A Europa medieval passou por profundas mudanças. Novas cidades surgiram a partir do século XI, iniciando o desenvolvimento comercial estabelecido nas relações entre Ocidente e Oriente proporcionadas pelas Cruzadas. Show As novas cidades surgiram, na maioria das vezes, próximas às terras de algum senhor. Essas terras eram chamadas de senhorio. Com o renascimento urbano, várias atividades se desenvolveram nas cidades, movimentando a economia local – uma dessas atividades foi o artesanato. A partir de então, organizou-se o processo de produção e surgiram máquinas para atender a demanda do mercado. A atividade artesanal que se destacou inicialmente foi a produção têxtil, ou seja, a produção de tecidos de lã e seda, principalmente. Toda produção era organizada pelas chamadas Corporações de ofício. Nessas corporações se encontravam pessoas de uma mesma profissão, de uma mesma religiosidade e que mantinham uma relação de proteção mútua. As Corporações de ofício eram administradas e controladas por um mestre artesão, responsável pela produção e manutenção de um mesmo padrão (normas e regras) em todas as oficinas de artesãos. Os funcionários ou trabalhadores das oficinas eram chamados de jornaleiros e geralmente viviam na casa do mestre. Nas oficinas também existiam os aprendizes, jovens que queriam seguir uma profissão relacionada ao artesanato. A organização das oficinas artesanais em corporações tinha como principal objetivo uma articulação política e econômica, a fim de enfrentar os mercadores, que passaram a viver nas cidades com o interesse estritamente comercial. Os mercadores tornaram-se homens ricos e poderosos – muitos foram os precursores das atividades bancárias. Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;) Os mercadores impulsionaram as atividades comerciais a partir do século XI, transitando de cidade em cidade, negociando suas mercadorias. No século XII, os mercadores passaram a organizar as feiras (importantes locais comerciais). As principais feiras do século XII foram a de Champagne e Brie, que se encontravam nos territórios da atual França. As atividades comerciais e bancárias e as feiras levaram ao rápido desenvolvimento urbano; assim, criou-se uma estrutura de segurança que garantiu a realização dos negócios comerciais. Algumas das principais características das cidades medievais eram as muralhas, as torres e os portões que proporcionavam uma maior segurança para moradores e comerciantes. A maioria das cidades não chegava a ter 20 mil habitantes – a maior cidade do mundo ocidental era Paris, que tinha uma população que não ultrapassava 100 mil habitantes. Com a acentuação das atividades comerciais, as cidades, a partir do século XI, tiveram um enorme crescimento, o que transformou bastante suas feições, ampliando-as para os espaços além-muros – crescimento proveniente das feiras e das atividades comerciais realizadas pelos mercadores nas beiras das estradas. A partir da ampliação das cidades além-muros, criaram-se novos muros, com os quais novas cidades foram delineadas, além das que já existiam. Os burgos (cidades com muros) se desenvolveram economicamente e ampliaram de tamanho. Dos burgos surgiram os burgueses (a nova classe social, chamada burguesia), importantes comerciantes que foram fundamentais para o desenvolvimento da mentalidade capitalista. Leandro Carvalho PUBLICIDADE Grandes Navegações – O que foram Grandes navegações dos séculos XV e XVI que têm origem na necessidade de expansão econômica da Europa. A insuficiência da produção agrícola para alimentar toda a população, o declínio econômico da nobreza, o encarecimento dos produtos orientais e a falta de metais preciosos para a emissão de moeda impulsionam a procura por novos mercados fora dos domínios europeus. A tentativa de encontrar rotas alternativas para o Oriente torna-se indispensável. A empreitada é possível graças ao surgimento de uma burguesia mercantil, interessada em ampliar sua margem de lucro, e ao fortalecimento do Estado, com a centralização do poder monárquico. Um forte ideal missionário, principalmente dos países ibéricos, para catequizar os povos infiéis das terras distantes funciona como justificativa ideológica para a expansão. As nações ibéricas formam impérios ultramarinos entre os séculos XV e XVI, quando tem início a colonização da África, da Ásia e da América. Além de Portugal e Espanha, Inglaterra, França e Holanda (Países Baixos) também realizam grandes expedições. Os motivos: O motivo poderoso que fez alguns europeus desafiar o desconhecido, enfrentando medo, foi a necessidade de encontrar um novo caminho para se chegar às regiões produtoras de especiarias, de sedas, de porcelana, de ouro, enfim, da riqueza. Outros fatores favoreceram a concretização desse objetivo:
Grandes Navegações – Os pioneiros Grandes NavegaçõesOs dois primeiros países que possuíam essas condições favoráveis eram Portugal e Espanha. Portugal, conhecedor de que as Índias (como genericamente era chamado o Oriente), ficava a Leste, decidiu navegar nessa direção, contornando os obstáculos que fossem surgindo. Optou pelo Ciclo Oriental. Já a Espanha apostou no projeto trazido pelo genovês Cristóvão Colombo, que acreditava na idéia da esfericidade da terra, e que bastaria navegar sempre em direção do ocidente para se contornar a terra e se atingir as Índias. Era o Ciclo Ocidental. E a disputa estava iniciada entre os dois países. Grandes Navegações – Portugal Para alcançar os mercados do Oriente e garantir o monopólio do comércio com as chamadas Índias, os portugueses assumem a vanguarda do expansionismo europeu, seguidos pelos espanhóis. Revolucionam a arte da navegação ao aperfeiçoar instrumentos náuticos de origem árabe, como a bússola, modernizar a cartografia e inventar a caravela. São pioneiros em calcular com precisão a circunferência da Terra e no comércio de escravos negros para a América. Expedições portuguesas A primeira expedição portuguesa, comandada pelo rei dom João I, termina com a conquista de Ceuta, em 21 de agosto de 1415. Um dos mais importantes portos africanos, ao norte do Marrocos, é o ponto de partida para as descobertas portuguesas na África Ocidental. O cabo da Boa Esperança, no extremo sul do continente, é contornado em 1487 por Bartolomeu Dias (1450-1500), abrindo caminho para o Oriente. A primeira ligação por mar entre Europa Ocidental e Índia é feita em 8 de julho de 1497 por Vasco da Gama (1469-1524). Ele parte da praia de Restelo, em Portugal, e em 1498 chega ao porto indiano de Calicute. Em 22 de abril de 1500, uma nova esquadra liderada por Pedro Álvares Cabral chega à costa brasileira. Conquistas portuguesas: Partindo de Lisboa, após a benção do sacerdote e da despedida do povo, caravela após caravela deixava Portugal, voltando com notícias e lucros sempre crescentes. Inicialmente contornando a África em:
As Navegações de Portugal A centralização do poder em Portugal se confunde com as guerras de reconquista de seu território contra os muçulmanos. Em 1139, a Dinastia de Borgonha foi fundada por Afonso Henriques. Os reis dessa dinastia impuseram severas derrotas aos mouros e finalmente os expulsaram do Algarve em 1249. Em 1383, ocorreu a Revolução de Avis, pela qual João I (mestre da ordem de Avis) fundou a Dinastia de Avis. Esse rei se aliou à burguesia comercial lusitana e promoveu o desenvolvimento marítimo português, preparando o caminho para a aventura portuguesa pelos novos mundos no século seguinte. Os Portugueses foram os primeiros a se lançarem ao mar, e seu pioneirismo se deve a diversos fatores:
O Ciclo Oriental das Navegações ou Périplo Africano Os portugueses buscaram em sua aventura marítima um caminho alternativo para as Índias. Esse caminho deveria contornar o continente africano para chegar às tão cobiçadas especiarias indianas. Assim ao longo de todo o século XV, os navegantes portugueses conquistaram pouco a pouco o litoral africano até achar o tão almejado caminho das índias. Resumo das Navegações Portuguesas
Apesar de perigosa, a carreira da Índia auferiu lucros imensos para Portugal com o comércio das especiarias. O porto de Lisboa transformou-se num dos mais agitados da Europa. No século XVI Portugal tornou-se um dos Estados mais poderosos da Europa e a corte portuguesa viveu seu período de maior esplendor. Grandes Navegações – Espanha Atrasados em relação a Portugal, os espanhóis patrocinam a viagem de Cristóvão Colombo ao Oriente em 1492. Acreditando que a Terra era redonda, Colombo supõe ter alcançado o Oriente navegando pelo Ocidente. Na verdade, descobre outro continente: a América. Entre 1503 e 1513, o navegador florentino Américo Vespúcio (1451-1512) viaja ao continente a serviço da Espanha. Ainda com patrocínio espanhol, Fernão de Magalhães (1454-1521) começa em 1519 a primeira viagem de circunavegação da Terra. Parte de Cádiz, no litoral da Espanha, atravessa o Atlântico Sul e cruza o estreito que hoje tem seu nome. Ruma para a Ásia, chegando às Filipinas em 1521. A tese sobre a forma esférica da Terra fica assim comprovada. Conquistas espanholas: A Espanha começou a navegar mais tarde, só após conseguir expulsar os árabes de seu território. Mas em 1492, Cristóvão Colombo obteve do rei espanhol as três caravelas, Santa Maria, Pinta e Nina, com as quais deveria dar a volta ao mundo e chegar às Índias. Após um mês de angústias e apreensões chegou a terra firme, pensando ter atingido seu destino. Retorna à Espanha, recebendo todas as glórias pelo seu feito. Portugal apressou-se a garantir também para si as vantagens dessa descoberta e, em 1494, assinou com a Espanha o famoso Tratado das Tordesilhas, que simplesmente dividia o mundo entre os dois pioneiros das grandes navegações. Foi traçada uma linha imaginária que passava a 370 léguas de Cabo Verde. As terras a Leste desta linha seriam portuguesas e as que ficavam a Oeste seriam espanholas. Foi assim que parte do Brasil ficou pertencendo a Portugal seis anos antes de Portugal aqui chegar. Infelizmente para Colombo, descobriu-se pouco depois que ele não havia chegado às Índias, e “apenas” tinha descoberto um novo continente, que recebeu o nome de América, em homenagem a Américo Vespúcio que foi o navegador que constatou isso. Colombo caiu em desgraça, morreu na miséria e a primeira viagem em torno da terra foi realizada em 1519 por Fernão de Magalhães e Sebastião del Cano. As navegações da Espanha O Ciclo Ocidental das Navegações A exemplo do que sucedeu com Portugal, a centralização do poder na Espanha também se deu paralelamente às lutas contra os muçulmanos em seu território. Durante esse processo consolidaram-se os reinos de Aragão, Navarra, Leão e Castela. Com a reconquista do território espanhol aos muçulmanos pelos reis católicos Fernando de Aragão e Isabel de Castela em 1492, a Espanha finalmente conseguiu centralizar o poder e financiar a empresa marítima. No mesmo ano da Reconquista o navegador genovês Cristóvão Colombo convenceu os reis espanhois a financiar lhe uma viagem às Índias pelo Ocidente. A ideia de Colombo era tirar proveito da forma esférica da Terra para chegar ao oriente navegando sempre para o ocidente, ou seja, ele daria a volta ao mundo. Não obstante, nos planos de Colombo não constava a possibilidade de haver uma barreira entre os dois pontos. Assim, em 12 de outubro de 1492 esse navegador simplesmente tropeçou na América pensando que estava chegando ao Oriente. Anos depois o navegador florentino Américo Vespúcio observou que as terras descobertas por Colombo eram um novo continente, o qual descreveu em sua obra Mundus Novus. O sucesso da obra de Vespúcio na Europa acabou por imprimir o seu nome às novas terras, enquanto Colombo morreu pobre e esquecido acreditando que de fato chegara às Índias. Grandes Navegações – INGLATERRA, FRANÇA E PAÍSES BAIXOS Iniciam sua expansão marítima mais tarde e, no princípio do século XVI, aportam em terras já ocupadas por portugueses e espanhóis. Conquistam algumas áreas na América do Norte e na Ásia e desenvolvem ações de pirataria oficializadas por seus governos contra Portugal e Espanha. No começo do século XVII, ingleses, franceses e holandeses passam a produzir navios mais baratos, em maior quantidade e de melhor qualidade. Formam também sociedades credenciadas para exploração, comercialização e administração de terras longínquas, como a Companhia Britânica das Índias Orientais (1600) e a Companhia Holandesa das Índias Orientais (1602). Liderança inglesa No século XVIII, com enorme poder naval, a Inglaterra lidera as expedições marítimas. As viagens, motivadas pela curiosidade científica e pela expectativa de obter maiores vantagens comerciais, são organizadas pelo governo e realizadas em navios de guerra comandados por oficiais da Marinha. Os objetivos são a exploração do sul do Pacífico e a descoberta de um estreito, entre o nordeste da Ásia e noroeste da América, que leve ao Ártico: acabam por descobrir várias ilhas, como Sandwich do Sul, a sudeste da América do Sul. Também exploram a Nova Zelândia, a Austrália e toda a costa americana e asiática do Pacífico Norte. A partilha das terras descobertas nas Grandes Navegações A rivalidade entre Portugal e Espanha pela disputa das terras descobertas de origem a uma série de tratados de partilha. Em 1480, antes da fase mais intensa das navegações espanholas foi firmado o Tratado de Toledo, pelo qual Portugal cedia à Espanha as ilhas Canárias (Costa da África), recebendo em troca o monopólio do comercio e navegação do litoral africano ao sul da linha do Equador. A descoberta da América serviu para aumentar a rivalidade entre os dois países e exigiu um novo tratado. Desta feita, o Papa Alexandre VI (cardeal aragonês) atuou como árbitro através da Bula Inter Coetera 1493. Uma linha imaginária foi traçada a 100 léguas a oeste das ilhas de Cabo Verde: as terras situadas a oeste da linha demarcatória ficariam para a Espanha, cabendo a Portugal as terras a leste, ou seja, o mar alto, o que gerou protestos de D. João II, o rei de Portugal. Em função da reação portuguesa foi estabelecida uma nova demarcação que ficou conhecida como Tratado de Tordesilhas (1494). A linha imaginária passaria agora a 370 léguas a oeste das ilhas de Cabo Verde: a porção ocidental ficaria pertencendo à Espanha, cabendo a Portugal a porção oriental. Dessa forma, parte das terras do Brasil passavam a pertencer a Portugal. Contudo, a linha de Tordesilhas, que, provavelmente, passaria por Belém, ao norte, e por Laguna, no litoral catarinense, nunca foi concretamente demarcada. A presença espanhola no Oriente, depois da viagem de Fernão de Magalhães, exigiu também a demarcação da parte oriental do planeta, através do Tratado ou Capitulação de Saragoça (1529). Por este acordo, uma linha imaginária dividiria o mundo oriental entre Espanha e Portugal, a partir das Ilhas Molucas. A divisão do mundo entre portugueses e espanhóis desencadeou a reação da França, Inglaterra e Holanda, países marginalizados pelos tratados de partilha. Daí, a sucessão de ataques corsários e as invasões das possessões ibéricas na América, África e Ásia. As conseqüências da expansão marítima As Grandes Navegações e Descobrimentos modificaram de forma significativa o mundo até então conhecido. Dentre as principais consequências da expansão europeia devem ser destacadas:
Grandes Navegações – A Expansão Marítima Europeia Em 1453 Constantinopla caía nas mãos dos turcos otomanos. Último grande entreposto comercial cristão no Oriente, a queda desta cidade favoreceu a busca de caminhos alternativos para a busca das tão lucrativas especiarias do Oriente. Essa busca levou os europeus a mergulhar numa das maiores aventuras da história humana. As grandes navegações colocaram em contato, pela primeira vez, todos os continentes habitados do Globo, iniciando o que podemos chamar de primeira globalização. Causas da Expansão Marítima
AS GRANDES NAVEGAÇÕES E DESCOBRIMENTOS Grandes Navegações ou Era dos Descobrimentos, um período degrandes descobertas por parte dos navegadores europeus O século XIV foi um século de crises na Europa. As duas principais foram a crise do comércio e a do feudalismo. Nessa época o comércio europeu já se ligava à Ásia (Índias), sendo feito pelos árabes do Oriente a Constantinopla, pelos italianos no Mediterrâneo e pelos flamengos (holandeses) no Mar do Norte e no interior do continente. No entanto a escassez de metais nobres, amoedáveis (ouro e prata), gera a crise, uma crise de crescimento. É necessário encontrar metais nobres em outros lugares, ou as especiarias ou, em último caso, se os metais ou as especiarias não forem encontrados, é necessário encontrar uma nova rota que ligue a Europa às Índias. Qualquer que seja a alternativa, navegar é preciso. Todavia, a existência do particularismo político característico do feudalismo é o maior impedimento às navegações. Para que se solucione essa crise econômica é necessário que se promova uma grande mudança política. Nesse caso, é fundamental que haja a Centralização do Poder Político. Somente com a Monarquia Nacional, com o poder centralizado nas mãos do Rei, será possível reunir capitais e desenvolver novas técnicas de navegação que permitam ao comércio europeu superar a sua crise. Para tanto, é necessária a aliança da burguesia com o Rei, derrotando a nobreza feudal. Sem essa condição política não há navegações, e sem as navegações não há como solucionar a crise. Portugal foi o primeiro país europeu a formar a sua Monarquia Nacional, o que aconteceu graças à chamada Revolução de Avis (1383-85), por isso foi o primeiro país a navegar. Durante o século XV os portugueses fizeram o périplo africano, navegando e comerciando na costa ocidental da África e descobrindo ilhas e arquipélagos, chegando em 1488 ao Cabo da Boa Esperança, no extremo sul do continente. Até aí não havia nenhuma concorrência para os portugueses, pois ainda nenhum país havia alcançado plenamente a consolidação de suas respectivas monarquias nacionais. A Espanha conclui a Reconquista em 1/1/1492, e no mesmo ano os Reis Católicos apoiaram a expedição do genovês Cristóvão Colombo, que pretendendo chegar ao Oriente navegando no rumo do Ocidente, descobriu a América em 12 de outubro. Na disputa entre as duas nações ibéricas pelas novas terras, Portugal obtém o Tratado de Tordesilhas (1494), que afasta os espanhóis da costa africana e garante a primazia lusa na chegada às Índias com Vasco da Gama em 1498. Dois anos depois a expedição de Cabral toma posse do Brasil, mas as incomparáveis vantagens comerciais oferecidas pelo Oriente, faz com que os portugueses se concentrem naquela atividade, deixando o Brasil em segundo plano durante os 30 anos seguintes. Finalmente em 1530, devido à decadência do comércio com o Oriente e a intensa presença de piratas e corsários de outras nacionalidades na costa brasileira, D. João III organiza a expedição de Martin Afonso de Souza que dá início à colonização do Brasil. As navegações da Inglaterra, Holanda e França O pioneirismo português e Espanhol nas navegações deixaram países que ainda se viam com problemas internos como a Inglaterra, a França e a Holanda. Esses países equacionaram seus respectivos processos de centralização apenas no século XVI. Assim esses novos Estados mercantilistas tinham uma grande necessidade de metais preciosos, mercados e matérias primas. Isso favoreceu uma forte disputa colonialista entre os Estados europeus no século XVII, o que provocou muitas guerras dentro e fora da Europa. A França e a Inglaterra privilegiaram a exploração e colonização da América do Norte. Esta última também deu grande apoia às práticas de pirataria no reinado de Elizabeth I o que originou grandes rivalidades com a Espanha, haja vista que o alvo princiapl dos corsários ingleses eram os galeões espanhóis invariavelmente carregados de ouro e prata. O Brasil foi, por diversas vezes, alvo das investidas de franceses (Rio de Janeiro) e holandeses (Bahia e Pernambuco). Esses chegaram a dominar regiões de interesse por vários anos no nordeste açucareiro. Não obstante, foram expulsos pelos portugueses passado algum tempo. O Triângulo Comercial Os europeus estruturaram uma grande estrutura de exploração colonial abrangendo um triângulo cujos vértices apontam para a Europa, África e América. Desse modo, a exploração se concentrou na África (escravos) e América (matérias primas) e o acúmulo de capital determinado pelos lucros exorbitantes do comércio triangular se concentrou no vértice europeu. As manufaturas europeias (tecidos e armas) eram trocadas com grandes vantagens por escravos na África. Os africanos escravizados eram levados para a América onde eram permutados por matérias primas (ouro, prata, açúcar). Essas matérias primas eram levadas para a Europa onde alcançavam altíssimo preço. De outro modo, os europeus também trocavam suas manufaturas diretamente na América por matérias primas, para então voltarem para a Europa. Havia ainda a oportunidade não menos lucrativa de trocar as manufaturas por fumo, aguardente ou melado, que poderiam ser facilmente levados à África e trocados por escravos que seriam trocados na América por matérias primas que, na Europa, reverteriam em estrondoso lucro. Qualquer que seja o sentido da triangulação mercantilista, os europeus auferiam sempre enormes lucros. Isso favoreceu o acúmulo de capital e o desenvolvimento comercial do capitalismo e da indústria na Europa. A exploração colonial europeia se pautava por alguns princípios básicos:
Consequências das Navegações
O atraso da Inglaterra, França e Holanda nas Grandes Navegações Diversos fatores contribuíram para o retardamento da participação Inglesa francesa e holandesa na expansão mercantil, dentre eles a Instabilidade política e econômica, a inexistência de uma monarquia centralizada, aliada aos interesses das burguesias nacionais e às resistências feudais. Inglaterra Além do desgaste na Guerra dos Cem Anos (1337-1453), travada contra a França, a Inglaterra sofreu os efeitos da Guerra das Duas Rosas (1455-85) retardando assim sua presença nas Grandes Navegações, que somente ocorreria a partir do reinado de Henrique VII (Tudor), estimulada pelo êxito ibérico: com a viagem dos italianos João e Sebastião Caboto (1497-98) foi atingido o Labrador, no Canadá; entre 1584 e 1587, Walter Raleigh fundou a colônia da Virgínia, o primeiro núcleo colonial inglês, além de tentar fundar colônias na Flórida. A partir daí, e até 1740, serão formadas as 13 colônias inglesas da América do Norte. Um dos feitos mais importantes das navegações inglesas foi a segunda viagem de circunavegação, realizada por Francis Drake, entre 1587 e 1590. França Seu atraso deveu-se aos problemas que marcaram o processo de centralização monárquica, dificultado pela nobreza, e aos efeitos devastadores da Guerra dos Cem Anos. As Grandes Navegações francesas começaram no século XVI, apoiadas pela dinastia Valois e com a participação de navegadores estrangeiros. Em 1523, o italiano Verrazano atingiu o litoral do Canadá e o norte dos EUA. Em seguida, Jacques Cartier penetrou o rio São Lourenço, fundando em 1534 a colônia de Nova França, o primeiro estabelecimento francês na América. Em 1604, já sob o governo dos Bourbons, os franceses ocuparam a Guiana e em 1608 fundaram a colônia de Quebec, no Canadá. Ainda neste século, penetraram o rio Mississipi e fundaram os núcleos de Saint Louis e Nova Orleans, embrião da colônia da Louisiana. Além disso, os franceses fizeram duas tentativas de colonização no Brasil: no Rio de Janeiro (1555-67), com a França Antártica, e no Maranhão (1612-15), com a França Equinocial, ambas de curta duração. A penetração do Oriente começou no reinado de Luís XIV com a conquista de parte da Índia. Holanda Mesmo com uma sólida tradição mercantil, os holandeses eram dominados pela Espanha. Sua independência somente ocorreria em 1581, com o surgimento das Províncias Unidas dos Países Baixos do Norte (Holanda). A partir daí, foram criadas as Companhias de Comércio, das Índias Orientais (E.I.C.) e das Indias Ocidentais (W.I.C.), responsáveis pela penetração no bloco colonial ibérico. Em 1626, os flamengos entraram para as Grandes Navegações e atingiram a América do Norte, onde fundaram a colônia de Nova Amsterdã, que depois de tomada pelos ingleses passou a se denominar Nova York. Entre 1624 e 1654, a W.I.C. realizou duas invasões no Nordeste brasileiro, buscando o controle da produção açucareira e, ao mesmo tempo, incursões na África portuguesa, nas Antilhas espanholas e no Oriente. Na América do Sul, em sua parte setentrional, criaram a Guiana holandesa, atual Suriname. No século XVII, os holandeses controlavam um grande império colonial, especialmente nas Índias Orientais. Fonte: www.geocities.yahoo.com.br/historiapatos.wikispaces.com/www.ejurnews.com Qual era o interesse da burguesia com as grandes navegações?A burguesia tinha dinheiro, mas não poder, nem prestígio. Desta forma, rei e burguesia apoiaram e financiaram expedições para a África, Ásia e a América, e assim alcançar seus objetivos. Portugal foi o pioneiro na realização de grandes viagens marítimas.
Quais foram os motivos que provocaram o movimento das Grandes Navegações?Como vimos, as Grandes Navegações aconteceram por motivações territoriais e econômicas, ligadas ao surgimento do mercantilismo. Os princípios do sistema começam a aparecer, tomando o lugar de antigas práticas e fazendo com que o comércio se tornasse uma atividade mais lucrativa.
Por que os reis tinham interesse nas navegações?4- Por que os reis tinham interesse nessas navegações? R: Os reis também estavam interessados, tanto que financiaram grande parte dos empreendimentos marítimos, pois com o aumento do comércio, poderiam também aumentar a arrecadação de impostos para os seus reinos.
Como foi o processo das Grandes Navegações?As Grandes Navegações foram o processo de exploração do Oceano Atlântico realizado pioneiramente por Portugal no século XV e acompanhado por outros países europeus ao longo do XVI. Levaram a uma série de “descobrimentos” por parte dos europeus e resultaram, por fim, na chegada europeia ao continente americano em 1500.
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