: ACHUVA. = 720 metros quadrados.
Nessa �rea cai uma chuva de grande intensidade (per�odo de recorr�ncia de 100 anos) de ICHUVA = 180 mil�metros por hora. Veja mais sobre Chuvas em
.A vaz�o da chuva que vai escoar pela sarjeta se calcula com QCHUVA = ICHUVA x ACHUVA = 180 X 720 x 1000/3600 = 36 litros por segundo, isto �:
QCHUVA =36 l/s
Importante � considerar a inclina��o transversal para que a �gua da chuva n�o fique empo�ada ou demorando para escoar. L�minas de escoamento altas facilitam a ocorr�ncia de aquaplanagem das rodas dos carros. A norma do DNIT determina que a inclina��o transversal do leito carro��val seja de no m�nimo 2% e de acostamentos de 5%.
2.2 - ESCOAMENTO PELA SARJETA
A sarjeta � inclinada para formar um canal para conter a �gua escoando sem transbordar. Veja como � calculada a inclina��o e a largura da sarjeta, clicando na figura:
A velocidade de escoamento pela sarjeta pode ser calculada empregando-se a F�rmula de Manning:
onde:
V � a velocidade da �gua em m/s;
R � o raio hidr�ulico em m;
i � a declividade longitudinal da sarjeta em m/m;
n � o coeficiente de rugosidade de Manning, que no caso (sarjeta de concreto alisado) � de n = 0,016
Vamos adotar, como padr�o de c�lculo, a sarjeta com as seguintes dimens�es:
Altura da guia de 15 cent�metros, conforme recomenda��es das normas de seguran�a rodovi�ria. A guia serve para que um ve�culo desgovernado n�o venha a invadir a cal�ada.
Abertura da boca de lobo deve ser de 8,5 cent�metros para permitir o arraste de garrafas e latinhas e tamb�m evitar que crian�as arrastadas pela enxurrada seja impedida de ser puxada para dentro da boca de lobo. N�o � admiss�vel bocas de lobo com dimens�es maiores que 15 centimetros e nem � admiss�vel colocar telas ou outros dispositivos que possam causar o entupimento e favorecer a forma��o de po�as, que � o que justamente a Boca de Lobo procura evitar.
Largura de 40 cent�metros para acomodar uma boa quantidade de �gua. Quanto mais �gua couber na sarjeta maior poder� ser a dist�ncia entre uma boca de lobo e outra. A largura de 40 cm pode ser menor mas n�o se recomenda larguras maiores pois fica dif�cil uma pessoa conseguir passar por cima da enxurrada.
Declividade transversal de 20% para n�o provocar o escorregamento de pedestres. Ver mais detalhes em
.A sarjeta n�o pode ser nunca considerada como parte do leito carro��vel de modo que � quase obrigat�ria a feitura da Linha de Bordo - LBO para indicar o limite ocup�vel pelos ve�ciulos. Tamb�m n�o pode, a sarjeta, ser ocupada por rodas ou ca�ambas:
Tampouco a sarjeta pode fazer parte da Ciclofaixa, pois a sarjeta tem uma incina��o transversal de pelo menos 20% e ao trafegar pela sarjeta o ciclista corre o risco de acidentes e, caso isso venha a acontecer, a quina da guia pode produzir um acidente fatal pois mesmo com o capacete de ciclista a batida da cabe�a na quina da guia pode causar traumas graves.
Em ruas muito �ngremes que causam enxurradas de alta velocidade pode acontecer da �gua passar direto pela boca de lobo. Ent�o nesses casos � poss�vel se fazer um rebaixo na sarjeta para facilitar o desvio do fluxo hidr�ulico para dentro da boca de lobo. Em zonas urbanas devemos evitar esse tipo de rebaixo pois al�m da sarjeta j� ter uma inclina��o que oferece certo risco �s pessoas, a confec��o desse rebaixo ir� criar um risco adicional aos transeuntes.
Veja uma caso de conjuga��o de uma boca de lobo de guia com uma boca de lobo de sarjeta:
A grelha da Boca de Lobo de Sarjeta ou qualquer outro tipo de grelha no piso de via p�blica n�o pode ter abertura maior que 15 mil�metros na dire��o do fluxo. Ver mais detalhes no Norma de Acessibilidade NBR-9050.
1a HIP�TESE: Largura da Sarjeta = 30 cm e Declividade Longitudinal = 2%
A aplica��o de f�rmula de Manning resulta numa vaz�o Q = 33 litros/segundo, portanto insuficiente para conter toda a enxurrada.
2a HIP�TESE: Largura da Sarjeta = 40 cm e Declividade Longitudinal = 1%
A aplica��o de f�rmula de Manning resulta numa vaz�o Q = 34 litros/segundo, portanto ainda insuficiente para conter toda a enxurrada.
3a HIP�TESE: Largura da Sarjeta = 40 cm e Declividade Longitudinal = 1,5%
A aplica��o de f�rmula de Manning resulta numa vaz�o Q = 41 litros/segundo, portanto mais que suficiente para conter toda a enxurrada. Adotaremos:
LSARJETA = 40 cm e DLONGITUDINAL = 1,5%
3 - DIMENS�ES M�XIMAS E M�NIMA DAS ABERTURAS:
As aberturas das bocas de lobo e das grelhas n�o devem ultrapassar um certo limite pois cria riscos �s pessoas.
Imaginem uma situa��o em que uma crian�a seja, acidentalmente, arrastada pela enxurrada. Se a abertura da boca de lobo for maior que 20 cent�metros ir� permitir a passagem de uma crian�a.
Ao contr�rio, se a abertura for muito pequena, ir� entupir com facilidade pois a rua tem todo tipo de detritos como peda�os de papel, embalagens, palito de sorvete e latas de refrigerantes.
A rede de �guas pluviais deve ser dimensionada para permitir o transporte desses materiais pela �gua da chuva.
A chuva lava e limpa a rua. Detritos comuns como excrementos de animais, pequenas embalagens, latas de refrigerante devem ser transportados pela �gua da chuva (ou pela �gua da lavagem da rua) para dentro das Galerias de Drenagem.
Uma lata de refrigerante tem um di�metro de 7 cm, uma garrafa de vinho ou cerveja de 8 cm. Ent�o a abertura m�nima para uma boca de lobo dever� ser de 8,5 cent�metros.
8,5 < H < 15 cm
A Galeria de drenagem chama-se "galeria" justamente por que propicia o transporte de pequenos objetos jogados "sem querer" na via p�blica como embalagens, latas de refrigerante, garrafas, etc. A lavagem da via p�blica feita semanlmente pela prefeitura ou quando ocorrem chuvas de grande intensidade pluviom�trica, carrega esses pequenos objetos para dentro da galeria onde minitratores como os "bobcat"s promovem a remo��o desses materiais, a qualquer tempo, sem atrapalhar a circula��o de ve�culos, pois tudo � feito por baixo da terra.
A foto seguinte mostra a rampa de entrada de ve�culos na Galeria Tabo�o (clique na foto para ver onde fica).
Grande erro comete aquele que tenta impedir o transporte de pequenas embalagens para dentro da boca de lobo. Qualquer tentativa de "impedir" a passagem de objetos vai entupir a boca de lobo e provocar enchentes e alagamentos:
Ver mais detalhes sobre "galeria de �guas pluviais" em
Adotaremos, ent�o uma medida m�dia de h = 8,5 cent�metros para a boca de lobo de guia.
No caso das grelhas, as restri��es dever�o ser maiores e uma boa medida � de 5 cent�metros para evitar que uma crian�a enfie o p� e de no m�nimo 1,5 cent�metros para evitar que a grelha entupa � toa. A norma NBR-9050, de Acessibilidade, determina que qualquer abertura no piso n�o pode ter mais que 15 mil�metros na dire��o do movimento.
Adotaremos, ent�o uma medida m�nima de B = 1,5 cent�metros.
As Bocas de Lobos podem ser confeccionadas no local ou podem ser adquiridas no com�rcio na forma de premoldados de concreto. Neste caso, os padr�es de medidas praticadas no com�rcio s�o as seguintes:
4 - VAZ�O (quantidade de �gua que deve passar):
Vaz�o da boca de lobo pode ser determinada por f�rmulas (mais complicado) ou por meio de nomogramas. No caso utilizamos o nomograma do DNIT contido no Manual de Drenagem de Rodovias, publica��o #IPR-724:
Capacidade de Engolimento:
A rela��o entre a l�mina d��gua e a abertura da boca � de 8/8,5 = 0,94 e a abertura que adotamos � de 8,5 cent�metros. Entrando no nomograma encontramos a vaz�o Q = 40 litros por segundo por metro para a boca de lobo de guia. Adotando a Guia Chap�u 90 teremos como vaz�o da boca de lobo de QBOCA = 36 m3/s.
A Boca de Lobo consegue dar vaz�o ao fluxo proveniente da �rea de contribui��o, isto �:
QBOCA = 36 m3/s = QCHUVA =36m3/s
Caso a vazao da chuva fosse maior que a capacidade "engolidora" da boca de lobo, o Centro Tecnol�gico de Hidr�ulica da Universidade de S�o Paulo realizou ensaios com Bocas de Lobo de diversas aberturas em situa��es diversas de declividade e inclina��o da rua e chegou � seguintes conclus�es:
A vaz�o por uma Boca de Lobo qualquer, pode ser calculada pela F�rmula de Bernoulli:
Q = C L y (g y)1/2
onde C � o coeficiente de descarga, L a largura da boca, g a acelera��o da gravidade e y a altura da l�mina d'�gua junto � guia.
Por meio de experi~encias pr�ticas em modelo reduzido, chegaram � conclus�o que para a chuva na cidade de S�o Paulo, teremos a f�rmula simplificada:
Q = 0,75 y3/2 para sarjeta sem depress�o e
Q = 1,02 y3/2 para sarjeta com depress�o.
estas f�rmulas valem para inclina��o da rua entre 0,5% e 14%, declividade transversal da sargeta de 20%, largura da sarjeta de 40 cent�metros que s�o o padr�o adotado por muitas prefeituras.
Veja as perspectivas para os casos de sarjeta sem e com depress�o:
5 - ONDE DEVEMOS COLOCAR AS BOCAS DE LOBO:
Veja algumas regras pr�ticas para a localiza��o das bocas de lobo.
1 - Ao final de um trecho de rua antes do cruzamento. As �guas pluviais n�o devem cruzar a via transversal.
2 - Antes da faixa de travessia de pedestres. O pedestre ao atravessar a faixa de seguran�a n�o deve enfrentar enxurrada na sarjeta.
3 - Na parte mais baixa do quarteir�o.
4 - N�o permitir que a sarjeta receba mais �gua que sua capacidade.
Veja como fica um cruzamento a seco, sem valeta e sem enxurrada:
Veja o que acontece se a Boca de Lobo estiver mal posicionada, se entupir ou se n�o existir:
Imagine, ent�o o caos que se forma em dias de chuva se o cruzamento n�o tiver nenhuma Boca de Lobo:
Para evitar que a vaz�o de �gua ultrapasse a capacidade da sarjeta, devemos levar em considera��o a �rea de contribui��o da chuva.
Em ruas do tipo Caso-A: Somente a rua e os im�veis da pr�pria rua.
CASO TIPO DE BOCA DIST�NCIA M�XIMA 1 Boca de Guia Simples Uma boca a cada 18,1 metros 2 Boca de Guia Dupla Um conjunto de Boca Dupla a cada 36,3 metros 3 Boca Conjugada Um conjunto de Boca Conjugaa a cada 25,9 metros 4 Duas Bocas Conjugadas Um conjunto de Bocas Conjugadas a cada 51,8 metros Em ruas do tipo Caso-B: A rua e os im�veis da vizinhan�a � montante.
CASO | TIPO DE BOCA | DIST�NCIA M�XIMA |
1 | Boca de Guia Simples | Uma boca a cada 10,2 metros |
2 | Boca de Guia Dupla | Um conjunto de Boca Dupla a cada 20,4 metros |
2 | Boca de Guia Tripla | Um conjunto de Boca Dupla a cada 30,6 metros |
3 | Boca Conjugada | Um conjunto de Boca Conjugaa a cada 14,6 metros |
4 | Duas Bocas Conjugadas | Um conjunto de Bocas Conjugadas a cada 29,2 metros |
4 | Tr�s Bocas Conjugadas | Um conjunto de Bocas Conjugadas a cada 43,8 metros |
NOTA IMPORTANTE:
N�o se assuste com os n�meros apresentados. Ao verificar a dist�ncia existente entre as bocas de lobo de sua rua, voc� ver� que os n�meros aqui apresentados s�o bem menores do que os que voc� poder� constatar na rua onde voc� mora ou daquele limite de 60 metros fixado nas Diretrizes B�sicas para Projetos de Drenagem Urbana no Munic�pio de S�o Paulo. � que o projeto da rede de drenagem da sua rua e as Diretrizes foram feitos numa �poca em que n�o havia a grande contribui��o dos gases de efeito estufa como na atualidade. Lembre-se que acrescentamos 20% � vaz�o de projeto por conta do aquecimento global.
Se voc� vai projetar uma rede de drenagem nova, n�o se esque�a de majorar a vaz�o de projeto com um percentual bem maior que o 20% que adotamos aqui, pois a COPE-15 resultou em grande fracasso nas negocia��es e n�o houve acordo com rela��o a um n�mero m�nimo de redu��o de emiss�o de gases que contribuem com o efeito estufa de modo que aquele limite de no m�ximo 2% de aumento da temperatura m�dia da terra n�o ser�, com certeza, atendido.
Cuide-se, proteja sua integridade profissional elaborando uma boa Mem�ria de C�lculo deixando bem claro todos os condicionantes do projeto. Lembrando que as normas brasileiras ainda est�o baseadas naquele conceito antigo de que a chuva se forma por "condensa��o" sendo aceit�vel intensidades pluviom�tricas diferentes para "bairros" de uma mesma cidade. Veja, por exemplo, as m�ximas chuvas que podem ocorrem em diversos pontos da cidade do Rio de Janeiro, segundo a norma NBR-10844:
em Jacarepagua - I25 = 152 mm/hora
em Ipanema - I25 = 160 mm/hora
na pra�a XV - I25 = 204 mm/hora
no Jardim Bot�nico - I25 = 227 mm/hora
Hoje sabemos que a chuva � um fen�meno global e que a �gua que cai nas nossas cabe�as, no sudeste, s�o trazidas da amaz�nia. Ao escolher a Intensidade Pluviom�trica do seu projeto, apresente, de forma bem clara, as raz�es da sua escolha pois numa obra p�blica em Ipanema, ao escolher I25 = 250 mm/hora qualquer advogado, juiz, promotor ou desembargador vai entender que 250 � 56% acima dos 160 determinado em norma oficial e que, portanto, a obra est� com sobrepre�o ou superfaturamento de 56% e isso cheira suborno e corrup��o. � dific�limo convencer um leigo de que a norma "est� errada". � como se voc� tentasse justificar que a al�quota correta para o ICMS � 5%. O leigo s� aceita a Lei dos Homens e n�o aceita a Lei da Natureza de modo que se a norma oficial determina que para Ipanema deve ser adotada intensidade pluviom�trica de 160 mm/hora n�o tem por que algu�m, por mais experiente que seja, adote uma intensidade diferente e, al�m disso, muito maior que a oficial. Para os profissionais da constru��o (Arquitetos, Engenheiros e T�cnicos de Edifica��es) � uma escolha dif�cil, muito dif�cil. Para n�o ser acusado de estimular o superfaturamento bastaria adotar 160 mm/hora mas sabemos que a Lei da Natureza � implac�vel e vai mandar uma chuva de 250 mm/hora e talvez ocorra um acidente fatal e que voc�, como profissional habilitado, foi negligente na escolha da intensidade pluviom�trica.
OUTROS FATORES QUE INFLUEM NO DIMENSIONAMENTO:
Existe tamb�m uma pesquisa em desenvolvimento na Escola Polit�cnica da Universidade de S�o Paulo de criar um asfalto perme�vel. Com ele n�o haveria necessidade de bocas de lobo pois toda �gua da chuva seria rapidamente transferida pelo pavimento para a rede de drenagem como se fosse uma peneira.
6 - BOCA DE LOBO EM VIADUTOS, PONTES E ESTRADAS
Por incr�vel que pare�a, o local menos prov�vel de ocorrer uma enchente seria em cima de um viaduto, mas isso costuma acontecer em obras mal projetadas e obras que n�o recebem uma boa manuten��o.
RMW\drenagem\bocadelobo.htm em 18/12/2009, atualizado em 05/02/2021.
Colabora��o do Arqt� Ronaldo Cunha Filho, em 12.02.2018.
Colabora��o do Eng. Maicon Alexandre Medeiros, em 02.02.2021.