O que é lâmina basal é qual sua importância

Um dos elementos da matriz extracelular com grande relevância para as células epiteliais é a lâmina basal. Ela se dispõe como um tapete molecular entre o pólo basal do estrato germinativo (células basais dos epitélios) e os elementos do tecido conjuntivo. É sintetizada cooperativamente por essas células e pelos fibroblastos do tecidos conjuntivo. Esta estrutura permite a ancoragem das células epiteliais ao tecido conjuntivo, e tem importante função na seleção, por dimensão e cargas, do trânsito de moléculas e células no meio extracelular através do epitélio. Ao microscópio eletrônico de transmissão é possível distinguir duas regiões na composição da lâmina basal: 1. a lâmina densa, formada por uma malha molecular composta de colágeno tipo IV, cujas moléculas se arranjam em uma tela à semelhança de uma grade de jardim, sendo que a eficiência de sua filtragem é proporcional ao número de telas moleculares sobrepostas, conferindo espessura variável à esta lâmina densa, diretamente relacionada com a necessidade seletiva do epitélio associado. Permeando essa malha molecular que atua como um filtro de dimensões para os elementos em trânsito no meio extracelular, encontram-se moléculas de laminina, que cooperam na mesma função, e um grande número de proteoglicanas, em cuja composição estão presentes as glicosaminoglicanas (GAGs) fortemente ionizadas, agregando, à lâmina densa, a propriedade seletiva de um filtro de cargas. 2. a lâmina rara ou lúcida, identificada como a região entre a membrana plasmática (MP) que delimita o pólo basal das células germinativas do epitélio e a malha molecular da lâmina densa. Neste espaço projetam-se as cadeias glicídicas do glicocálice das células do epitélio, associado à moléculas de proteoglicanas do meio extracelular. Também está presente a proteína laminina, que atua como reguladora do estado de diferenciação das células epiteliais, podendo ser vista ancorada à MP ou ligada à lâmina densa, de acordo com o momento funcional da célula epitelial. Outra grande molécula aí presente é a fibronectina que atua como um grampo molecular, estendendo-se entre a MP das células epiteliais e a lâmina densa. Sua ancoragem à MP dá-se por associação às proteínas Integrinas, intrínsecas transmembrana, que atuam também como pontos de ancoragem para o citoesqueleto no lado citoplasmático.

A lâmina rara e lâmina densa, juntas, formam a lâmina basal dos epitélios, distinta apenas ao microscópio eletrônico de transmissão.

Ao microscópio de luz, as técnicas de coloração por vezes permitem a identificação de uma estrutura laminar na base do epitélio. Esta estrutura é identificada como a membrana basal. Em sua composição está inserida a lâmina basal do epitélio, mas somam-se nesta visualização, também, os componentes do tecido conjuntivo envolvidos na ancoragem da lâmina basal aos elementos de sua matriz representados por: 1. lâmina reticular, composta de colágeno tipo III, fibras reticulares, que se dispõem, igualmente como um tapete molecular, aderido à lâmina densa da lâmina basal e ancorada ao tecido conjuntivo por 2. fibras colágenas grossas, colágeno tipo I, que juntamente com o colágeno tipo VII e o colágeno tipo IV, ancoram ambas as lâminas, densa e reticular, profundamente entre suas fibras e células.

Ao microscópio de luz, portanto, a visualização da estrutura laminar na base do epitélio é definida como membrana basal, na qual estão presentes o glicocálice do epitélio, a lâmina basal (rara + densa), a lâmina reticular e todas as fibras de ancoragem da lâmina reticular ao tecido conjuntivo subjacente.

A ligação do epitélio à lâmina basal é coordenada pela ação de proteínas reguladoras de sua interação, como as lamininas, as desintegrinas, a nidogênio e a entactina. Há momentos em que esta ligação pode ser desfeita, como quando uma célula do estrato germinativo está em divisão, seu citoesqueleto é redirecionado aos eventos cromossômicos e a célula precisa realizar movimentos livres para a citocinese, ou quando há condições anormais como a tração do epitélio causando ruptura desta ancoragem e o espaço gerado por seu desprendimento é rapidamente preenchido por exsudato plasmático do conjuntivo, formando uma bolha no epitélio. Essa formação de bolhas pode também ser induzida por alterações na síntese e/ou função de seus elementos de ancoragem, como no pênfigo bolhoso. No câncer a adesividade alterada das células epiteliais pode resultar em metástase.

O que é lâmina basal é qual sua importância

A lâmina basal permite a adesão entre o epitélio e o tecido conjuntivo e é uma barreira de filtração seletiva para as substâncias que se movimentam entre esses dois tecidos.

Onde fica a lâmina basal e qual a sua função?

Entre o tecido epitelial e o conjuntivo existe uma estrutura denominada lâmina basal, ou membrana basal visível. A lâmina basal separa e prende o epitélio ao tecido conjuntivo subjacente. É formada principalmente por colágeno tipo IV, laminina e proteoglicanas.

O que é lâmina basal e qual sua importância?

A lâmina basal é uma treliça de macromoléculas, funcionalmente importante para a célula. Essa estrutura delimita o tecido epitelial do tecido conjuntivo subjacente. Trata-se de uma matriz rica em proteínas e polissacarídeos.

Qual é a importância da lâmina basal dos tecidos?

Estrutura. As células do epitélio estão unidas aos tecidos conjuntivos por meio da lâmina basal (membrana basal visível). Esta lâmina une de forma estável o tecido epitelial ao tecido conjuntivo por meio dos hemidesmossomos. Assim, o epitélio pode receber os nutrientes que necessita através da difusão.

Por que é importante que o tecido epitelial esteja sobre uma lâmina basal?

Na região entre as células epiteliais e o tecido conjuntivo há a presença de uma lâmina basal constituída por colágeno do tipo IV, laminina, entactina e proteoglicanos. ... As lâminas basais têm várias funções; uma das principais é promover a adesão das células epiteliais ao tecido conjuntivo subjacente.

Um dos elementos da matriz extracelular com grande relevância para as células epiteliais é a lâmina basal. Ela se dispõe como um tapete molecular entre o pólo basal do estrato germinativo (células basais dos epitélios) e os elementos do tecido conjuntivo.

Como regenerar as células do corpo?

A regeneração celular é conseguida por processos de mitose (divisão celular conservativa), a partir de dois mecanismos fundamentais: duplicação mitótica de células diferenciadas, que originam duas células filhas iguais a si (processo que permite, por exemplo, a manutenção e regeneração dos hepatócitos do fígado e das …

Como as células se renovam?

De acordo com o pessoal do how stuff works, pesquisas realizadas nos anos 50 demonstraram que, em média, 98% dos átomos presentes no interior das moléculas que compõem as células do corpo humano são renovados anualmente através do ar que respiramos, dos alimentos que ingerimos e dos líquidos que consumimos.

Como acontece o processo de renovação celular da epiderme?

A pele tem o seu próprio ciclo de renovação. As células da pele são continuamente regeneradas na camada inferior e superior e movimentam-se para cima para substituir as células mais envelhecidas da superfície da pele.

Como ocorre o processo renovação da epiderme?

A epiderme é a camada externa, que passa por uma renovação constante; a cada 28 dias, todas as células são renovadas, sendo que as mais superficiais são substituídas por novas. A renovação é muito mais rápida em bebés e vai ficando mais lenta ao longo da nossa vida.

Como ativar a renovação celular?

Como estimular a renovação celular da sua pele É aqui que entra a esfoliação: ela vai desobstruir os poros e eliminar as células mortas. A solução é fácil de entender: pele livre = melhor absorção de produtos. Pele obstruída = baixa absorção dos ativos.

Como renovar as células do rosto?

Esfoliar a pele do rosto e do corpo pode ser o primeiro passo para renovar a cútis! Você pode apostar nos esfoliantes tradicionais, que contém partículas que “varrem” as células mortas e sujeirinhas do rosto, ou nas máscaras de argila, que esfoliam a pele do rosto naturalmente.

Quanto tempo demora para a cicatriz voltar a cor da pele?

O processo de cicatrização se completa em aproximadamente 1 ano após a intervenção cirúrgica. Durante esse período é natural que a cicatriz mude de aparência (textura, cor, resistência…).

O tecido epitelial é um dos quatro tipos básicos dos tecidos animais. Formado por células justapostas, entre as quais se encontra pouca substância extracelular. Como suas células não possuem vasos sanguíneos, os nutrientes são recebidos através do tecido conjuntivo subjacente.

Entre o tecido epitelial e o conjuntivo existe uma estrutura denominada lâmina basal, ou membrana basal visível. A lâmina basal separa e prende o epitélio ao tecido conjuntivo subjacente. É formada principalmente por colágeno tipo IV, laminina e proteoglicanas. A membrana basal é formada pela lâmina basal juntamente com fibras reticulares e complexos de proteoglicanas e glicoproteínas, sendo, visível ao microscópio óptico quando utilizamos técnicas específicas, como o PAS (ácido periódico de Schiff ).

O que é lâmina basal é qual sua importância

As células epiteliais de revestimento estão unidas umas com as outras através de estruturas denominadas de junções celulares. Os vários tipos de junções servem não só como locais de adesão, mas eventualmente também como vedantes prevenindo o fluxo de materiais pelo espaço intercelular, e ainda podem oferecer canais para a comunicação entre células adjacentes. Portanto do ponto de vista juncional as junções podem ser classificadas como junções de adesão, junções de oclusão (tight junctions) e junções de comunicação  (junções gap). Em muitos epitélios várias junções estão presentes em uma seqüência constante do ápice para a célula.

Junções de adesão/ ancoragem

São junções especializadas em que proteínas transmembranas, as caderinas, se ligam a filamentos de actina existentes no citoesqueleto, atravessam o espaço intercelular, se fundem e auxiliam as células adjacentes a aderirem umas às outras.

Junções de oclusão, zônula de oclusão / tight junctions

Costumam ser a zona mais apical desta seqüência. O termo “zônula” indica que a junção forma uma faixa ou cinturão que circunda a célula completamente e “oclusão” se refere à fusão das membranas que ocorre nessas membranas vedando o espaço intercelular.

Junções comunicantes ou gap junctions

É um conjunto de pequenos canais que permitem que pequenas moléculas entrem para o interior de células adjacentes. São estruturas dinâmicas, abrindo e fechando em resposta a estímulos.

Tipos de junções celulares

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Polaridade das células epiteliais

Em muitas células epiteliais a distribuição das organelas na porção apoiada na membrana basal da célula, pólo basal, é diferente das organelas presentes no citoplasma da porção livre da célula, pólo apical; a esta diferente distribuição que é constante nos vários tipos de epitélio, dá-se o nome de polaridade das células epiteliais. Isto significa que diferentes partes dessas células podem ter diferentes funções.

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Classificação do tecido epitelial de revestimento

A classificação dos diferentes tipos de epitélio baseia-se nos seguintes parâmetros:
a) Forma da célula: pavimentosa ou achatada, cúbica e cilíndrica ou prismática.

b) Número de camadas: simples (1 camada de células) e estratificada (mais de uma camada de células)

Há três tipos básicos de células, cuja nomenclatura se relaciona com a forma celular: células pavimentosas, cúbicas e cilíndricas. As células do epitélio pavimentoso são achatadas e têm forma poligonal. As do epitélio prismático(ou colunar, ou cilíndrico) são altas, com forma de prismas e as células cúbicas têm formato cúbico.

As células epiteliais podem se dispor em uma única camada: epitélio simples, onde todas as células do epitélio se prendem à membrana basal, ou organizar-se em várias camadas, onde a camada mais inferior entra em contato com a membrana basal: epitélio estratificado, de forma que as demais células vão se sobrepondo umas às outras, formando vários estrato. Normalmente, as células do epitélio cilíndrico simples atingem a mesma altura, assim como os seus núcleos também costumam ter a mesma posição dentro da célula, formando, ao microscópio, uma linha contínua ao longo do epitélio.

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Existe também o epitélio pseudo-estratificado, no qual todas as células se prendem à membrana basal, mas não atingem a mesma altura, dando a impressão, ao microscópio, de ser estratificado. Os núcleos das células também não atingem a mesma altura e, portanto, não formam uma linha contínua, como acontece no epitélio estratificado.

O que é lâmina basal é qual sua importância

O epitélio de transição é um tipo especial de epitélio restrito ao revestimento das vias urinárias, e suas células variam sua morfologia dependendo do grau de estiramento. Quando a bexiga está em repouso, as células epiteliais encontram-se na forma cúbica, no entanto quando a bexiga encontra-se distendida, as células epiteliais encontram-se na forma pavimentosa (achatada).

O que é lâmina basal é qual sua importância

Além da análise que leva em consideração o número de camadas e o formato celular, os epitélios ainda podem ser classificados observando-se a presença de especializações de superfície livre, como microvilosidades, cílios e os estereocílios.

As microvilosidades São pequenas projeções do citoplasma curtas ou longas em forma de dedos, observadas no microscópio eletrônico. Encontradas em células que exercem intensa absorção, como as do epitélio de revestimento do intestino delgado e dos túbulos proximais dos rins. Nestas células o glicocálix é mais espesso que na maioria das células e o conjunto de glicocálix e microvilos é visto facilmente ao microscópio de luz, sendo chamado de borda em escova ou borda estriada.

O que é lâmina basal é qual sua importância

O que é lâmina basal é qual sua importância

Corte histológico de intestino delgado. Setas evidenciam a borda estriada ou borda em escova, formada pelas microvilosidades e o glicocálix da membrana da célula. Maior aumento. HE.

Alguns tipos de epitélio podem ainda apresentar células epiteliais secretoras de muco. As mucinas (misturas de glicoproteínas e proteoglicanos) têm importantes funções nas cavidades corporais, por exemplo, atua como lubrificante bucal, como lubrificante vaginal e como barreira estomacal. As células caliciformes presentes nos epitélios que revestem o intestino e no trato respiratório são exemplos de células secretoras de muco.

O que é lâmina basal é qual sua importância

Os cílios são prolongamentos longos dotados de motilidade, presente na superfície de algumas células epiteliais. O movimento ciliar de um conjunto de células de um epitélio é freqüentemente coordenado para permitir que uma corrente de fluído ou de partículas seja impelida em uma direção ao longo da superfície do epitélio.

O que é lâmina basal é qual sua importância

Os estereocílios são prolongamentos longos e imóveis de células do epidídimo e do ducto deferente que na verdade são microvilos longos e ramificados e que portanto, não devem ser confundidos com os verdadeiros cílios. Os estereocílios aumentam a área de superfície da célula, facilitando o movimento de molécula para dentro e para fora da célula.

O que é lâmina basal é qual sua importância

Corte histológico de epidídimo. As setas evidênciam os estereocílios. Maior aumento. HE.

Combinando as duas classificações, obtemos uma grande variedade de epitélios:

  • Epitélio pavimentoso simples: encontrado nos vasos, cápsula de Bowman (rins), mesotélio.
  • Epitélio cúbico simples: encontrado nos túbulos contorcidos do rim e na parede dos folículos da tireóide.
  • Epitélio cilíndrico simples: encontrado em quase todo o tubo digestório, revestindo o estômago, o piloro, o intestino delgado e o grosso e a vesícula biliar.
  • Epitélio pavimentoso estratificado: pode ser queratinizado (pele) ou não, esôfago, vagina, língua, cavidade oral.
  • Epitélio cúbico estratificado: encontrado nos ductos de algumas glândulas.
  • Epitélio cilíndrico estratificado: é raro, só está presente em poucas áreas do corpo, como na conjuntiva ocular e nos grandes ductos excretores de glândulas salivares.
  • Epitélio de transição: na bexiga e ureter.
  • Epitélio pseudo-estratificado: geralmente é revestido por cílios, como na traquéia e brônquios, ou estereocílios, no epidídimo.

No epitélio pseudo-estratificado cilíndrico ciliado observado nas vias respiratórias (traquéia e brônquios), os cílios têm a função de remoção de partículas estranhas vindas juntamente com o ar inalado. No fumante, devido a agressão constante dos componentes do cigarro, este epitélio pode ser substituído por um epitélio mais resistente, o epitélio pavimentoso estratificado. Esse processo é chamado de metaplasia.

Renovação das células epiteliais

Os tecidos epiteliais são estruturas dinâmicas cujas células são continuamente renováveis por atividade mitótica. A taxa de renovação é variável; pode ser rápida em tecidos como o epitélio intestinal, que é totalmente substituído a cada semana, ou lenta, como no fígado e pâncreas. Em tecidos epiteliais estratificados e pseudo-estratificados as mitoses ocorrem na camada basal do epitélio, a camada mais interna próxima à lâmina basal, onde se encontram as células –tronco desses epitélios.

Resumo das principais características dos epitélios: 1. São derivados do ectoderma, do mesoderma e do endoderma. 2. Recobrem e revestem todas as superfícies corporais, exceto as cartilagens articulares, o esmalte do dente e a superfície anterior da íris. 3. As funções básicas dos epitélios são proteção (pele), absorção (intestinos delgado e grosso), transporte de substâncias sobre a superfície (mediado por cílios), secreção (glândulas), excreção (túbulos do rim), trocas gasosas (alvéolos pulmonares) e deslizamento entre superfícies (mesotélio de serosas). 4. A maioria das células epiteliais se renovam continuamente por mitose. 5. Os epitélios não tem direto suprimento sanguíneo e linfático. Os nutrientes são liberados por difusão. 6. As células epiteliais quase não apresentam substâncias intercelulares livres entre si (em contraste com o tecido conjuntivo) 7. A natureza coesiva de um epitélio é mantida por junções celulares. 8. Os epitélios estão ancorados a uma lâmina basal. A lâmina basal e os componentes do tecido conjuntivo cooperam entre si para formar a membrana basal.

9. Os epitélios apresentam polaridade estrutural e funcional.