A o que diferencia conhecimento popular de conhecimento científico

O conhecimento popular é também conhecido por senso comum, é um conhecimento a base de várias pessoas que se interagem entre si, baseado nas experiências dessas pessoas e não tem nenhuma comprovação científica.

Os mitos e lendas surgem desses conhecimentos populares, são informações que passam de pessoa para pessoa e no final acabam aumentando a informação e depois não sabem nem como a historia chegou à situação atual, assim esse conhecimento não tem uma comprovação de veracidade, e somente o conhecimento de pessoas que participaram desse acontecimento.

O conhecimento mítico desenvolve explicação a fim de compreender acontecimentos que não foram estudados e nem realizadas atividades científicas, mito é designado como uma fantasia que explica a origem de tudo e que é relevante para a vida humana e podem ser compreendidos como uma ficção, o mito hoje pode ser sinônimo de falsidade ou mentira.

O conhecimento popular é intuitivo, espontâneo, porém não é estudado nem analisado ou comprovado, a partir disso abre-se uma porta para o questionamento e busca de uma resposta, através de hipóteses e experiência que comprove ou esclareça ou não a ideia da teoria.

Já o conhecimento científico caracteriza-se por ser real verificável e aproximadamente exato, se difere dos demais, no que se refere à presença de uma metodologia e visão crítica, e não em relação propriamente ao seu conteúdo.

O conhecimento no geral é de muita importância ao ser humano, pois não cabe qualquer tipo de impedimento em seus usos, ambos se ajudam, se complementam, reconhece seus limites e suas contribuições para o homem.

A o que diferencia conhecimento popular de conhecimento científico

Figura 1. A diferença entre o conhecimento empírico, o científico, o filosófico e o teológico.

Arte: Natália L. A. de Souza Texto: Daniela Brustolin;

Karina Ferraz;

Poliana Reis.

Referências:

VIEIRA, Fabiana Paula. Aspectos do conhecimento científico e seu desenvolvimento na enfermagem. Rev. Latino-Am. Enfermagem, Ribeirão Preto, v. 7, n. 5, p. 137-138, Dec. 1999.

Figura 1:

DIANA, J. Diferença. Conhecimento empírico, científico, filosófico e teológico. Disponível em: <https://www.diferenca.com/conhecimento-empirico-cientifico-filosofico-e-teologico/> (acesso em 23 de abril de 2021).

O termo “conhecimento” tem origem no latim congnoscere (com, “junto” e gnoscere, “obter conhecimento”), que significa “ato de conhecer". Há milênios, o ato ou efeito de conhecer fascina a humanidade em busca de respostas para estabelecer as relações entre o mundo e as experiências vivenciadas nele. 

Historicamente, os filósofos iniciaram esta tentativa incessante de entender o mundo e tudo o que há nele, seja concreto ou abstrato, de maneira conceitual. Por isso, ao longo dos anos, surgiram diversas maneiras que pudessem desmistificar e permitir uma melhor compreensão da verdade sobre a origem complexa da existência nos mais diferentes aspectos.

A seguir, vamos apresentar os conceitos de conhecimento científico e senso comum

, além das diferenças entre esses dois tipos de linha de pensamento desenvolvidas pelo ser humano. 

Conhecimento científico 

A o que diferencia conhecimento popular de conhecimento científico

Fonte: iStock

Conhecimento científico é a informação que analisa os fatos cientificamente comprovados. Sua base está na filosofia da ciência, em que todas as suposições, teorias e hipóteses passam por um processo de comprovação através de uma série de pesquisas e experimentos.

As principais características deste tipo de conhecimento são: sistematização, pois é necessária uma organização de um conjunto de ideias que são formadoras de uma teoria; o princípio da verificabilidade, toda teoria deve ser analisada e comprovada com base na ciência; falível

(não é definitivo), consiste que uma determinada hipótese pode ser destituída ou substituída a partir de outras novas comprovações científicas.

Ciência e pandemia do novo coronavírus

Atualmente, com a pandemia de COVID-19, o campo da ciência tem ganhado cada vez mais importância no apoio às autoridades na construção das diretrizes para conter o avanço do SARS-CoV-2; uma vez que todo o seu processo constitui-se em comprovações científicas. Segundo o Índice do Estado da Ciência 2020 (em inglês, State of Science Index), realizado este ano, cerca de seis meses após o início da pandemia, revelou que a confiança na ciência aumentou para 89% em comparação aos dados dos anos anteriores.

Desde o início da descoberta do vírus, em dezembro de 2019, até hoje, pesquisadores estão constantemente realizando estudos baseados na ciência para entender as ações e sequelas do patógeno no corpo humano. Assim como as aprovações das vacinas contra a COVID-19 apenas foram concedidas após a validação pelas fases de testes que comprovaram a segurança e eficácia da substância estudada.

Logo, entende-se que para uma suposição ser reconhecida como um conhecimento científico, obrigatoriamente suas causas e efeitos precisam ser baseadas em observações que sirvam para atestar a veracidade ou falsidade de determinada teoria. 

Senso Comum 

A o que diferencia conhecimento popular de conhecimento científico

Fonte: iStock

O conhecimento do senso comum é um conceito fundamentado na sabedoria e crendices populares que reflete o modo de pensar da maioria das pessoas, adquiridos por repetições das experiências e das culturas transmitidas de geração a geração. 

As principais características deste tipo de conhecimento são: não é testado e verificado detalhadamente, através de métodos científicos, para comprovar uma relação de causa e efeito, é categoricamente popular e culturalmente aceito. Além disso, não há garantias da sua validade ou invalidade.

Para o filósofo italiano Antonio Gramsci, senso comum é: 

“Um complexo de materialismo, dogmatismo e incoerência. O materialismo é o produto imediato da sensação bruta, percepção apenas das aparências dos fatos; é dogmático enquanto é ávido de certezas peremptórias, tendo a lógica formal como sua expressão; é Incoerente enquanto se assenta em uma mente infantil, constante através da história (incoerência sub-histórica) e na mentalidade de determinada civilização (incoerência histórica).”

 

Exemplos de senso comum

• O uso de plantas medicinais para tratamento de doenças. Por milênios, o ser humano busca se tratar de mazelas através de plantas e outros elementos da natureza. Ao descobrir através da observação que o boldo é uma planta com propriedades que estimulam a digestão e desintoxicam o sistema digestório, as pessoas começaram utilizá-la como planta medicinal.

• Associação entre o frio e a gripe: é um senso comum reproduzido principalmente pelos  mais antigos afirmando que se “pegar” frio ou uma friagem, vai ficar gripado. É uma conexão sem fundamentação científica, pois a gripe é uma doença causada por um vírus que pode se aproveitar da fragilidade pulmonar causada pelo frio. Logo, a infecção pelo patógeno da gripe depende da situação imunológica da pessoa.

• As fases da lua e a influência no corte de cabelo:  provavelmente você já ouviu a frase “é importante cortar os cabelos na lua crescente para que cresçam mais rápido”. Os  conselhos e ditados populares fazem parte do senso comum e são tidos como verdades. Por isso, torna-se uma herança cultural seguida e implementada no dia a dia pelo povo, sem questionamentos.

Diferença entre conhecimento científico e senso comum 

O conhecimento científico e o senso comum podem ser considerados duas formas de pensamentos distantes de como o Homem se relaciona com a verdade. No conhecimento científico, a sua base para afirmar uma verdade passa por experimentos e métodos científicos, que comprovam a confiabilidade de uma hipótese.

Já o segundo conceito é uma herança cultural que se torna uma constante, fundamentada em crenças e hábitos de uma determinada sociedade. Além disso, não é questionável e apenas determina o motivo sem apresentar os caminhos que conduziram a uma conclusão.

No entanto, embora a ciência seja a fonte de conhecimento que apresenta mais segurança, é importante ressaltar que o senso comum pode ser capaz de fornecer hipóteses para as pesquisas científicas. Por isso, é possível considerar que o senso comum é um elemento impulsionador da ciência. 

Para o filósofo brasileiro e professor de filosofia da Faculdade de Educação da Unicamp, Silvio Gallo, "o senso comum pode ser um bom ponto de partida para se chegar a conhecimentos mais seguros”. E, segundo a afirmação do biólogo Thomas Henry Huxley, “a ciência é apenas senso comum treinado e organizado”.

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