Em qual grande região e Domínio morfoclimático se situa o maior número de reservas extrativistas

Os domínios morfoclimáticos dizem respeito a uma classificação do meio ambiente brasileiro elaborada pelo geógrafo Aziz Ab'Saber em 1970. Essa classificação utiliza como critério para dividir o espaço natural do país as características do relevo, clima, solo, vegetação e ocupação humana.

Como o Brasil possui uma extensão territorial de dimensões continentais e está localizado na zona tropical, apresenta uma grande diversificação natural, o que permite a sua divisão em diferentes regiões. De acordo com Ab'Saber, o meio natural brasileiro pode ser dividido em:

É o maior domínio morfoclimático do Brasil, ocupa cerca de 40% do território brasileiro e abrange a maior parte dos estados de Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Amapá, Pará e parte do Maranhão, Tocantins e Mato Grosso.

Apresenta um relevo, relativamente, de baixa altitude, que é composto por planaltos, depressões e algumas planícies aluviais (planície formada pelo acúmulo de sedimentos transportados por rios). A rede de drenagem nessa região é muito rica, pois abrange toda a região da bacia hidrográfica do rio Amazonas no Brasil, área por onde circula cerca de 20% de toda a água do mundo. Seu potencial hidrelétrico é grande nos rios afluentes (cursos d'água que deságuam em um rio principal) ao Rio Amazonas que se localizam em áreas de planalto e quase inexistente no rio principal, que está localizado em uma área de planície.

A vegetação florestal é muito densa e composta por árvores de pequeno, médio e grande porte que podem chegar a mais de 60 metros de altura. O clima característico dessa região é o equatorial, em que predominam as altas temperaturas, pouca amplitude térmica e bastante umidade, com chuvas bem distribuídas no ano todo.

Originalmente, o solo da região é pobre em nutrientes e, por isso, de baixa fertilidade. Porém, em virtude da grande quantidade de matéria orgânica que é depositada no solo diariamente pela floresta Amazônica, essa baixa fertilidade é corrigida, permitindo, assim, a existência dessa formação vegetal na região.

Apesar disso, essa baixa fertilidade do solo compromete o desenvolvimento de atividades agrícolas na região, pois, para realizar esse tipo de atividade, é preciso desmatar a vegetação original, o que diminui a concentração de matéria orgânica no solo, que se torna novamente de baixa fertilidade.

A ocupação humana na região é a menor do país. Atualmente, mesmo não sendo indicado, tem sido cada vez mais frequente o desmatamento da vegetação natural para exploração de madeira ou implantação de atividades agropecuárias e de extrativismo mineral.

Com cerca de dois milhões de quilômetros quadrados, o Cerrado é o segundo maior domínio do Brasil. Localiza-se em uma região de relevos planálticos, no planalto central do país, com diversas chapadas e chapadões. Como esse domínio natural está no interior do país, o tipo de clima predominante é o tropical típico ou tropical continental, em que predomina a alternância entre uma estação seca e uma estação quente e úmida.

A vegetação, adaptada a essa alternância de estações, é composta por gramíneas, arbustos e árvores de pequeno porte, com galhos retorcidos e cascas grossas, que perdem parte das folhas durante a estação seca. Como o solo da região é pobre e ácido, para desenvolver qualquer prática agrícola nessa porção territorial, é necessário corrigir a acidez do solo a partir da adição de calcário (método de calagem).

A rede de drenagem da região é composta por diversos cursos d'água provenientes das bacias Tocantins-Araguaia, Paraná e Paraguai e também é influenciada pela alternância de estações que essa região possui. A ocupação humana intensificou-se bastante nas últimas décadas em razão da expansão da fronteira agrícola.

  • Domínio dos Mares de Morro:

Localiza-se nas regiões litorâneas do país, desde o Nordeste até o Sul, estendendo-se para parte do interior da região Sudeste. O relevo dessa região apresenta um aspecto ondulado, de altitudes relativamente elevadas, sendo rico em morros convexos (formas conhecidas como “meias-laranjas” viradas para baixo) com declividade elevada.

A vegetação florestal original era a Mata Atlântica, que foi praticamente toda devastada pela ocupação humana, visto que essa região foi a primeira a ser colonizada e é a que apresenta a maior densidade demográfica (média do número de pessoas residentes por unidade de área em uma dada localidade) do país.

O clima característico é o Tropical Atlântico, que é muito úmido, com chuvas bem distribuídas durante o ano todo e temperaturas médias que variam entre 20° e 24° C. Os solos, que variam bastante nessa região (desde solos muito arenosos a solos muito argilosos), possuem uma grande suscetibilidade à erosão em razão da grande declividade do terreno.

Em qual grande região e Domínio morfoclimático se situa o maior número de reservas extrativistas
Como estão localizadas no domínio de Mares de Morro, a maior parte das cidades históricas de Minas Gerais possui um relevo com vários morros

Localiza-se na região Nordeste e em uma pequena extensão do Sudeste do Brasil. Abrange uma área de 1,1 milhão de quilômetros quadrados que envolve o estado do Ceará e parte dos estados da Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Piauí e Minas Gerais.

O clima predominante é o semiárido, com altas temperaturas e chuvas escassas e irregulares, havendo grandes períodos de estiagem. A vegetação é composta por arbustos, árvores de pequeno porte e raízes profundas e plantas xerófilas (adaptadas à baixa umidade). Essa vegetação, que só é encontrada no Brasil, recebe o nome de Caatinga.

Geralmente, as áreas da Caatinga estão localizadas em regiões interplanálticas e apresentam um relevo composto por depressões e algumas regiões de planalto (chapadas e chapadões). Os solos são pouco profundos, ricos em minerais e argila e, geralmente, com alta concentração de sais minerais (solos salinos).

Predomina na região Sul do país em uma área de cerca de 400.000 quilômetros quadrados. A sua vegetação é rica em árvores da espécie Araucaria Angustifolia, conhecida como Araucária ou Pinheiro-do-Paraná. O clima é o subtropical úmido, com chuvas regulares o ano todo e uma temperatura mais amena, com médias anuais que variam entre 14ºC e 22°C.

Nessa região, predominam relevos planálticos (tabuleiros, planaltos basálticos e escarpas) e solos muito variados. A ocupação humana tem sido intensa na região, com o desenvolvimento de atividades agropecuárias modernas e cidades de pequeno, médio e grande porte. A exploração da vegetação original foi muito intensa, pois a madeira da Araucárias é muito valorizada.

Localiza-se no extremo sul do país, na região do sudoeste do Rio Grande do Sul, e estende-se pelo Uruguai e pela Argentina. A sua vegetação é composta quase que exclusivamente por gramíneas, com exceção das matas fluviais.

O clima predominante é o subtropical, muito úmido e com temperaturas amenas. O relevo é plano, levemente ondulado e composto por pequenas colinas (coxilhas).

Existe uma grande variedade de solos na região, que são constituídos principalmente pela decomposição de rochas basálticas, fato que proporciona a existência de solos relativamente férteis. Desde o século XVII a intensa produção de arroz, trigo e de soja tem contribuído para a arenização do solo (degradação do solo que provoca a formação de bancos de areia).


Por Thamires Olimpia
Graduada em Geografia

As Reservas Extrativistas, também conhecidas como REx ou RESEX, são áreas brasileiras protegidas do grupo das unidades de conservação. De domínio mínimo, são áreas utilizadas por populações tradicionais, cuja sobrevivência baseia-se no extrativismo e, complementarmente, na agricultura de subsistência e na criação de animais de pequeno porte. Tem como objetivos básicos proteger os meios da vida e a cultura dessas populações, e assegurar o uso sustentável dos recursos naturais da unidade. As áreas particulares incluídas em seus limites devem ser desapropriadas.

No Brasil, a Reserva Extrativista é gerida por um conselho deliberativo, presidido pelo órgão responsável por sua administração e constituído por representantes de órgãos públicos, de organizações da sociedade civil e das populações tradicionais residentes na área, conforme se dispuser em regulamento e no ato de criação da unidade.

As reservas extrativistas federais são administradas pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

  • Alto Juruá, criada pelo decreto 98.863 de 23.01.1990, com 506.186 ha.
  • Alto Tarauacá, criada pelo decreto S/N de 08.11.2000, com 151.199 ha.
  • Cazumbá-Iracema, criada em setembro de 2002, com 750.794 ha.
  • Chico Mendes, criada em março de 1990, com 970.570 ha.
  • Riozinho da Liberdade, criada em fevereiro de 2005, com 325.026 ha.
  • Rio Cajarí, criada pelo decreto 99.145 de 12.03.1990, com 481.650 ha.
  • Médio Juruá, criada pelo decreto S/N° de 04.03.1997, com 253.226 ha.
  • Baixo Juruá, criada pelo decreto S/N° de 01.08.2001, com 187.982 ha.
  • Auati-Paraná, criada pelo decreto S/N° de 07.08.2001, com 146.950 ha.
  • Rio Jutaí, criada em 16.07.2002, com 275.532,88 ha.
  • Lago do Capanã Grande, criada em 03.06.2006, com 304.146 ha.
  • Rio Unini, criada em 21.06.2006, com 833.352 ha.
  • Arapixi, criada em 21.06.2006, com 133.637 ha.
  • Médio Purus, criada em 08.05.2008, com 604.290 ha.
  • Ituxi, criada em 05.06.2008, com 776.940 ha.
  • Tapajós-Arapiuns, criada pelo decreto S/N° de 06.11.1998, com 647.610 ha.
  • Marinha de Soure, criada pelo decreto S/N° de 22.11.2001, com 27.463 ha.
  • Chocoaré-Mato Grosso, criada pelo decreto S/N de 13.12.2002, com 2.785,72 ha.
  • Maracanã, criada em 13.12.2002, com 30.018,88 ha.
  • Mãe Grande de Curuçá, criada em 13.12.2002, com 37.062 ha.
  • São João da Ponta, criada pelo decreto S/N 13.12.2002, com 3.203,24 ha.
  • Verde Para Sempre, criada em 08.11.2004, com 1.288.717 ha.
  • Riozinho do Anfrísio, criada em 08.11.2004, com 736.340 ha.
  • Mapuá - criada em 20.05.2005, com 94.436 ha.
  • Ipaú-Anilzinho- no município de Baião,sob jurisdição do EsReg Tucuruí, e criada pelo decreto S/N de 14.06.2005, com 55.816 ha.
  • Arioca Pruanã - criada em 16.11.2005, com 83.445 ha.
  • Marinha de Araí-Peroba - criada em 20.05.2005, com 11.479 ha. Rios Peroba, Araí e Emburanunga.
  • Marinha de Caeté-Taperaçu - criada em 20.05.2005, com 42.068 ha. Rios Caeté, Furo Grande e desembocadura do rio Taperaçú.
  • Marinha de Gurupi-Piriá - criada em 20.05.2005, com 74.081 ha. Rio Gurupi, Rio Limondeua, Rio Bombom e Rio Piriá, margem direita do Rio Emburanunga e região das ilhas de Apeú Salvador, Itacupim, Taperebateua e dos dos Pássaros, furos do Gato e Cajueiro, Tucundeua, Sarnambi, igarapés e bordas das baías do Chuna, Piriá e Gurupi.
  • Marinha de Tracuateua - criada em 20.05.2005, com 127.153 ha. Rios Quatipuru e Maniteua e das baías do Quatipuru e de Maiaú.
  • Terra Grande - Pracuúba - criada em 05.06.2006, com 194.695 ha.
  • Rio Iriri - criada em 05.06.2006, com 398.938 ha.
  • Gurupá-Melgaço - criada em 30.11.2006, com 145.297 ha.
  • Rio Xingu - criada em 05.06.2008, com 303.841 ha.
  • Renascer - criada em 05.06.2009, com 211.741 ha.
  • Jaci-Paraná, criada pelo decreto 7335 de 17.01.1996, com 191,324 ha.
  • Lago do Cuniã, criada pelo decreto 3.238 de 10.11.1999, com 55.850 ha.
  • Rio Ouro Preto, criada pelo decreto 99.166, de 13.03.1990, com 204.583 ha.
  • Barreiro das Antas, criada em 07.08.2001, com 107.234 ha.
  • Rio Cautário, criada em 07.08.2001, com 73.817 ha.
  • Extremo Norte do Tocantins, criada pelo decreto 535 de 20.05.1992, com 9.280 ha, situando-se ao norte da Estrada TO – 496 e ao sul do Rio Tocantins, abrangendo quase a totalidade município de Carrasco Bonito no Extremo Norte do Tocantins.
  • Marinha Lagoa do Jequiá, criada em 27.09.2001, com 10.203 ha.
  • Marinha da Baía do Iguape, criada em 11.08.2000, com 8.117 ha.
  • Marinha da Ponta do Corumbau, criada em 21.09.2000, com 89.500 ha.
  • Canavieiras, criada em 05.06.2006, com 100.645 ha.
  • Cassurubá, criada em 05.06.2009, com 100.687 ha.
  • Batoque, criada em 05.06.2003, com 601 ha.
  • Prainha do Canto Verde, criada em 05.06.2009, com 29.794 ha.
  • Arapiranga-Tromaí, criada pelo nº 9.339, de 05.04.2018, com 186.908 ha
  • Baía do Tubarão, criada em abril de 2018, com 223.888,98 ha.
  • Ciriáco, criada pelo decreto 534 de 20.05.1992, com 7.050 ha.
  • Chapada Limpa, criada em 26.09.2007, com 11.971 ha.
  • Cururupu, criada em 02.06.2004, com 185.046 ha.
  • Itapetininga, criada pelo 9.333 de 05.04.2018, com 16.786 ha
  • Marinha do Delta do Parnaíba, criada em 16.11.2000, com 27.021 ha que se estendem também pelo estado do Piauí
  • Mata Grande, criada pelo decreto 532 de 20.05.1992, com 10.450 ha.
  • Quilombo do Flexal, criada pelo decreto 536, de 20.05.1992, com 9.542 ha.
  • Acaú-Goiana, criada em 26.09.2007, com 6.678 ha que se estendem também pelo estado de Pernambuco.
  • Acaú-Goiana, criada em 26.09.2007, com 6.678 ha que se estendem também pelo estado da Paraíba.
  • Marinha do Delta do Parnaíba, criada em 16.11.2000, com 27.021 ha que se estendem também pelo estado do Maranhão.
  • Lago do Cedro, criada em 11.09.2006, com 17.337 ha.
  • Recanto das Araras de Terra Ronca, criada em 11.09.2006, com 11.964 ha.
  • Reserva Extrativista Guariba-Roosevelt

O extrativismo mineral tem por objetivo a exportação de riquezas minerais. As principais ocorrências no Estado são as seguintes:

  • Mármore: Tem alta receptividade no mercado nacional e internacional. Atualmente existem mais de 300 empresas que atuam no Espírito Santo, distribuídas nos segmentos de extração, desdobramento e beneficiamento, gerando cerca de 12 mil empregos diretos. Cachoeiro de Itapemirim, município situado a 100 quilômetros de Vitória, concentra mais de 90% dos teares instalados no Estado, de um total de mais de 600 que existem no Espírito Santo.
  • Petróleo: O petróleo jorrou, pela primeira vez, no município de São Mateus, ao norte do Estado, em 1967. O petróleo é explorado pela Petrobrás e é uma grande promessa de recursos para o ES.
  • Calcário: Usado na fabricação de cimento, produção de pó fino para uso industrial e corretivo de solo.
  • Granito: Jazidas principais situadas em Cachoeiro de Itapemirim.
  • Argila: Usada pela indústria de construção civil, cerâmica, artesanato, papel, borracha.
  • Berilo: Usado industrialmente na produção de aço especial, bombas e pilhas atômicas.
  • Feldspato: Usado na indústria de cerâmica e de vidro.
  • Manganês: Usado na usina siderúrgica e na fabricação de turbina e vela.
  • Monazita: Interesse industrial como fonte de terras raras e do tório.

O minério de ferro para a produção das pelotas tem origem em Minas Gerais, alcançando o Espírito Santo pela EFVM - Estrada de Ferro Vitória a Minas - (para as usinas da CVRD) ou de minero duto (para a Samarco Mineração).

Minas Gerais

  • Siderúrgica
  • Petroquímica

Rio de Janeiro

  • Marinha de Arraial do Cabo, criada pelo decreto S/Nº de 03.01.1997, com 56.769 ha.

São Paulo

  • Mandira, criada por decreto de 13.12.2002, com 1.175 ha.
  • Floresta Nacional de Canela (FLONA)[1]
  • Marinha do Pirajubaé, criada pelo decreto N° 533 de 20.05.1992, com 1.444 ha.

  1. FLONA de Canela

  • Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
  • Ambiente Brasil
  • Ibama
  • Amazonia.org.br
  • Amazonlink
  • Reservas Extrativistas na Amazônia Legal - site Unidades de Conservação da Amazônia Brasileira

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