A segunda fase do modernismo brasileiro, ou segunda geração modernista no Brasil, é como ficou conhecido o período da literatura nacional que foi de 1930 a 1945. As obras dessa fase são caracterizadas pelo conflito existencial, além da crítica sociopolítica. Surgiram em um contexto de crises políticas e sociais, marcado pela ditadura de Vargas e pela Segunda Guerra Mundial. Show
Veja também: Primeira fase do modernismo brasileiro — a fase iniciada na Semana de Arte Moderna de 1922 Tópicos deste artigo
Resumo sobre a segunda fase do modernismo brasileiro
Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;) Contexto histórico da segunda fase do modernismo brasileiroNo período que foi de 1930 a 1945, fatos históricos importantes, no Brasil e no exterior, influenciaram os escritores modernistas da segunda geração. Com a quebra da bolsa de Nova Iorque em 1929, que gerou a Crise de 1929, houve queda do preço do café, principal produto de exportação brasileiro, de forma a afetar a economia do país. No ano seguinte, ocorreu o fim da República Velha, com a Revolução de 1930 encerrando a política do café com leite, que beneficiava agropecuaristas dos estados de Minas Gerais e São Paulo. Deposto o presidente Washington Luís (1869-1957), Getúlio Vargas (1882-1954) subiu ao poder, em um governo, a princípio provisório, que se estenderia por anos. Sem ainda aceitar a derrota, os paulistas tentaram voltar ao poder com a Revolução Constitucionalista, de 1932, mas Getúlio Vargas se manteve forte e se firmou no governo com a promulgação da Constituição de 1934. Já em 1937, fechou o Congresso Nacional e decretou o Estado Novo, regime autoritário de cunho fascista. Artistas e intelectuais de esquerda foram perseguidos pelo governo getulista, conhecido como Era Vargas, que perdurou até 1945. Nesse ano, também chegava ao fim a Segunda Guerra Mundial, com o lançamento das bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki, duas cidades japonesas. Diante de tais fatos, os escritores brasileiros expressaram o horror da guerra, a desilusão com a humanidade, além de criticarem a ditadura e apontarem os problemas sociais. Características da segunda geração modernistaA segunda fase do modernismo brasileiro, também conhecida como fase de reconstrução, teve início em 1930 e se encerrou em 1945, dando espaço para a terceira fase ou, segundo alguns estudiosos, o pós-modernismo. As características das obras escritas na segunda fase do modernismo brasileiro relacionam-se a dois aspectos distintos: o poético e o prosaico. → Características da poesia da segunda geração modernista
◾ Videoaula sobre a segunda fase do modernismo (poesia)→ Características da prosa da segunda geração modernista
◾ Videoaula sobre a segunda fase do modernismo (prosa)Autores da segunda geração modernista→ Poetas da segunda geração modernista
→ Romancistas da segunda geração modernista
Obras da segunda fase do modernismo brasileiro→ Poesia da segunda geração modernista
→ Prosa da segunda geração modernista
Leia também: Triste fim de Policarpo Quaresma — uma obra do pré-modernismo Exercícios resolvidos sobre a segunda fase do modernismo brasileiroQuestão 1 (Enem) A velha Totonha de quando em vez batia no engenho. E era um acontecimento para a meninada. [...] andava léguas e léguas a pé, de engenho a engenho, como uma edição viva das histórias de Mil e Uma Noites [...] era uma grande artista para dramatizar. Tinha uma memória de prodígio. Recitava contos inteiros em versos, intercalando pedaços de prosa, como notas explicativas. [...] Havia sempre rei e rainha, nos seus contos, e forca e adivinhações. O que fazia a velha Totonha mais curiosa era a cor local que ela punha nos seus descritivos. [...] Os rios e as florestas por onde andavam os seus personagens se pareciam muito com o Paraíba e a Mata do Rolo. O seu Barba-Azul era um senhor de engenho de Pernambuco. José Lins do Rego. Menino de engenho. A cor local que a personagem velha Totonha colocava em suas histórias é ilustrada, pelo autor, na seguinte passagem: A) “O seu Barba-Azul era um senhor de engenho de Pernambuco.” B) “Havia sempre rei e rainha, nos seus contos, e forca e adivinhações.” C) “Era uma grande artista para dramatizar. Tinha uma memória de prodígio.” D) “Andava léguas e léguas a pé, como uma edição viva das Mil e Uma Noites.” E) “Recitava contos inteiros em versos, intercalando pedaços de prosa, como notas explicativas.” Resolução: Alternativa A A cor local se refere às características geográficas ou culturais de uma região, portanto, faz parte do regionalismo de romances da segunda fase modernista. Assim, o personagem Barba Azul, de um conto europeu, recebe características de um senhor de engenho nas histórias da velha Totonha. Questão 2 (Enem) Anoitecer A Dolores É a hora em que o sino toca, [...] É a hora do descanso, Hora de delicadeza, ANDRADE, C. D. A rosa do povo. Rio de Janeiro: Record, 2005 (fragmento). Com base no contexto da Segunda Guerra Mundial, o livro A rosa do povo revela desdobramentos da visão poética. No fragmento, a expressividade lírica demonstra um(a) A) defesa da esperança como forma de superação das atrocidades da guerra. B) desejo de resistência às formas de opressão e medo produzidas pela guerra. C) olhar pessimista das instituições humanas e sociais submetidas ao conflito armado. D) exortação à solidariedade para a reconstrução dos espaços urbanos bombardeados. E) espírito de contestação capaz de subverter a condição de vítima dos povos afetados. Resolução: Alternativa C O pessimismo do eu lírico pode ser verificado em passagens como estas:
Questão 3 (Enem) Cântico VI Tu tens um medo de Acabar. Não vês que acabas todo o dia. Que morres no amor. Na tristeza. Na dúvida. No desejo. Que te renovas todo dia. No amor. Na tristeza. Na dúvida. No desejo. Que és sempre outro. Que és sempre o mesmo. Que morrerás por idades imensas. Até não teres medo de morrer. E então serás eterno. MEIRELES, C. Antologia poética. Rio de Janeiro: Record, 1963 (fragmento). A poesia de Cecília Meireles revela concepções sobre o homem em seu aspecto existencial. Em “Cântico VI”, o eu lírico exorta seu interlocutor a perceber, como inerente à condição humana, A) a sublimação espiritual graças ao poder de se emocionar. B) o desalento irremediável em face do cotidiano repetitivo. C) o questionamento cético sobre o rumo das atitudes humanas. D) a vontade inconsciente de perpetuar-se em estado adolescente. E) um receio ancestral de confrontar a imprevisibilidade das coisas. Resolução: Alternativa A A sublimação (purificação ou elevação espiritual), no poema, está relacionada à morte e à renovação provocadas pelos sentimentos de amor e tristeza, além da dúvida e do desejo. A experiência com tais emoções se repete até que, promete o eu lírico, “serás eterno”. Crédito de imagem [1] Editora Record (reprodução) Por Warley Souza O que foi a prosa de 30?A prosa de 30 na segunda fase do modernismo. Nessa fase, o grande foco da prosa de ficção foram os romances regionalistas e urbanos. Preocupados com os problemas sociais, a prosa dessa fase se aproximou da linguagem coloquial e regional.
O que marcou a segunda geração modernista?A segunda fase do modernismo brasileiro durou de 1930 a 1945. Sua poesia é marcada pelo conflito existencial e pela reflexão sobre os problemas contemporâneos. Sua prosa possui caráter regionalista. Fatos como a ditadura de Vargas e a Segunda Guerra Mundial influenciaram a escrita dos seus autores.
Como se caracteriza a poesia de 30 na segunda fase do modernismo?A Poesia de 30 representa um conjunto de obras poéticas produzidas no Brasil durante a segunda geração modernista (1930-1945).. Liberdade formal;. Experimentação estética;. Uso de versos brancos e livres;. Universalismo;. Ironia e humor;. Regionalismo e coloquialismo;. Rejeição ao academicismo.. São características da geração de 30 no modernismo brasileiro?A segunda fase do modernismo durou de 1930 a 1945 e apresentou as seguintes características:. foco no mundo contemporâneo;. reflexão sobre o sentido de existir;. conflito espiritual: fé versus desilusão;. textos focados no contexto sociopolítico.. liberdade no uso da linguagem;. liberdade formal;. perspectiva realista;. |