Artigo sobre a importância da pesquisa científica

Publicada 17/09/2021

Atualizado em 14/10/2021.

O ensino superior é formado por três pilares: o ensino, a extensão e a pesquisa. Por isso não é surpreendente o dado de que 95% da produção científica feita no Brasil acontece dentro das universidades.

Durante a pandemia do coronavírus, a importância da pesquisa científica ficou ainda mais clara e próxima da nossa realidade, porém, se engana quem acha que a ciência só é feita por cientistas dentro de um laboratório. Ela vai muito além disso e abarca estudos nas áreas de humanas, exatas e biológicas, podendo ser realizada desde a graduação. 

Isto é possível porque ao entrar em uma faculdade, o aluno tem muito mais que as aulas. Ele pode participar de congressos, palestras, visitas técnicas, estágios, monitorias e programas de pesquisa, como a Iniciação Científica, além de ter que escrever o TCC ao final do curso, cujo objetivo é justamente mostrar que o aluno sabe aplicar os conceitos do método científico em sua área de estudo e é capaz de produzir conhecimento sobre ele.

No post de hoje, vamos entender melhor o que é a pesquisa científica, qual a sua importância para a sociedade e como acompanhar o que é produzido no país.

O que é pesquisa científica?

Pesquisa científica é um estudo realizado com o uso do método científico. Pode parecer complicado, mas não é. Cada área de estudo tem suas regras para garantir que um estudo foi feito de maneira correta, isso garante que os resultados obtidos são verdadeiros.

Por exemplo, para garantir que uma vacina funciona, não basta testá-la em uma pessoa e esperar para ver se ela fica doente. Os testes são feitos em várias fases, com uma grande quantidade de pessoas e todas são acompanhadas para saber se foram expostas à doença em questão, quando, de que forma e se foi realmente a vacina que as protegeu. Para isso, existe uma série de protocolos já testados e reconhecidos internacionalmente pela sua eficácia.

Já uma pesquisa na área de humanas sobre criminalidade, por exemplo, pode trabalhar com levantamento de dados bibliográficos, entrevistas e dados demográficos, também seguindo uma série de protocolos que garantem que as informações usadas como base são verdadeiras e que a conclusão da pesquisa faz sentido e representa a realidade.

No caso de uma pesquisa mais simples, como uma monografia, também é preciso seguir as regras do método científico. O aluno deve mostrar todas as suas fontes, como coletou os dados que está analisando, citar todos os artigos que embasaram a sua pesquisa e construir um argumento embasado e que esteja de acordo com os dados obtidos.

É por isso que nem toda pesquisa pode ser chamada de científica. Uma enquete na internet, por exemplo, não tem controle quanto à veracidade das respostas, gênero, classe, localização geográfica e idade de quem respondeu, também não é possível calcular a margem de erro e diversas outras variáveis que podem influenciar nos resultados.

Experiências pessoais também não podem ser usadas como “prova científica”, afinal, não é porque algo aconteceu com uma pessoa, que ele acontece com todas as pessoas nas mesmas circunstâncias.

Qual é a importância da pesquisa científica?

É através dela que são desenvolvidos remédios, vacinas e tratamentos médicos que salvam vidas. Mas a pesquisa científica também é importante para a sociedade pois pode servir como base para a implementação de políticas públicas como o combate ao desmatamento e criação de novas formas de energia sustentável.

O investimento em ciência também é associado a uma maior inovação dentro das empresas, o que é essencial para o crescimento das próprias empresas e o desenvolvimento econômico do país.

Por fim, a ciência também é uma forma de entender a sociedade, como se dão as relações humanas e o que podemos fazer para reduzir desigualdades e combater preconceitos.

Até quem não tem interesse em seguir a carreira científica, se beneficia de ter contato com ela durante a graduação. O aluno que participa de uma iniciação científica, por exemplo, desenvolve um olhar mais analítico que é fundamental para ter sucesso no mundo corporativo.

Por onde começar

Quem deseja conhecer a pesquisa de perto, pode ingressar em um programa de iniciação científica durante a graduação.

Muitas instituições, como a Faculdade Unimed, oferecem bolsas de estudos para que os alunos participem de projetos coordenados pelos professores.

A Iniciação Científica é um programa com duração de um a dois anos, em que o aluno integra uma pesquisa junto de um professor, que será o seu orientador. O aluno irá desenvolver as atividades com o auxílio deste orientador e ao final do programa, pode produzir um artigo científico e participar de congressos e seminários divulgando os resultados que obteve.

Quem quiser dar continuidade a carreira de pesquisador, pode ingressar em uma Pós-Graduação Stricto Sensu (Mestrado e Doutorado), para continuar com as pesquisas, produzir e publicar artigos, além de participar de congressos para que seu nome se torne mais conhecido na área.

Como acompanhar o mundo da pesquisa científica?

Sites de associações como a Sociedade Brasileira de Química – que possui uma iniciativa para estudantes da escola básica conhecerem a sociedade científica – são boas fontes para o público geral. Além de sites como o Ciência Hoje e a Revista Fapesp que também disponibilizam informação sobre ciência e pesquisa científica. E, claro, as revistas científicas, como a Revista Científica Faculdade Unimed, que divulga artigos científicos sobre temas como gestão, cooperativismo, saúde e educação.

Uma boa opção também são os eventos promovidos pelas instituições de ensino superior, como o Encontro de Pesquisa e Extensão da Faculdade Unimed. Para ficar por dentro dos nossos eventos, você pode nos seguir nos Instagram @faculdadeunimed.

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Palavras-chave: Conhecimento Interdisciplinar, Ciência, Pesquisa Científica, Pesquisadores

Compreende a este texto a exposição da importância que as realizações de pesquisas científicas possuem no processo alargador do conhecimento interdisciplinar e como isso é refletido na formação do discente pesquisador, além de ressaltar o desafio enfrentado pelos mesmos por conta da falta de investimento social. Elucida o papel das ações científicas interdisciplinares como aliado na obtenção de conhecimento e preparação acadêmica para a obtenção de senso crítico e a capacidade de discorrer sobre os múltiplos conteúdos presentes no contexto social. Expõe também as dificuldades que os graduandos pesquisadores enfrentam com a falta de apoio e os prejuízos que essas causam para o desenvolvimento da ciência. Sua metodologia consiste na abordagem qualitativa, utilizando-se do método indutivo através da análise bibliográfica e documental de fontes secundárias somada à pesquisa participante. Por meio desta pesquisa obtivemos os seguintes resultados: fica claro que o conhecimento interdisciplinar é fundamental para a evolução pessoal do discente, traz aprendizagem e experiência para o pesquisador, tendo em vista isto, as pesquisas científicas possibilitam que seja exposto fatos que vão além do que é ensinado nos cursos superiores aproximando o aluno da realidade social capacitando-o como personalidade crítica, entretanto, foi observado também que esses benefícios são minimizados por falta de investimento na ciência por parte do poder político. Conclui-se que a realização de produções e pesquisas científicas trazem o conhecimento interdisciplinar e, através disto, há evolução e engrandecimento dos pesquisadores graduandos contribuindo para sua formação pessoal e profissional, trazendo benefícios para si e para toda a sociedade, contudo, para que essas contribuições aconteçam cada vez mais, a ciência necessita de maior enaltecimento e investimento por parte do governo brasileiro pois, a falta de apoio ameaça o papel fundamental das pesquisas científicas prejudicando o potencial de conhecimento que as atividades interdisciplinares podem oferecer aos discentes pesquisadores.

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A pesquisa científica colabora para o engrandecimento da sociedade. Afinal, uma pessoa que investiga os processos de transformação, sejam eles sociais, econômicos, humanos ou químicos, e a partir dessa investigação constrói conhecimentos que são essenciais para o desenvolvimento de uma nação. Esta é definição de pesquisador científico segundo Anna Benite, professora-doutora da Universidade Federal de Goiás, mestre em Ciências e Licenciada em Química pela UFRJ, além de integrante da Associação Brasileira de Pesquisa e Ensino de Ciências e da Associação Brasileira de Pesquisadores Negros (ABPN).

A especialista afirma que 95% dos conhecimentos produzidos no Brasil vêm das universidades, e que esse trabalho científico traz explicações para diversos fenômenos que nos movem. “Quem faz pesquisa científica também é quem ensina e forma novos pesquisadores e profissionais do ramo”, reflete.

“Nenhuma nação consegue evoluir sem pesquisa científica”, afirma Benite. “Se estamos hoje em uma sociedade tecnológica, isso se deve aos pesquisadores que criam modelos de pesquisa, validam dados e os publicam. Essa sistematização é fundamental para alimentar a produção de conhecimento”.

 As origens de quem faz pesquisa científica

A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) foi criada em 8 de julho de 1948. A iniciativa organizou pesquisadores de forma a estimular o desenvolvimento científico e institucionalizar a ciência e a pesquisa científica no Brasil. A data se tornou o Dia Nacional da Ciência e o Dia Nacional do Pesquisador em 2008.

Um dos fundadores foi o médico José Reis, que defendia a educação e o conhecimento para a construção de uma sociedade mais justa. Reis atuou na pesquisa de doenças aviárias (repercutida nos Estados Unidos, onde estudou durante um ano) e na tradução de livros sobre o tema. Ele dá nome ao Prêmio José Reis de Divulgação Científica e Tecnológica, concedido pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) a instituições que contribuíram para a divulgação da ciência no Brasil.

Carreira em pesquisa científica

A carreira de Anna Benite com pesquisa científica começou em sua graduação em Química, no período noturno na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Ela escolheu o curso por acreditar ser o mais adequado à sua situação naquele momento. “Fiz vestibular para um curso no qual teria mais condições de entrar, que se adequasse ao meu perfil de mulher negra, pobre e que não fosse um curso no qual passasse o dia inteiro na universidade, e que pudesse me formar e já trabalhar”.

Artigo sobre a importância da pesquisa científica

Ao longo do curso, no entanto, as coisas mudaram. Ela viu outras possibilidades ao trabalhar com pesquisa científica no centro de Ciências Biomédicas da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). “Trabalhei com bioquímicos que me fizeram perceber que eles eram o que eu gostaria de ser. Queria estar naquele meio com a chance de, todos os dias, estudar e ter acesso a novas informações que têm impacto sobre a vida das pessoas e nas trajetórias das sociedades”.

Benite seguiu o caminho acadêmico e atuou com pesquisa científica sobre fármacos e uma série de complexidades científicas. “Foi um caminho no qual as coisas se encaixaram: entrei para um trabalho acadêmico para me manter e ele me encaminhou. Muitas pessoas foram solidárias à minha trajetória. Fiz mestrado e doutorado sem computador, então precisei de pessoas que apostaram em mim. Hoje, eu ensino sobre isso”, diz.

Como fazer uma pesquisa científica

Não existe uma faculdade certa para se tornar pesquisador científico. Para quem tem interesse em seguir na profissão, o caminho mais comum é ingressar um programa de iniciação científica durante a graduação. Muitas universidades oferecem bolsas de estudo para estudantes que participam de projetos de pesquisa executados por professores de várias áreas do conhecimento.

A Iniciação Científica é um programa orientado de longo prazo (de um a dois anos) em que o aluno seleciona um tema — que deve depender da linha de pesquisa, interesse ou currículo do professor que será o orientador — e, com uma abordagem inovadora, desenvolve o estudo.

Após a Graduação, o próximo passo é ingressar em uma Pós-Graduação Stricto Sensu (Mestrado e Doutorado), para continuar com as pesquisas, produzir e publicar artigos, além de participar de congressos para que seu nome se torne mais conhecido na área.

Desafios científicos e sociais

Um estudo da Fiocruz publicado em 2019 mostra que 93% dos mais de 2 mil jovens entrevistados não sabem dizer o nome de um único cientista brasileiro. O fato de a ciência ser apresentada tardiamente aos jovens também representa um desafio. “O conjunto de ciências, que é amplo, é apresentado muito tarde aos jovens e um agravante é que valorizamos pouco a profissão de pesquisador científico no Brasil”.

A doutora afirma que um dos grandes desafios da pesquisa científica é atravessar um momento no qual a ciência tem sido desacreditada, além da falta de investimento em pesquisa, que engessa a capacidade de produção de conhecimento.

A diversidade, com destaque para uma maior representatividade de gênero e raça na profissão, é outro item considerado fundamental para aproximar o público em geral, especialmente estudantes, da ciência e da pesquisa científica. “É assim que se muda esse quadro de interesse da juventude, por meio do ensino de uma ciência que seja plural e que dialogue com os problemas de uma sociedade real, que seja dinâmica e cative os alunos justamente por ser viva e empolgar”, finaliza.